Maputo, Quarta-Feira, 29 de Maio de 2013
Notícias Efectivamente, alguns profissionais da Saúde não se apresentaram nos seus postos de trabalho no primeiro dia da paralisação e outros se juntaram aos primeiros nos dias subsequentes.
Outros profissionais da Saúde que aderiram à paralisação envolveram-se em actos de intimidação doutros profissionais da área que não aderiram à paralização e bloquearam temporariamente os acessos a algumas unidades sanitárias.
Em consequência directa desta paralisação algumas unidades sanitárias funcionam com algumas restrições. Em face desta situação, o Governo mobilizou outros profissionais da Saúde, entre os das Forças de Defesa e Segurança, aposentados e ainda estudantes de Medicina e dos institutos de Ciências de Saúde.
Juntaram-se a estes profissionais voluntários das mais diversas especialidades de saúde de organizações não-governamentais e da sociedade civil e voluntários individuais no atendimento dos pacientes.
Em todo o país, segundo o comunicado, está assegurado o funcionamento de todas as unidades sanitárias, apesar de se verificarem dificuldades de funcionamento em algumas delas, sobretudo as enfermarias de Pediatria e de Medicina, situadas nas cidades de Maputo e Beira.
“O Governo toma esta oportunidade para reiterar o seu profundo reconhecimento a todos os médicos e outros profissionais da Saúde que, de forma incondicional, têm vindo a desempenhar as suas funções com zelo, dedicação e abnegação, algumas vezes duplicando os seus esforços na prestação de serviços de saúde ao povo moçambicano. É, sem dúvidas, graças a estes quadros da Saúde que, com o seu profissionalismo, humanismo, alto sentido de missão e sacrifício, continua a garantia do funcionamento dos serviços indispensáveis em todas as unidades sanitárias, salvando vidas humanas”, pode se ler no documento.
A estes profissionais da Saúde “o Governo de Moçambique expressa o seu profundo agradecimento e exorta a todos os outros profissionais para que regressem aos seus postos de trabalho para o bem de todos, privilegiando o diálogo construtivo, franco, aberto e realístico entre o Governo e a Associação Médica de Moçambique”.
Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, a continuação da paralisação dos serviços de saúde põe em risco vidas humanas e em face disso o Governo reitera a sua disponibilidade para prosseguir com o diálogo iniciado com a Associação Médica de Moçambique.
Doentes graves chegam ao HCM
Maputo, Quarta-Feira, 29 de Maio de 2013
Notícias De acordo com João Fumane, director-geral do HCM, aqueles pacientes, com destaque para crianças, permaneceram nas residências mesmo acometidos por doenças, seguros de que nada valia ir às unidades sanitárias, uma vez que os seus funcionários observam uma greve por tempo indeterminado desde 20 de Maio.
Entretanto, o Ministério da Saúde e os seus profissionais desavindos filiados na Associação Médica de Moçambique (AMM) e na Comissão de Profissionais da Saúde Unidos (CPSU) reuniram-se entre o fim da manhã e o início da tarde de ontem, num encontro descrito pelas partes como tendo sido frutífero para o relançamento do diálogo.
Adolfo Ecuale, representante do CPSU, disse à Imprensa que a reunião tinha, entre outros pontos, a agenda do estabelecimento de pré-condições para o diálogo, não se tendo chegado a consenso na intenção do MISAU de conversar primeiro com os médicos para numa fase posterior auscultar as inquietações da outra classe.
Segundo aquele profissional, cerca de duas horas depois o encontro terminou com a recomendação de as partes reflectirem para retomarem as discussões esta manhã.
Luísa Panguene, uma das porta-vozes do MISAU, disse ao nosso Jornal que o encontro, cordial e positivo, é um marco de reinício de um diálogo que se pretende venha a resultar no levantamento da paralisação do atendimento de doentes.
“Definimos as bases, tanto que amanhã (hoje) vamos a mais uma sessão”, disse, salientando que o MISAU reconhece apenas a AMM como representante dos médicos e que a CPSU, por ser contestada por parte de alguns dos seus profissionais, não pode ser aceite como um interlocutor válido.
A greve dos médicos e de outros profissionais da Saúde entra hoje no seu décimo dia consecutivo, condicionando o funcionamento das unidades sanitárias do país, mesmo a nível da capital do país.
João Fumane reconheceu que o HCM se ressente da ausência dos profissionais, que já chegaram à ordem de 450, entre médicos, enfermeiros e serventes. Paralelamente, o volume de doentes que entram também reduziu de uma média diária de 800 a 850 para cerca de 450.
Gilda Tomásia, directora-geral do Hospital Geral de Chamanculo, disse que a situação tende a normalizar-se naquela unidade e nos seus cinco centros de Saúde, sendo que o mesmo cenário ocorre no HG de Mavalane.
Hospital de Chókwè inspeccionado de emergência
Maputo, Quarta-Feira, 29 de Maio de 2013
Notícias A deslocação, de acordo com Betuel Alface, médico-chefe provincial, contactado ontem pelo “Notícias”, surge do facto de estarem a ser passadas a partir daquela unidade informações pouco fiáveis sobre o que está efectivamente a acontecer no Hospital Rural de Chókwè.
Com a referida intervenção, ainda de acordo com a nossa fonte, pretende-se reforçar, em caso de necessidade, aquela unidade sanitária de pessoal médico, dada a sua importância estratégica e de referência para toda a região norte de Gaza.
Segundo Betuel Alface, a Direcção Provincial de Saúde, com apoio de parceiros, caso se mostre pertinente, poderá enviar reforços ao Chókwè de forma a se colmatar as ausências dos profissionais em greve, e impedir, a todo o custo, que ocorram óbitos por falta de tratamento.
A situação de atendimento nas restantes unidades sanitárias da província de Gaza decorre normalmente.
Enquanto isso, baixaram significativamente as consultas bem como outros tratamentos nas unidades sanitárias da província de Inhambane como consequência da paralisação laboral movida pelo pessoal médico e outros técnicos de Saúde desde semana passada em todo o país.
“A Maternidade, o Bloco Operatório, o Banco de Socorro, o Laboratório e a farmácia estão abertos e os técnicos estão lá, mas passam quase sempre a dar voltas pelos corredores e outros falando ao telefone, deixando os doentes várias horas sem o devido tratamento, situação que demonstra claramente a continuidade da greve”, disseram as nossas fontes em Vilankulo.
Entretanto, o director provincial da Saúde, Naftal Matusse, descreveu a situação do Hospital Rural de Vilankulo como sendo única nessa situação, porque, segundo explicou, o funcionamento já tende a voltar à normalidade em todos os hospitais públicos.
“Trabalhámos com os colegas, aceitaram retomar o serviço e prometeram trabalhar, como profissionais que são. O que devemos fazer neste momento é apelar a população para não ter medo dos profissionais da Saúde que estão lá, porque estão a exercer o seu dever, nomeadamente salvar vidas. Podem ir à vontade, porque nada de errado vai acontecer, porque os médicos assim como os técnicos são também humanos”, observou o director provincial da Saúde.
Naftal Matusse disse que em toda província quatro médicos, dos quais dois no Hospital Provincial e outros em Quissico, no distrito de Zavala, continuam faltosos. Oito técnicos de enfermagem da maior unidade sanitária de Inhambane pelo menos ontem não se apresentaram ao serviço.
Para colmatar estas ausências Matusse disse que foram encontradas alternativas com recurso aos cursandos de enfermagem nas cidades de Inhambane, Maxixe e vila da Massinga.
Entretanto, todas as unidades sanitárias de Cabo Delgado voltaram a funcionar normalmente ontem, nono dia desde o início da greve decretada pela Associação Médica de Moçambique (AMM). Segundo garantias das autoridades sanitárias, em todos os 17 distritos o cenário é o mesmo: os funcionários continuam empenhados no atendimento hospitalar sem paralisação de qualquer actividade como acontece nas outras regiões do país.
O médico-chefe provincial, Hidayat Kassim, afirmou que até ontem Cabo Delgado não tinha registado ainda casos de abandono de postos de trabalho por parte dos médicos para aderir à greve em todas as unidades sanitárias existentes na província. Assinalou que esta realidade é também extensiva aos técnicos, enfermeiros e outro pessoal de apoio que se fazem com normalidade aos hospitais e atendem os pacientes com a atenção que se exige, respeitando as escalas do dia.
A continuação de um funcionamento hospitalar normal é visível no Hospital Provincial de Pemba, a maior unidade sanitária de Cabo Delgado, onde o “Noticias” esteve na manhã de ontem e testemunhou o trabalho regular de todos os serviços e atendimento pleno aos utentes que ali se dirigiram.
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