Maputo (Canalmoz) – Em comunicado de Imprensa distribuído no sábado passado, a Renamo denuncia que foi atacada em Gorongosa pela Força de Intervenção Rápida (FIR) e viu-se na contingência de retaliar, atingindo 17 agentes da FIR.
A Polícia confirma troca de tiros entre as partes, bem como ferimento dos agentes da Polícia, mas tem uma explicação diferente da Renamo.
O Canalmoz publica as duas versões da Renamo e da Polícia.
A Polícia confirma troca de tiros entre as partes, bem como ferimento dos agentes da Polícia, mas tem uma explicação diferente da Renamo.
O Canalmoz publica as duas versões da Renamo e da Polícia.
Comunicado da Renamo:
“Na manhã do dia 24 de Maio de 2013, no Distrito de Gorongosa, povoado de Vunduzi, na zona do Régulo Tambarari, elementos da Força de Intervenção Rápida que se faziam transportar em duas viaturas da Polícia, de marca Santana, quando patrulhavam a zona foram até onde se encontram aquartelados os seguranças da RENAMO com intenção de os desarmar. Perante este acto, os SEGURANÇAS da RENAMO resistiram, tendo os homens da FIR ido buscar reforço no povoado de Vunduzi para atacar e desarmar. Para tal abriram fogo contra os Seguranças da RENAMO. O comandante da posição da Segurança da RENAMO, mesmo debaixo do fogo, ainda tentou ligar para o presidente Afonso Dhlakama para o consultar se deviam responder ao fogo ou não. Devido a dificuldades de contacto telefónico naquela zona, não foi possível a ligação, tendo o comandante, ante a intensidade do fogo da FIR, optado por responder. Dessa resposta resultou que a FIR entrou em debandada, numa fuga desenfreada, levando consigo feridos em número de, até aqui, 17. Receia-se que haja mortos entre os jovens da FIR.
Este triste e lamentável ataque da FIR aos Seguranças da RENAMO acontece numa altura em que o País está em alvoroço devido ao braço-de-ferro entre o governo e os profissionais de saúde, o que adensa cada vez mais a já densa situação do país, com descontentamento generalizado, incluindo a de altas figuras da nomenclatura do partido no poder.
Mais uma vez a RENAMO é atacada fisicamente e na resposta jovens inocentes são atingidos com gravidade, demonstrando o seu despreparo militar. O governo voltou a colocar os filhos dos pobres para defender os interesses dos ricos enquanto os seus filhos abocanham as riquezas do País. A RENAMO exorta aos moçambicanos que têm os seus filhos incorporados na FIR e nas FADM, a exigirem prova de vida dos seus parentes, pois o governo tem vindo a esconder a verdade sobre as mortes nessas unidades militares e para- militares.
A terminar, informamos que o presidente Afonso Dhlakama está preocupado com estas provocações que atentam à manutenção da Paz e apela o governo para abandonar o pensamento de que pode resolver tudo com recurso à força. A RENAMO, na voz do seu presidente, reitera que jamais haverá iniciativa de ataque por si ordenado, mas não permitirá que os ataques dirigidos aos seus seguranças e demais populares fiquem sem resposta”.
O comunicado da Renamo é assinado pelo porta-voz do partido, Fernando Mazanga.
Este triste e lamentável ataque da FIR aos Seguranças da RENAMO acontece numa altura em que o País está em alvoroço devido ao braço-de-ferro entre o governo e os profissionais de saúde, o que adensa cada vez mais a já densa situação do país, com descontentamento generalizado, incluindo a de altas figuras da nomenclatura do partido no poder.
Mais uma vez a RENAMO é atacada fisicamente e na resposta jovens inocentes são atingidos com gravidade, demonstrando o seu despreparo militar. O governo voltou a colocar os filhos dos pobres para defender os interesses dos ricos enquanto os seus filhos abocanham as riquezas do País. A RENAMO exorta aos moçambicanos que têm os seus filhos incorporados na FIR e nas FADM, a exigirem prova de vida dos seus parentes, pois o governo tem vindo a esconder a verdade sobre as mortes nessas unidades militares e para- militares.
A terminar, informamos que o presidente Afonso Dhlakama está preocupado com estas provocações que atentam à manutenção da Paz e apela o governo para abandonar o pensamento de que pode resolver tudo com recurso à força. A RENAMO, na voz do seu presidente, reitera que jamais haverá iniciativa de ataque por si ordenado, mas não permitirá que os ataques dirigidos aos seus seguranças e demais populares fiquem sem resposta”.
O comunicado da Renamo é assinado pelo porta-voz do partido, Fernando Mazanga.
Versão da Polícia
O comandante provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), o adjunto Comissario da Polícia Joaquim Nido, confirmou o incidente, mas falou de ferimentos “ligeiros” de nove agentes da Polícia. Não foi anunciado pelas partes o registo de algum ferido ou baixa do lado da Renamo.
Segundo refere a Renamo, a Polícia teria se dirigido ao local onde se encontram os guardas do líder da Renamo, com o propósito de os desarmar, uma operação que sofreu resistência dos homens da “Perdiz”.
Tal como a Renamo, o comandante da PRM em Sofala confirma que a FIR foi primeira a abrir fogo contra os homens da Renamo, ao que aqueles responderam com disparos.
Durante o confronto, segundo o comandante provincial, Joaquim Nido, a Polícia saiu em debandada, abandonando os dois carros blindados em que se faziam transportar, tendo um deles tombado.
Na versão da Polícia, o incidente começou quando a FIR de patrulha interpelou os homens da Renamo também a patrulharem, mas numa área fora dos 15 quilómetros do raio que separa as partes, tendo havido troca de mimos entre os homens.
Segundo informações, o ataque da Polícia aos homens da Renamo teria iniciado na manhã de sexta-feira mas não teve sucesso, dado que teria sido repelido. Depois de recuar, a Polícia teria voltado no período da tarde numa segunda tentativa, que igualmente foi rechaçada pelos homens da Renamo, resultando em ferimentos do lado da Polícia e abandono dos carros blindados.
Segundo refere a Renamo, a Polícia teria se dirigido ao local onde se encontram os guardas do líder da Renamo, com o propósito de os desarmar, uma operação que sofreu resistência dos homens da “Perdiz”.
Tal como a Renamo, o comandante da PRM em Sofala confirma que a FIR foi primeira a abrir fogo contra os homens da Renamo, ao que aqueles responderam com disparos.
Durante o confronto, segundo o comandante provincial, Joaquim Nido, a Polícia saiu em debandada, abandonando os dois carros blindados em que se faziam transportar, tendo um deles tombado.
Na versão da Polícia, o incidente começou quando a FIR de patrulha interpelou os homens da Renamo também a patrulharem, mas numa área fora dos 15 quilómetros do raio que separa as partes, tendo havido troca de mimos entre os homens.
Segundo informações, o ataque da Polícia aos homens da Renamo teria iniciado na manhã de sexta-feira mas não teve sucesso, dado que teria sido repelido. Depois de recuar, a Polícia teria voltado no período da tarde numa segunda tentativa, que igualmente foi rechaçada pelos homens da Renamo, resultando em ferimentos do lado da Polícia e abandono dos carros blindados.
Retorno ao diálogo
Entretanto, nesta segunda-feira as partes (Governo-Renamo) voltam para a mesa das negociações, um processo que algumas hostes da Renamo descrevem como um entretenimento “porque o Governo está a avançar com as provocações bem como o empossamento dos órgãos eleitorais e com o recenseamento”.
Na terceira ronda de diálogo entre o Governo e a Renamo, que decorreu na semana passada em Maputo, a Renamo apresentou em cima da mesa dois documentos, sendo o primeiro sobre a necessidade de acordo de princípios que vão orientar o diálogo e o segundo documento sobre questões eleitorais, nomeadamente o pacote eleitoral, a criação dos tribunais eleitorais, a composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE) na base do princípio da paridade, os critérios da selecção dos brigadistas entre outros aspectos.
Perante as questões apresentadas pela Renamo, o Governo pediu tempo para ir consultar a sua assessoria jurídica para ver se “podemos adoptar integral ou parcialmente ou não”.
O ministro da Agricultura, José Pacheco, que chefia a delegação do Governo, disse que “há que destacar nesta ronda algumas linhas de força que começam a ser consenso entre as partes”.
São esses aspectos, segundo o ministro, o compromisso das partes em prosseguir com o diálogo, a necessidade de preservação da Paz e desenvolvimento da Democracia.
A Renamo evocou também a necessidade de se resgatar alguns princípios dos Acordos Gerais de Paz assinados em 1992 na cidade de Roma, mas o Governo considera que o AGP prescreveu em 1994 com a realização das primeiras eleições gerais e os aspectos neles constantes estão todos incorporados na Constituição da República. (Bernardo Álvaro)
Na terceira ronda de diálogo entre o Governo e a Renamo, que decorreu na semana passada em Maputo, a Renamo apresentou em cima da mesa dois documentos, sendo o primeiro sobre a necessidade de acordo de princípios que vão orientar o diálogo e o segundo documento sobre questões eleitorais, nomeadamente o pacote eleitoral, a criação dos tribunais eleitorais, a composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE) na base do princípio da paridade, os critérios da selecção dos brigadistas entre outros aspectos.
Perante as questões apresentadas pela Renamo, o Governo pediu tempo para ir consultar a sua assessoria jurídica para ver se “podemos adoptar integral ou parcialmente ou não”.
O ministro da Agricultura, José Pacheco, que chefia a delegação do Governo, disse que “há que destacar nesta ronda algumas linhas de força que começam a ser consenso entre as partes”.
São esses aspectos, segundo o ministro, o compromisso das partes em prosseguir com o diálogo, a necessidade de preservação da Paz e desenvolvimento da Democracia.
A Renamo evocou também a necessidade de se resgatar alguns princípios dos Acordos Gerais de Paz assinados em 1992 na cidade de Roma, mas o Governo considera que o AGP prescreveu em 1994 com a realização das primeiras eleições gerais e os aspectos neles constantes estão todos incorporados na Constituição da República. (Bernardo Álvaro)
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