Livro Base: História e Verdade de Adam Schaff
Cada geração possui sua própria visão, bem como cada autor cria metodologias e relata o passado perante sua opinião expressa, em confronto à determinado assunto, frente as suas experiências.
Logo na introdução desse capítulo do livro, um parágrafo escrito por Goethe, deixa claro a premissa do texto, na história do mundo, estamos sempre reescrevendo o passado. O conhecimento que obtemos historicamente é infinito, sobretudo pelo espírito descobridor do homem, avido por buscar novas informações, que são sempre motivadoras e acabam desencadeando cada vez mais, novas descobertas, que afrontam as crenças passadas, bem como certezas do presente.
Em meados do século XX, essa problemática fascinou grande parte dos filósofos e teóricos, que perante a variabilidade dos processos históricos, tiveram opiniões conflitantes sobre assuntos diversos e muitos criaram concepções próprias.
A reinterpretação histórica, mostra as constantes mutações presentes, com variáveis incontáveis de saber e conhecimentos adormecidos. Acompanhar o passado, reinterpretando ou incluindo novas descobertas, faz com que o presente se torne mais completo, obtendo informações importantes para definir os rumos que devemos buscar, conhecimento é a chave para civilizações progredirem, melhorar as metodologias aplicadas e avançar tecnologicamente.
A análise desses fenómenos complexos, complementam nosso conhecimento, posicionam as nações para o futuro mais consistente, gerando novas discussões, e ativando ainda mais a busca científica!
Podemos contextualizar melhor, citando, John Dewey um autor muito representativo nesse campo, segundo ele, toda construção da história, desde os primórdios é seletiva, sendo escrita na posição do presente.
Segundo suas próprias palavras:
“Não há outros materiais acessíveis para a elaboração dos princípios diretores e das hipóteses além daquela que nos fornece a contemporaneidade histórica. Quando a cultura muda, as concepções dominantes em uma dada cultura mudam igualmente. surgem então necessariamente novos pontos de vista que servem para apreensão, a apreciação e a coordenação dos dados. Nesse momento reescreve-se a história”
Qualquer que seja o fundamento dessa busca, reafirmo que nem todos os escritores concordam entre si. N. M. Prokovski, parte de uma tese Marxista e vê tão somente a história, como uma projeção (salvando as diferenças por séculos de separação entre a atualidade por exemplo e os tempos remotos da antiguidade), como sendo dita por novas necessidades que se apresentam no momento oportuno, direcionando novos capítulos de nossa existência e redescobrindo novas páginas a tempo perdidas do passado.
Os critérios de avaliação, também mudam com o passar do tempo, a percepção bem como a seleção dos fatos, aspectos sócio culturais e psicológicos desse processo, colaboram para essa prática. A visão da história como já foi dito, é mutável, portanto em função da emergência de novos acontecimentos aleatórios em muitos casos, fazem o homem buscar novas soluções, ou respostas já encontradas por povos que viveram outrora, ajudando de forma direta e ensinando que muitas vezes embora o passado pareça arcaico em diversos pontos, podemos sim aprender com ele e encontrar grandes novidades que farão toda diferença em tempos modernos, como o que vivemos hoje na era da informação.
No livro, existe uma passagem muito relevante, que tem por função fazer uma comparação simples, utilizando uma situação hipotética e filosófica, pra demonstrar claramente ao que me refiro, vou tentar reproduzir o conteúdo com as minhas próprias palavras;
- Em um vale muito distante, entre montanhas “ou se preferir colinas”, conseguimos visualizar muito pouco a frente, somente a vizinhança que está mais próxima é passível de uma breve analise. Enquanto todo restante está distante dos nosso olhos, não há possibilidade em ver absolutamente nada, tudo parece escondido e a incerteza do que está por lá é tão clara quanto a água, porém existe uma solução, subindo essa montanha, aos poucos a paisagem será revelada pro trás das árvores e da neblina grossa, que atrapalha nossa observação, dessa forma, podemos ver que embora nossa visão esteja obstruída pela natureza, que funcionava como uma parede a nossa frente, há algo por trás dessa mas.
Quanto mais alto, melhor será a visualização do todo, nosso horizonte se alarga revelando-nos aspectos totalmente desconhecidos como ruas, carros, casas, pessoas, etc…
Essa comparação, ajuda a compreender melhor o problema. Basta procurar e quando mais o tempo do conhecimento está longe, mais profunda e vasta será a percepção deste próprio. O processo de transformação é praticamente impossível de prever, não há como antecipar quase nada, mas ainda sim, devemos aprender com o passado para não repetirmos os erros já cometidos!
Conhecimento é a palavra de ordem quando o assunto é prosperar e reescrever os fatos, revelando civilizações perdidas, personalidades importantes como farao’s e reis, cidades ocultas, tratados, leis, relatos, novas espécies, etc..
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Referência:
-História e VerdadeAutor: Adam Schaff
http://vidabeta.com.br/mitologia-historia-livros/porque-reescrevemos-continuamente-a-historia
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