Egidio Guilherme Vaz Raposo near Maputo, Mozambique ·
Apesar de ser o povo o mais afectado pela greve dos médicos, este mesmo povo manifesta o seu inequívoco apoio a greve e exige o Estado a atender as exigências destes. Ironicamente, o governo acusa os médicos de serem humanamente insensíveis à causa do povo. De que povo fala o governo se este já mostrou a sua simpatia para a causa dos médicos? Deve estar claro para qualquer cidadão que na República de Moçambique, quem mata mais não é a malária, SIDA, Tuberculose ou a greve dos médicos.
Em Moçambique, quem mata mais é o governo através de:
a) Políticas salariais insensíveis que promovem e oficializam a corrupção em toda extensão das relações entre governadores e governados;
b) Corrupção galopante que retira grande parte dos recursos do Estado e do país para os bolsos individuais dos servidores do Estado, subvertendo desta forma a pirâmide do contrato social: em vez de serem os governantes os servidores do povo, eles servem-se do povo para perseguir seus fins ínvios
c) Canibalização da Polícia da República de Moçambique e instituições de administração de justiça que em vez de servirem os interesses do povo, tornam-nas em autênticos guardiões de interesses do poder político minoritário;
d) Um orçamento estruturado para atender as necessidades do Estado-parasita, que se reproduz na relação patrimonialista, ancorada numa ideologia gerontocrática agonizante, porém insaciável.
Resulta daí que tenhamos um país doente. Doenças advenientes de más condições de higiene e saneamento; da falta de água; da má nutrição, de politraumatismos resultantes de acidentes de viação fruto de más condições de estrada e de sinalização; da inoperância da polícia de trânsito, esta que quando entende está na estrada para “cobrar sua parte”, doentes que morrem da sida por falta de tratamento; cidadãos que morrem baleados pela PRM e pelos malfeitores, etc.
O QUE O CIDADAO DEVE SABER É
Ir ter com o médico constitui o último recurso, quando toda a cadeia preventiva quebra. É por isso que o Ministério chama-se MINISTÉRIO DA SAÚDE e não MINISTÉRIO DA DOENÇA. Isto significa que o Estado TEM O DEVER de proporcionar melhores condições que garantam uma boa saúde aos seus cidadãos. Ou seja, boa saúde não significa a possibilidade de ter um médico à altura das suas necessidades sempre que cair doente. Boa saúde significa o estágio, alcançável através da conjugação de boas políticas públicas e investimento na prevenção incluindo nos salários do pessoal da saúde. E esta é a responsabilidade do Estado, que não é questionada, que o próprio governo esqueceu-se dela. Enfim, COMO MOÇAMBICANOS ESTAMOS POTENCIALMENTE TODOS DOENTES e os que neste momento estão no hospital são representativos do estado doentio em que estamos todos.
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José de Matos and 7 others like this.
Egidio Guilherme Vaz Raposo Boa saúde significa o estágio CONTRARIO, alcançável através da conjugação de boas políticas públicas e investimento na prevenção incluindo nos salários do pessoal da saúde. (a palavra CONTRARIO faltava no texto. perdão pelo lapso.)
Eugenio Abilio Abibo SO EGIDIO QUE FALTA PARA AUMENTAR A PRESSAO QUE OS MEDICOS ESTAO EXIGIR, GATUNOS E OUTRO NOME JA NAO VEJO PARA ATRIBUIR ESTE GOVERNO, AVANTE OS PROFISSIONAIS DA SAUDE PELA LUTA DA SUA CAUSA!
Eusébio A. P. Gwembe Deixe-me contestar a alínea a). Penso que a salário baixo não tem necessariamente relação com a corrupção a não ser apenas um instrumento legitimador. O problema da corrupção deve ser mais da justiça do que de políticas salariais.
Egidio Guilherme Vaz Raposo Eusébio está a ser político mais uma vez, porém amputando a verdade. E se eu falar da justiça salarial, obquebo caro Eusébio A. Gwembe diria? Juntei as duas palavras: justiça de que falou e do salário de que falei.
Egidio Guilherme Vaz Raposo Mais velho, Amosse Macamo falo do povo real, visível e sensível, que ontem saiu à rua para contestar ao rapto do Dr Arroz pela PRM e exigir a sua libertação.
Amosse Macamo O povo deve bater se e fortemente numa situação de aparente ilegalidade e ou atentatória aos direitos e garantias fundamentais. Não se trata numa situação similar de defender o arroz, mas sim um cidadão moçambicano independentemente do que esteja em causa, afinal, uma decisão para conformar a acção da policia. Ou houve no local uma declaração conjunta do povo declarando apoio a greve e não vi mano Vaz.
Eusébio A. P. Gwembe Egidio, não vou por ai. Penso que a Justiça no seu todo tem sido fraca no combate a corrupção em todos os escalões da sociedade. A própria corrupção tende a criar redes de autoprotecção. Creio que mesmo com aumento salarial a corrupção continuará, o clientelismo ide, o favoritismo no atendimento, etc., etc.
Nelson Livingston Vamos lá ligar os "nós" da coisa! Arroz foi "raptado" por causa do seu papel na greve, o povo saiu em seu apoio e por via deste gesto em apoio à greve. Quanto "zé povo" é mal preso por ai fora?
Amosse Macamo Nelson, onde esta o nexo de causalidade entre uma acção e outra? Se o povo não concordasse com a greve deixava o arroz entregue a sua sorte? E qual o povo a que se referem? O povo "loiro" que deu entrevista, os colegas de profissão, os editores de jornais e respectivos jornalistas ou o povo mesmo?
Nelson Livingston O dono do post fala "do povo real, visível e sensível, que ontem saiu à rua para contestar ao rapto do Dr Arroz pela PRM e exigir a sua libertação".
Egidio Guilherme Vaz Raposo Heeheheh mano Amosse Macamo esta a ser mais que um cirurgião. Escolheu a parte que o interessa: o sentido do "povo", detenção ilegal/apoio cívico e deixou todo argumento "derreter" sem que lhe lançasse a mão. Falo do povo verdadeiro, os mais de 1600 homens e mulheres que estiveram na VI Esquadra a gritar pela soltura do Dr Arroz. Mas mais velho, o debate que queria lançar aqui era outro. Como vê, queria esmiuçar um pouco mais as falsas expectativas que o Governo tenta colocar nas pessoas, principalmente na forma como esta a comunicar a greve, lembrando a missão do estado para com a saúde dos cidadãos e acima de tudo, a quem cabe o dever de zelar pelas vidas dos cidadãos. O Estado dirigido pelo governo.
Maria Rosa Xavier Eu tenho a dizer q se estivesse em Maputo ontem sairia pra m juntar aos q estiveram na 6a esquadra. Sou povo e acho que o governo devia agir, nem q sentassem 5 vezes em 2 dias a tentarem convencer os medicos a aceitarem oque existe disponivel mais as manobras q seriam possiveis. Doi ver os pontos de antendimento medico as moscas. Ate qd os medicos militares e estudantes vao dar a mao? Qtos devem morrer pra q o governo acorde? Hj se membro da familia dos dirigentes adoece vao recorrer aos medicos politicos q estao a trabalhar ou pegar num jacto pra RSA c verba das contribuicoes do povo q ta morrer. Justica seja feita. Oro q haja ngociacao o + rapido possivel.
Jemusse Abel um dos indicativos da queda dos grandes e o discontrolo em pequenas coisas que tem solucao nas vistas de cada um, pelo uso exagerado da forca como forma de se impor perante o povo ja agastado de barbaridades. pelo menos eu ja tou preparado psicologicamente que estes vao cair, esta nao é uma questao de da vontade dos mocambicanos mas a logica da natureza. nasceram, cresceram (enriqueceram ate esquecer o povo), e vao morrer.
Remane Abudo Deu pa perceber a linha de pensamento do EGIDIO, so nao percebeu kem nao ker, é possivel, aquelis todux mais d 1600 serem os tais loiros, jornalistas ou editores d jornais? Clarament tambem k a imprensa entrevistou pessoas k percebem pra tambem nox percerbermos. Se nao compactuam com a linha d pensamento do VAZ, entao que se distancie do mural dele e liguem-se a TVM k diz nos hospitais esta a ir nos conformes.
Sabes o que me chateia Egidio, estes tipos nada dizem e so t xperam postaris o teu comentarios e logo vêm a correr pa procurar certos pontos ambiguos e criarem um debate vazio e esfarapado.
Sabes o que me chateia Egidio, estes tipos nada dizem e so t xperam postaris o teu comentarios e logo vêm a correr pa procurar certos pontos ambiguos e criarem um debate vazio e esfarapado.
Gilberto Jonathan Chirindza Egidio Guilherme Vaz Raposo, meu irmão tocaste muito bem no assunto... em conversa num café há quem me alertou que tudo o que esta acontecer são manobras para que o negociata de patos hoje de petróleos e outros minerais continue por mais algum tempo no poder...a verdade é uma este governo não é de moçambicanos, mas sim da Frelimo, dai que não se interessam com este povo pacato... garanto lhe que este sistema vai cair e não falta muito.
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