Getty Images Stuart Hall foi detido antes do Natal na sua casa em Wilmslow, Cheshire, onde vivia com a mulher, Hazel 
Mais um escândalo está a manchar o prestígio da BBC. O veterano apresentador e comentador da rede pública de televisão britânica Stuart Hall, admitiu hoje a culpa por 14 casos de abusos sexuais, inclusive de violação, um dos quais envolvendo uma criança de 9 anos. Inicialmente, Stuart negou os crimes, dizendo-se vítima de "calúnias perniciosas". Mas acabou por afirmar que, afinal, as mulheres que o acusam estão a falar a verdade.
Stuart Hall - que foi foi preso na sua mansão em Wilmslow, Chesfire, pouco antes do Natal - saiu do tribunal em liberdade mas foi esta quinta-feira demitido da BBC. A sentença do tribunal será conhecida a 17 de junho.
A BBC, que suspendera o apresentador de "It's a Knockout" na sequência da sua detenção em dezembro, mostrou-se "estarrecida com os factos" e já apresentou um pedido de desculpas às vítimas e aos seus familiares, lamentando "profunda e sinceramente" os seus atos.
"Continuaremos a colaborar com a polícia nesta e noutras investigações que levem a cabo", disse um porta-voz da BBC, citado numa notícia divulgada pela própria estação.
"Predador oportunista"
Os 14 crimes de abuso sexual, um dos quais envolvendo violação, foram cometidos entre 1967 e 1985, no Reino Unido. As vítimas - então raparigas de 9, 13 e 16 anos - eram abordadas por Stuart Hall, em público ou em privado, sob o pretexto de as ajudar.
Inicialmente, os crimes de que Hall era suspeito reportavam apenas ao período de 1974 a 1984. Mas em fevereiro o apresentador da BBC voltou a sentar-se no banco dos réus por causa de outros crimes de abuso sexual praticados antes e depois desse período. Ou seja, desde 1967 até 1985.
A maior parte dos crimes foi cometida entre 1972 e 1982, quando Stuart Hall já era uma 'estrela' devido ao popular programa televisivo "It's a Knockout".
Hall foi descrito pelo procurador-geral de North-West, Nazir Afzal, como um "predador oportunista". De acordo com o magistrado do Ministério Público britânico, "a prova das vítimas estabelecia um padrão de comportamento que nenhuma explicação inocente podia ser dada".
Segundo Afzal, "as vítimas não se conheciam e quase duas décadas separam a primeira da última tentativa de abuso, mas quase todas as vítimas, incluindo uma que na altura dos acontecimentos tinha 9 anos de idade, davam versões muito semelhantes".
