Isalcio Mahanjane
22 de Outubro às 10:49 ·
A EXPRESIVA, PORÉM, DESAFIANTE E POUCO ENCARAJODORA VITÓRIA DA FRELIMO
Os dados intermédios que nos chegam ao conhecimento apontam para uma vitória expressiva da FRELIMO no quadro geral das autarquias. Das 53, a FRELIMO venceu e convenceu em 38, e venceu assim-assim em 6, porquanto não tem a maioria nas respectivas assembleias, ao passo que a oposição “arrecadou” 9. Estes números apontam para uma vitória na casa do 71,7% - 83%, o que, salvo melhor opinião, significa uma vitória significativa (“esmagadora e retumbante”).
Contudo, estes números podem obrigar a outras reflexões, pois nem todos os municípios tem o mesmo peso populacional e estratégico, o que pode significar, necessariamente, o diluir da expressiva vitória, como constata Gabriel Muthisse na sua douta análise aritmética, porquanto no computo geral a FRELIMO arrecadou qualquer coisa como 51,97% dos votos do universo de eleitores das 53 autarquias.
Noutro sentindo, mas igualmente douto, Adelino Buque alerta para a “ingovernabilidade” nas 6 autarquias em que a FRELIMO ganhou abaixo dos 50%, que pode gerar outras eleições a breve trecho, isto é, repetir eleições há escassos meses das eleições gerais, à “moda” Nampula, realizadas este ano.
É também verdade que fora deste quadro estão distritos e localidades não autarcizados, cujo universo de eleitores desconheço, mas que possa ter algo a dizer nesta aritmética, sendo certo de que as zonas do litoral moçambicano se mostram pouco simpáticas para a FRELIMO! Como o é que o contencioso eleitoral pode forçar alteração de algumas das “teses” ora publicadas.
Ora, esta vitória, pelos motivos tentados expor, pode significar um autêntico desafio para a sobrevivência da FRELIMO e não necessariamente uma lufada de ar fresco como pode parecer, aliado a uma governação algo pálida (por vários factores, dentre eles externos) e o recorrente desencontro na estratégia de comunicar e ganhar simpatias internas...
O que faz de 2019 um ano de verdadeira sobrevivência e não de favas contadas!
p.s. não se pretende o bota-abaixo, mas sim uma reflexão profunda e construtiva...
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Adelino Buque Felicito o Isalcio Mahanjane pela reflexao, por acaso, acabo de publicar uma reflexao cujo titulo eh "Projecto Frelimo nao Falhou mas, impõe-se reflexao" parabéns Isalcio!
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Gabriel Muthisse Creio que é importante refletirmos. Não para ter razão. Mas para apurar o nosso entendimento quanto ao futuro. Reflectir, mesmo quando erramos nas análises, é melhor do que andarmos a cantar hossanas
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Geraldo Ilidio Filipe Governo Se pudesse despir o amor e simpatia que tenho pelo Glorioso, faria alguns reparos, em função do pouco que conheço de Moçambique.
Mas estou de acordo com a tese de " refletir com Profundidade" para pudermos ser realmente convincentes perante ao eleitor.
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Feliz Silvia Grande reflexão cda Isalcio Mahanjane de facto precisamos abandonar o espírito triunfalista e de autêntica hipocrisia e partirmos para o trabalho sério e despido de preconceitos.
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Armandinho Caula Obrigado ilustre colega pela reflexão isenta de fanatismo político. Anotado.
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Noa Inacio Eu leio Isalcio Mahanjane Adelino Buque e Gabriel Muthisse por obrigação. Escusado será dizer que com muito gosto e tenho aprendido muito. Ora, não conhecendo a forma de discutir ao nível da Comissão Política não me parece que aquele nível haja esse entendimento de que o Partido não está nada bem e que as eleições obrigam a uma mudança de rumo. Me parece que se ao nível da Comissão Política não se entender que é preciso ser sentar alargada mente e repensar o país então vamos de eleição em eleição até perder as eleições gerais e presidenciais.
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Pedro Frederico Cossa Profundo....
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Aulate De Almeida Dino Muita lucidez Isalcio Mahanjane, se parte dos camaradas tivesse uma abordagem igual ou aproximada a sua, nada seria alarmante. Abracos
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Manish Cantilal Bom texto, quando tiveres time gostaria De ouvir sobre + sobre oJM. Quantidade de membros por casa cidade etc etc etc
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Dino Foi Tu e Jota, nada!Gerir
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Isalcio Mahanjane Vamos marcar Manish Cantilal... rsrsrs... bem dito Dino Foi, o problema dele com a jota... eish, "nada juro"...
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Mendes Mutenda Manish Cantilal, voce noutra encarnação ja foi SG da J? Kikkkkk
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Nelson Junior ........Nao cantemos Allelluias e nem Kumbayas, a verdade é so uma:...Se, 70% da populaçao Moçambicana for analfabeta e o STAE e a CNE continuarem partidarizadas,a Frelimo vai ser sempre o maior partido do País,e acima de tudo com esta dita Oposiçao futil e desorganizada, o futuro de Moçambique estará sempre nas maos dum velho partido superorganizado, corrupto e mafioso...oxala, que a Frelimo exigesse ao Governo de concluir o caso das dividads ocultas e dos avioes de Lam........Gerir
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Kamal Badrú Acredito que a frelimo irá mudar de estratégia
1. Mudar a ação da ojm por completo
2. Ouvir as necessidades do povo
3. Se tornar partido de todos e não de uma elite
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Almeida Oliveira Muito bem colocado. Tenho notado que não é o povo que ja não quer a Frelimo, mas a Frelimo que já não quer o povo.
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Sérgio Menier Grande verdade
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Stela Santos 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽
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Dino Foi Muito bem posto Isalcio Mahanjane.
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Lúcio Langaa Muito Profunda esta reflexão.
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Manuel Teixeira Meu caro amigo Isalcio Mahanjane, sem dúvidas a reflexão é profunda, juntos teremos que lutar para o melhor da nossa FR ELIMO a nossa geração tem de empreender mudanças e não aplausos.
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Ido Alfred Vamos descutir conhecimento, estas de parabéns IIsalcio Mahanjanepela forma como estás a levantar este debate.
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Fernando Costa Esta reflexão é completamente correta. E acredito que a maioria dos dirigentes comungam dela. O grande problema, que não o devia ser, é assumir isso como verdade e encontrar as razões porque aconteceu e tomar as medidas necessárias para corrigir e que está mal.
Essa correção é efectivamente complicada de fazer. Todos sabemos que é preciso dirigir e governar para a maioria. Que é preciso tomar medidas concretas que melhorem e facilitem a vida do povo.
Na actual situação econômica e social da sociedade e com as mesmas pessoas a ditar a linha política a seguir, não acredito que a tendência se consiga inverter.
Era preciso um aglutinador que tivesse a capacidade de impor um discurso e práticas novas. Não sei se existe. Eu pelo menos não conheço.
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Marques Abdala Sem duvidas Dr
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Benedito Macaua Excelente texto. Parabéns, ilustre Isalcio Mahanjane.
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Muhamad Yassine Estao em decadencia é normal
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Nelson Junior Eu, jamais e jamais vou compreender a mentalidade do povo Moçambicano...As eleiçoes intercaleres( regionais ou autarquicas) deviam( deviao?) chamar ) à atençao ao Partido no Governo de corrigri certos erros...O Povo deveria demonstrar aos governantes o seu desgosto...como é possivel, de que um partido envolvido em dividas ocultas, venha ele ser eleito???..isto eu nao compreendo...aos meus amigos da Frelimo, eu nao critico a Frelimo por ela ser a Frelimo, se, e se,o MDM ou a Renamo estivessem no Governo e "contraissem" dividas ocultas, eu diria o mesmo,pois cada Partido deve ou deveria respeitar o povo........e hoje das dividas ocultas ninguem fala...assim nao se vai a lugar nenhum
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Calton Cadeado Vitória quantitativo vs vitória qualitativa...
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Isalcio Mahanjane
21 de Outubro às 19:21 ·
Já cai na tentação de apontar os dedos para um ou para outro país por ingerência... e ela existe... mas não penso ser saudável, no quadro das relações internacionais, que se adopte uma estratégia de ataque à tais países, salvo se comprovada, por factos, tal ingerência.
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Lenine Daniel Nem mais. É vergonhoso ver gente bem formada e informada fazendo fretes sem necessidade. É por isso mesmo que quando têm assuntos sérios e expõem não são levados a sério porque estamos habituados aos constantes ataques sem norte. Já passou a fase de falar por falar, escrever por escrever.Gerir
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Isaias Jaime Massango Há um comentador político defensor de coisas indefensável que sempre. Se desdobra em ingerência dos assunto interno mão externa mas esquece de onde ele vem deixou um buraco do tamanho da agencia que representou e mal representadas.
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