Marques Mendes recordou nesta noite na SIC que há 40 anos que não há uma cisão no PSD. Todos se vão sair mal, antecipou. António Costa, esse, nasceu "virado para a Lua".
"Esta decisão de Santana Lopes não é boa nem para o PSD nem para Santana Lopes. Ambos vão perder."
Para Luís Marques Mendes não há dúvidas: "No imediato, perde o PSD" porque "há 40 anos que não tem uma cisão e uma cisão é sempre uma cisão." Ou seja, o partido "vai perder alguns votos" e, por poucos que sejam, isso será "mau" porque "já só tem 27% nas sondagens".
Comentando nesta noite na SIC a atualidade política, este ex-líder do PSD - e conselheiro de Estado - acrescentou que "no curto e médio prazo" a decisão também será "má para Santana Lopes". "Não acredito que o seu partido tenha grande sucesso. Pode tirar alguns votos ao PSD e também ao CDS. Mas, no final, acho que o seu novo partido vai suscitar mais curiosidade do que apoio popular."
"Em vez de ser uma coligação PSD-CDS, o que Santana quer é que seja PSD-CDS-Partido de Santana Lopes."
Em sua opinião, "o grande objetivo" de Santana será "tentar que o seu novo partido venha a fazer parte da futura coligação de centro-direita que um dia chegará ao poder". "Em vez de ser uma coligação PSD-CDS, o que Santana quer é que seja PSD-CDS-Partido de Santana Lopes. Este é o seu grande objetivo."
Para já - acrescentou - a sua prioridade serão "as eleições europeias". "É aí que Santana Lopes quer ter a primeira grande afirmação." Por isso, vai apresentar-se "seguramente" como um partido "muito antieuropeu, muito nacionalista, com uma grande dose de populismo, virado para tentar capitalizar descontentamentos, internos e externos". E isto terá uma consequência no CDS, obrigando o partido de Assunção Cristas "a um discurso menos europeu, menos moderado e mais radical".
Marques Mendes comentou também o anúncio no Expresso por Pedro Duarte (ex-líder da JSD e diretor da campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa) de que está disposto a ser alternativa a Rui Rio na liderança do PSD.
"Todos os adversários de Rio estão a marcar posição para o futuro."
Em seu entender, "o mal-estar que hoje se vive no PSD", por causa das sondagens, "da imagem de que o PSD é muleta do PS" e da ideia "de que o PSD já perdeu as próximas eleições", cria "terreno fértil para desafios desta ordem".
Assim, "todos os adversários de Rio estão a marcar posição para o futuro", para "o período pós-Rui Rio". "Eles acham que Rio vai perder as eleições de 2019 e que a seguir se vai abrir uma luta pela liderança e estão todos a posicionar-se para esse momento. Agora foi Pedro Duarte; antes foi Luís Montenegro; e no futuro ainda podem ser outros."
A Rui Rio, o comentador da SIC deixou um conselho: "Devia aproveitar estas férias para mudar de vida, ser mais firme e assertivo na oposição; mais claro e afirmativo na apresentação de alternativas." E, a nível interno, "devia ser pró-ativo na promoção da unidade do partido", ser "agregador", ter "capacidade de diálogo" e "fazer pontes dentro do partido". E a isto os seus adversários internos "deviam responder positivamente" porque "ninguém ganha com um partido dividido".
Outro tópico do comentário político desta noite de Marques Mendes foi o caso Robles. No seu entender, o caso foi "péssimo para o próprio, mau para o Bloco de Esquerda e bom para o PCP e o PS". Aliás, do ponto de vista do interesse do PS e do governo e do seu chefe, toda a semana, este caso no BE e as divisões no PSD só provam que António Costa "nasceu virado para Lua".
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