Programa económico entrou nesta segunda-feira em vigor e prevê corte de cinco zeros ao bolívar – renomeado como “bolívar soberano” – e aumento do salário mínimo em 34 vezes. Medidas trazem mais dúvidas que certezas.
Entrou esta segunda-feira em vigor o programa económico de Nicolás Maduro para travar a hiperinflação na Venezuela – calculada em 1 milhão por cento em 2018. Há muito prometido pelo regime chavista, o novo pacote de medidas prevê uma reconversão monetária, um aumento extraordinário do salário mínimo e a vinculação da nova moeda ao petro – a criptomoeda criada recentemente pelo Governo.
O “bolívar soberano” nasce do corte de cinco zeros à moeda existente, o “bolívar forte, e vem acompanhado por oito notas – de 2, 5, 10, 20, 50, 100, 200 e 500 – e duas moedas novas. As notas e moedas antigas vão continuar em circulação durante os próximos tempos, à excepção das notas de 1000 “bolívares fortes”, que os venezuelanos terão de trocar durante os próximos sete dias.
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Uma vez que Maduro decretou para esta segunda-feira feriado nacional, a circulação do “bolívar soberano” só começará na terça-feira. Prevêem-se, por isso, longas filas junto aos postos de câmbio durante os próximos dias.
Continue connosco. Temos muitos outros artigos para siTal como anunciado na sexta-feira, a reforma económica prevê um aumento do salário mínimo em 34 vezes – para 180 milhões de bolívares (cerca de 30 euros) –, já a partir do dia 1 de Setembro.
Estão ainda previstas mudanças nos subsídios do Estado à compra de gasolina, considerada uma das mais baratas do mundo. Para além do aumento dos preços, para acederem a combustível a preços regulados, os venezuelanos terão agora de apresentar obrigatoriamente o “cartão da Pátria” – um documento electrónico de identificação, em vigor desde 2017, que a oposição diz ser não ser mais do que uma forma do Estado chavista controlar e chantagear os cidadãos.
O agrilhoamento da nova moeda ao desempenho do petro e das reservas de petróleo do país são um factor de preocupação, junto dos analistas, que não acreditam ser o plano mais adequado para a recuperação económica da Venezuela. Especialistas em criptomoedas argumentam que a falta de credibilidade e de confiança em Maduro fazem do petro uma moeda demasiado vulnerável. “Ancorar o bolívar ao petro é ancorá-lo a nada”, diz à AFP o economista Luis Vicente León.
Maduro, por seu lado, acredita que estas reformas vão abrir caminho para a recuperação da Venezuela e para o combate à “guerra económica” contra as “forças imperialistas”. “Vamos desmontar a perversa guerra do capitalismo neoliberal para instalar um sistema económico virtuoso, equilibrado, sustentável, saudável e produtivo”, afiançou, numa mensagem publicada no Twitter
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