quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Avalanche de críticas contra vídeo de sul-africano que se filmou na praia a elogiar o facto de não haver lá negros


O vídeo, que ele próprio colocou na net, deu origem a um escândalo nacional, ampliado por o homem usar um termo extremamente ofensivo

Um sul-africano filmou-se a si mesmo numa praia gabando a paisagem ("céu na terra", diz ele) e elogiando em especial o facto de não se verem ali pessoas negras, às quais aplica um termo extremamente ofensivo que começa por K – "a palavra K", como relata grande parte da imprensa. Ele próprio pôs o vídeo na net e não terá esperado o nível de reação que provocou. O vídeo tornou-se viral e deu origem a um escândalo nacional, com críticas unânimes, ameaças de boicote e até anúncios de processos judiciais.
Adam Catzavelos, segundo alguns comentadores, limitou-se a dizer aos seus amigos na net aquilo que muitos brancos do seu país dizem em privado – esquecendo-se no entanto de que a net não é privada. Casado com a diretora de marketing da Nike na África do Sul, não só esta foi gravemente prejudicada como a empresa da sua própria família, St. George's Fine Food, foi obrigada a expulsá-lo, declarando que os valores que defende nada têm a ver com o que Catzavelos afirma no vídeo.
Perante a avalanche de críticas, ele apagou as suas páginas nas redes sociais, mas já era tarde. Num país onde o racismo permanece uma ferida aberta, tem-se ouvido exigir todo o tipo de retaliações contra ele. "Escrevam à escola onde os seus filhos andam a pedir que sejam suspensos, ao seu ginásio para que lhe cancele a inscrição, ao banco que lhe fez o empréstimo da casa", diz alguém no Twitter.
Um partido nacionalista da oposição anunciou que apresentou uma queixa-crime contra Catzavelos. Já anteriormente houve gente presa por utilizar a tal palavra, kaffir [cafre, em português], oficialmente definida como linguagem de ódio no país.

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