Por Edwin Hounnou
O Presidente
da República, Filipe Nyusi, encontrou-se, nas matas da Gorongosa, a 06
de Agosto de 2017, com o Presidente da Renamo, aparentemente, no âmbito
da busca da paz, longe do conforto dos gabinetes ou das mordomias dos
hotéis. À primeira vista, trata-se de uma iniciativa de louvar os dois
dirigentes terem-se encontrado. Se essa atitude tivesse sido tomada logo
a seguir às eleições de Outubro de 2014, de moçambicanos, e não só,
teriam sido poupadas. Não teríamos os esquadrões da morte que mataram
várias centenas de moçambicanos nem valas comuns para onde atiravam as
suas vítimas. Nenhum moçambicano teria procurado refúgio no Malawi ou
Zimbabwe para se abrigar das balas. Ninguém saberia da existência de um
campo chamado Kapisse.
Está ainda bem
fresco na memória de muitos o drible que Joaquim Chissano fez a
Dhlakama, em Roma, e a precipitação em chegar a um acordo a qualquer
preço, que terminou numa verdadeira aldrabice. A finta foi tanta que o
governo da Frelimo fechou as portas á entrada de guerrilheiros da Renamo
na polícia e nos serviços da segurança porque o governo ainda precisava
desses serviços para futuras “vitórias eleitorais retumbantes”. A
seguir a essa manobra, assistimos a transformação de derrotas da Frelimo
em suas sucessivas vitórias retumbantes, colocando, desse modo, a paz e
a democracia, que pressupõe alternância ao poder, em perigo. Em
democracia, governa a quem o povo conferiu o poder e não a um grupo de
batoteiros e mafiosos.
Vale, também,
recordar que o Armando Guebuza, chamado pelos seus acólitos de
“visionário” que mandava dizer que nada mais havia para negociar com a
Renamo, orquestrou uma guerra para ostracizar o seu principal adversário
político, fechando-lhe todas as portas do diálogo. Para enganar a
Dhlakama, Guebuza engendrou um falso e inaplicável acordo de cessação
das hostilidades militares a fim de permitir a realização das eleições
com os canos das armas rebaixados. O “visionário” queria, com aquela
finta, transmitir ao mundo que o país estava em paz e, em Moçambique,
havia paz. Guebuza foi o pior presidente de Moçambique por ter
desencadeado uma guerra injusta e fratricida, pontapeou os termos da paz
e mergulhou o nosso país em dívidas constitucionais, escondidas e
criminosas.
Até prova em
contrário, foi Filipe Nyusi, na qualidade de comandante-chefe das Forças
de Defesa e Segurança, que ordenou emboscar a caravana de Dhlakama, em
Chibata e Zimpinga, a 25 de Setembro de 2015, na província de Manica, e
mandou sitiar a residência do líder da Renamo, nas Palmeiras, na cidade
da Beira, quando regressava das matas para onde havia se havia
refugiado. Agora, a gente bate palmas e eleva Nyusi á categoria de herói
por ter ido à Gorongosa, em sinal de procura de paz, tentando limpar a
nódoa da tentativa do assassinato do seu adversário político. Muitos
parecem que tem problemas graves de amnesia, esquecem-se com rapidez, os
acontecimentos que marcam a nossa História.
Em abono da
verdade, é preciso dizer que Dhlakama o principal facilitador da Frelimo
por andar esquecido de que não haverá paz nem democracia efectivas
enquanto não haver uma revisão profunda da Constituição e
desmantelamento dos actuais órgãos eleitorais por serem os promotores de
fraudes eleitorais e, consequentemente, de conflitos que desembocam em
guerras. Viveremos de trégua em trégua por nos faltar a coragem de
responsabilizar criminalmente os que jogam o povo para fornalha da
guerra e da pobreza. Toda a conversa ou negociação entre Nyusi e
Dhlakama ou seus grupos que não implique a revisão da Constituição e a
inclusão de todas forças vivas da sociedade será, só e somente só, um
nado morto. Por isso tudo, Dhlakama cuide-se! Bassopa, Dhlakama!
Bassopa, amigo, que não se deixe embalar!
Em vez desta linguagen que perpetua odios e desconfiancas nao seria melhor procurar o que nos une do que o que nos divide? Que eu saiba, o fim da democracia nao e a altenacia do poder mas sim legitima-lo. A Chanceler Alema, Angela Morkel esta na campanha para o seu quarto mandato com o seu partido. Nao se critica falta de alternacia. Em Africa, o Botswana e exemplo de bom desempenho tanto politico como do exercicio da democracia. Mas desde 1966 que o Botswana Democratic Party (BDP) ganha as eleicoes. Nao se fala da falta da alternacia do poder.
Acho que o importante e aceitar que tenhamos pontos de vista diferentes no mesmo espaco politico; Devemos aceitar um ao outro e nao nos atribuirmos adjectivos que so incitam o odio e intolerancia. Lendo muitos jornais dos ultimos dois anos nao vi onde a Frelimo apelidou a Renamo de assassinos, ladroes, sabotadores e aldraboes. Mas todo o mundo sabe que agentes da Renamo assassinaram inocentes, roubaram gado de populacoes, sabotaram estradas e aldrabam jovens e velhos para ficarem no mato enquanto um punhado de elite vai comendo nas cidades feitos de deputados.
O Edwin chama outros de batoteiros e mafiosos e apela ao lider da Renamo para se cuidar.Onde e que voce esta? Porque castigar a ele nas matas enquanto voces vao comendo? Porque usam a ele como resgate dos vossos insasiados interesses e apetites?
E claro que o Dhlakama tem o lado humano sobretudo porque deixa uma elite (voces)agitadora na cidade e ele vai sacrificando ate a sua propria saude para eles (voces) comerem.
E tempo de pautarmos pela linguagem reonciliadora, pacificante e unifocadora.
Por isto e pela construcao de um Mocambique sem discritminacao e nem agitacao e transformacao de lideres em refens, estendo o meu abraco a ti e a todos os mocambicanos amantes da paz. Nada de bassopas ou hokoyo... vamos dar chance a paz. Deixem o lider tambem viver uma vida normal. Nao sejam egoistas.
Aquele abraco Mocambicano
Machate