Marcellus Williams já não vai morrer esta terça-feira, como estava
programado. Condenado pelo esfaqueamento de uma mulher em 1998, viu a
execução adiada perante a apresentação de novas provas.
Williams foi condenado em 1998 por alegadamente ter esfaqueado Felicia Gayle, de 42 anos, uma repórter do St. Louis Post-Dispatch durante uma tentativa de assalto à sua casa, em 1998. Mas os advogados de Williams, agora com 48 anos, dizem que os resquícios de ADN encontrados na arma no crime não correspondem ao ADN de Williams, mas sim ao de um outro elemento do sexo masculino desconhecido. Mas o procurador de St. Louis voltou a reforçar que havia “zero hipóteses” de ele ser inocente.
O governador Greitens disse, entretanto, que vai escolher um painel com juízes ainda a exercer e outros já reformados para analisar o caso, mas não há data conhecida para a entrega deste parecer.
“Estamos aliviados e agradecidos ao governador Greitens oor ter travado a pressa dos procuradores do Missouri e ter pedido o estabelecimento de uma quadro de especialistas que possam analisar o caso que agora contém novas provas de ADN que apoiam a presunção de inocência”, disse à CNN Nina Morrison, advogada da organização contra a pena de morte Innocence Project.
“Apesar de muitos americanos terem ideias muito diferentes sobre a pena de morte, há um consenso geral que aqueles que são condenados à morte devem ter todas as opções esgotadas antes de serem executados e o governador, hoje, honrou esse princípio”, acrescentou ainda Morrison.
Os defensores do fim da pena de morte nos Estados Unidos, que ainda existe em 31 estados, entregaram ao governador Greitens mais de 185 mil assinaturas contra a execução de Williams. Desde 1976 foram condenadas à morte, e morreram, 1458 pessoas. Há neste momento mais de 2000 pessoas nos chamados “corredores da morte” à espera do dia da execução.