Por: Leonel Marcelino
Os comunistas, pressionados pelas circunstâncias internacionais, inventaram uma espécie de democracia, que, da democracia está tão distante como a China de ser uma colónia africana. Falo da democracia popular, que era suposto ser uma forma de Estado em que o Povo seria soberano. A realidade e a História mostram como esta mentira descarada se espalhou despudoradamente por uma boa parte do mundo, com incidência em África e América do Sul, ganhando raízes sempre renovadas, para mal dos povos e benefício dos governantes e de seus lacaios. Ninguém ignora como todos os ditadores deixam cair da mesa do banquete migalhas que os sustentam nos seus tronos, comprando seguidores sem coluna vertebral nem cérebro honesto que, com acções locais, com mentiras, com intervenções na comunicação social, com intimidações nas comunidades preparam o terreno para que o poder se sinta confortável.
Em situações extremas, recorrem mesmo aos assassinatos cirúrgicos para calarem misteriosamente as vozes incómodas. Em tempo de eleições, recusam vistos de entrada aos observadores críticos, espalham boatos, inventam situações intimidatórias, prometem o que nunca cumprem, enfim, usam de tudo para destruir quem ousar enfrentar o partido no poder, apresentado como o único defensor do Povo. Sobretudo, impõe-se uma atmosfera de medo que impede muita gente boa de reagir e de adiantar soluções diferentes das do Partido. Todos têm consciência que, se perderem o estado de graça, nunca mais serão ninguém, nem eles/elas nem as suas famílias. Infelizmente, não se conhece país nenhum, no mundo, cujo modelo de governação se fundamente nos pressupostos do poder popular, que não viva na maior das misérias, na exploração, e na degradação humana.
Os comunistas, pressionados pelas circunstâncias internacionais, inventaram uma espécie de democracia, que, da democracia está tão distante como a China de ser uma colónia africana. Falo da democracia popular, que era suposto ser uma forma de Estado em que o Povo seria soberano. A realidade e a História mostram como esta mentira descarada se espalhou despudoradamente por uma boa parte do mundo, com incidência em África e América do Sul, ganhando raízes sempre renovadas, para mal dos povos e benefício dos governantes e de seus lacaios. Ninguém ignora como todos os ditadores deixam cair da mesa do banquete migalhas que os sustentam nos seus tronos, comprando seguidores sem coluna vertebral nem cérebro honesto que, com acções locais, com mentiras, com intervenções na comunicação social, com intimidações nas comunidades preparam o terreno para que o poder se sinta confortável.
Em situações extremas, recorrem mesmo aos assassinatos cirúrgicos para calarem misteriosamente as vozes incómodas. Em tempo de eleições, recusam vistos de entrada aos observadores críticos, espalham boatos, inventam situações intimidatórias, prometem o que nunca cumprem, enfim, usam de tudo para destruir quem ousar enfrentar o partido no poder, apresentado como o único defensor do Povo. Sobretudo, impõe-se uma atmosfera de medo que impede muita gente boa de reagir e de adiantar soluções diferentes das do Partido. Todos têm consciência que, se perderem o estado de graça, nunca mais serão ninguém, nem eles/elas nem as suas famílias. Infelizmente, não se conhece país nenhum, no mundo, cujo modelo de governação se fundamente nos pressupostos do poder popular, que não viva na maior das misérias, na exploração, e na degradação humana.
Acontece, como
todos sabemos, em Moçambique, em Angola, no Zimbabwé, ou na Venezuela,
países onde se recusam os direitos mais elementares, como o direito à
vida, à liberdade, à livre expressão das ideias, à dignidade humana.
Simultaneamente, os donos do poder e os seus lacaios distribuem entre si
as riquezas, os interesses económicos, as benesses do quintal. Inventam
esquemas sofisticados de ocultação de provas de autênticos crimes
económicos, políticos e sociais contrários aos interesses do País que
pretendem representar e defender.
Em Moçambique, Carlos Roque, investigador do Centro de Estudos de Democracia e Desenvolvimento (CEDE) afirmou uma grande verdade: “A maior parte dos governantes moçambicanos revelam fraco conhecimento de leis, decretos e regulamentos’’(1).
Com efeito, não bastando que as leis, os decretos e os regulamentos nasçam dos interesses do partido no poder, ainda contam com o desconhecimento, muito por causa do analfabetismo generalizado das autoridades locais, facilitando, assim, a manipulação dos cidadãos convencendo-os que todos quantos não alinharem com a FRELIMO são inimigos do Povo.
Há quantos anos Moçambique sofre dos mesmos conflitos, das mesmas hostilidades político-militares, dos mesmos cancros económico-sociais como os casamentos prematuros, a mortalidade materno-infantil, a fome das populações, as violações baseadas no género, a situação negativa dos direitos das mulheres e das crianças, o analfabetismo, o absentismo escolar, as crendices nascidas da ignorância e da superstição, como é o caso da perseguição aos albinos ou da mutilação genital das jovens, a falta de liberdade de expressão, o desemprego e as mortes motivadas por opções políticas?
Não há interesse em apostar numa educação moderna. A que existe está viciada pelo ideário político e preocupa-se apenas em domesticar os cidadãos para que não sejam críticos, não investiguem, não participem em discussões livres, independentes, activas. Há, como vemos, um nunca acabar de problemas que aguardam um diálogo participado por todos os moçambicanos. A educação, em Moçambique, como em todas as democracias populares, formata os cidadãos para obedecerem, com desastradas implicações para o progresso e o bem-estar dos cidadãos.
Nenhum país progride sem massa crítica esclarecida e isenta. As pessoas têm de ser educadas para pensar, para investigar, para decidir para a felicidade de todos.
Assim, é fácil fazer crer que são neo-colonizadores os que apostam no desenvolvimento e na formação dos cidadãos moçambicanos enquanto se apresentam como amigos exemplares aqueles que despejam sacos de dinheiro nas contas dos corruptos, conseguindo, não só contentores de madeira preciosa, como, também, o domínio das melhores terras e das mais importantes infraestruturas. Serão os chamados doadores os amigos verdadeiros de Moçambique?
Sempre ouvi dizer que amigo não é aquele que nos dá o peixe, mas, aquele que nos ensina a pescar.
Enfim, Moçambique tem donos, mas os donos não são os seus cidadãos, não são, como é evidente, o Povo moçambicano.
Não há pluralismo democrático em Moçambique.
Há um Partido que governa e se apropria do País, um partido cujo presidente se confunde com o Presidente da República que, por sua vez, mete a Constituição na gaveta.(x)
Leonel Marcelino
(1) “Monitoria da governação local pela sociedade civil” , Centro de Estudos e Desenvolvimento (CEDE), 2009
WAMPHULA FAX – 31.08.2017
Em Moçambique, Carlos Roque, investigador do Centro de Estudos de Democracia e Desenvolvimento (CEDE) afirmou uma grande verdade: “A maior parte dos governantes moçambicanos revelam fraco conhecimento de leis, decretos e regulamentos’’(1).
Com efeito, não bastando que as leis, os decretos e os regulamentos nasçam dos interesses do partido no poder, ainda contam com o desconhecimento, muito por causa do analfabetismo generalizado das autoridades locais, facilitando, assim, a manipulação dos cidadãos convencendo-os que todos quantos não alinharem com a FRELIMO são inimigos do Povo.
Há quantos anos Moçambique sofre dos mesmos conflitos, das mesmas hostilidades político-militares, dos mesmos cancros económico-sociais como os casamentos prematuros, a mortalidade materno-infantil, a fome das populações, as violações baseadas no género, a situação negativa dos direitos das mulheres e das crianças, o analfabetismo, o absentismo escolar, as crendices nascidas da ignorância e da superstição, como é o caso da perseguição aos albinos ou da mutilação genital das jovens, a falta de liberdade de expressão, o desemprego e as mortes motivadas por opções políticas?
Não há interesse em apostar numa educação moderna. A que existe está viciada pelo ideário político e preocupa-se apenas em domesticar os cidadãos para que não sejam críticos, não investiguem, não participem em discussões livres, independentes, activas. Há, como vemos, um nunca acabar de problemas que aguardam um diálogo participado por todos os moçambicanos. A educação, em Moçambique, como em todas as democracias populares, formata os cidadãos para obedecerem, com desastradas implicações para o progresso e o bem-estar dos cidadãos.
Nenhum país progride sem massa crítica esclarecida e isenta. As pessoas têm de ser educadas para pensar, para investigar, para decidir para a felicidade de todos.
Assim, é fácil fazer crer que são neo-colonizadores os que apostam no desenvolvimento e na formação dos cidadãos moçambicanos enquanto se apresentam como amigos exemplares aqueles que despejam sacos de dinheiro nas contas dos corruptos, conseguindo, não só contentores de madeira preciosa, como, também, o domínio das melhores terras e das mais importantes infraestruturas. Serão os chamados doadores os amigos verdadeiros de Moçambique?
Sempre ouvi dizer que amigo não é aquele que nos dá o peixe, mas, aquele que nos ensina a pescar.
Enfim, Moçambique tem donos, mas os donos não são os seus cidadãos, não são, como é evidente, o Povo moçambicano.
Não há pluralismo democrático em Moçambique.
Há um Partido que governa e se apropria do País, um partido cujo presidente se confunde com o Presidente da República que, por sua vez, mete a Constituição na gaveta.(x)
Leonel Marcelino
(1) “Monitoria da governação local pela sociedade civil” , Centro de Estudos e Desenvolvimento (CEDE), 2009
WAMPHULA FAX – 31.08.2017
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