SELO:
Depois do
último encontro mantido em Gorongosa, entre o Presidente da República e o
líder da Renamo, em tudo que é canto, só se fala da paz. Os media,
alguns com demasiado exagero, encarregam-se de não deixar passar
despercebido qualquer detalhe do comprometimento do Chefe do Estado em
buscar tal desiderato.
Costuma-se dizer, segundo a sabedoria plebeia, “onde não chove, por muito tempo, qualquer nuvem pode ser sinal de chuva”, mas a realidade manda dizer que, pese embora as chances de chover sejam boas, a festa só pode ser feita depois de realmente vermos a chuva.
Não quero, com isso, desvalorizar o compromisso do Presidente da República com a causa da paz, até porque demonstrou-nos que é um homem humilde e com muita coragem por se dirigir às matas da Gorongosa para um frente a frente com o líder da Renamo, nas negociações da paz.
Se dá para festejar? Sim, talvez a atitude do Chefe do Estado, mas não a paz e as razões para isso são simples e qualquer um pode compreende-las.
Primeiro, estamos nas vésperas das eleições e, infelizmente, em política, a campanha eleitoral, em todo mundo, estrategicamente tem sido antecipadamente realizada. Algumas vezes, por acções que muitas vezes confunde-se com muitas outras coisas, muito boas, mas nunca com ela (a campanha eleitoral).
Costuma-se dizer, segundo a sabedoria plebeia, “onde não chove, por muito tempo, qualquer nuvem pode ser sinal de chuva”, mas a realidade manda dizer que, pese embora as chances de chover sejam boas, a festa só pode ser feita depois de realmente vermos a chuva.
Não quero, com isso, desvalorizar o compromisso do Presidente da República com a causa da paz, até porque demonstrou-nos que é um homem humilde e com muita coragem por se dirigir às matas da Gorongosa para um frente a frente com o líder da Renamo, nas negociações da paz.
Se dá para festejar? Sim, talvez a atitude do Chefe do Estado, mas não a paz e as razões para isso são simples e qualquer um pode compreende-las.
Primeiro, estamos nas vésperas das eleições e, infelizmente, em política, a campanha eleitoral, em todo mundo, estrategicamente tem sido antecipadamente realizada. Algumas vezes, por acções que muitas vezes confunde-se com muitas outras coisas, muito boas, mas nunca com ela (a campanha eleitoral).
Segundo, e
isto é o mais importante, todos deveríamos lembrar que a perturbação da
paz, em Moçambique, é sempre recorrente e quase certa depois da
divulgação dos resultados das eleições. E isto é tão certo, de tal sorte
que para os mais cautelosos, vaticinar a paz só pelas conversações,
recentemente havidas, entre o Presidente da República e o líder da
Renamo, em Gorongosa, é uma pura bobagem.
É a
aproximação das eleições, como sempre foi depois delas, representa o
recrudescer da desestabilização da paz em prejuízo de qualquer indício
de paz possível de vislumbrar nas negociações entre o Chefe do Estado e o
líder da Renamo, até porque, exceptuando o diferencial das negociações,
desta vez, terem ocorridas fora de instalações convencionais, não seria
a primeira vez que, antes das eleições, sinais de paz são colocados aos
moçambicanos, mas logo depois delas ameaças e sinais de guerra são
levantadas.
Contudo,
parece que para muitos de nós os sinais da Paz estão mais vivos do que
nunca, isso é bom, mas, que isto não faça aqueles que são responsáveis
por nos garantirem a Paz esquecerem as reais causas da desestabilização.
Eu não sei
quais são as causas mas, certamente, como qualquer um deveria saber, sei
que tem a ver com os processos eleitorais e, é nisso que, mais do que
em tudo, o Chefe do Estado deve se concentrar para corrigir.
Infelizmente, Moçambique nasceu em meio a uma guerra e, por isso,
felizmente, sabemos superar a guerra mas, não preciso lembrar que os
moçambicanos não são bons mercenários, precisam de uma boa causa para
aceitarem lutar uma guerra.
Enfim,
exige-se uma paz garantida pelos dois beligerantes depois das eleições,
não antes, nem nas vésperas. Queremos festejar uma paz real quando ela
não for apenas uma miragem.
Por Franquelino Basso
@VERDADE – 15.08.2017
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