quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Paz e Reconciliação para desarmar os esquadões da morte



Não sei o que faz com que em certos programas, algumas vezes ou sempre os/as painelistas ou comentadores são apenas pessoas com a mesma tendência política ou que não tenham uma análise imparcial.
Ora neste Opinião Feminina desta vez, ao analisar-se a questão dos assassinatos dos membros da Renamo e da Frelimo pareceu-me que as três painelistas convergeram que os autores de todos os assassinatos e de ambas as partes, era a Renamo. Será? Ou por outro que os que matam os membros da Renamo têm o direito e senão um dever constitucional. Será?
O problema é que parece que algumas pessoas, alguns concidadãos, se fazem de esquecer que os assassinatos não começaram agora e muito menos os alvos são apenas entre os membros da Renamo vs Frelimo, mas que os mortos em Murrupula, em 2013, nem eram membros de qualquer partido, mas uns concidadãos do distrito de Mogovolas; que Mussa Inlamo era apenas um ex-membro do SNASP, que académicos como Cistac, Macuiana, juristas, economistas como António Siba-Siba e outros eram e são apenas cidadãos, exercendo a cidadania; que Sousa Matola morto em Tete e tantos outros conhecidamente eram/são membros do MDM têm sido sequestrados e torturados em Gaza e noutras partes do país; que João Massango foi raptado e torturado...
Pessoalmente, me questiono é se de repente houver trégua entre o governo da Frelimo e o partido Renamo nas aludidas negociações será o fim de sequestros, raptos, torturas e assassinatos. Talvez será o fim contra os membros fiéis da Frelimo já que dizem (uma das painelistas aqui afirmou o mesmo) que há certeza que a autora é da Renamo. Mas como fica a acção contra os outros concidadãos civis que são apenas vítimas por exercerem a cidadania?
Algo que concordo é a evocação da RECONCILIAÇÃO e não a negociação e pior no molde actual. Nos últimos dias, comecei ouvir o termo “reconciliação” com a Graça Machel e eu considero que tanto ela como outros estão a perceber o que muitos começaram a evocar, mesmo antes do Acordo Geral da Paz. Antes do AGP falava-se de Diálogo, Paz e Reconciliação. Eu também acho que só com a reconciliação em Moçambique os assassinatos perpetrados por “desconhecidos” vulgo esquadrões da morte terminarão. Acredito que só um processo de reconciliação desarmará os assassinos, raptores e sequestradores, os torturadores.
Com Ana Rita Shitole, Amina Issa e Maria Paula Tavares Cruz
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