É
pela primeira vez que o historiador e escritor moçambicano, João Paulo
Borges Coelho, pronuncia-se publicamente sobre a crise política que o
país atravessa.
A
conversa que concedeu ontem a “O País” teve como pretexto o lançamento
do seu novo livro intitulado “Água – uma novela rural”.
Mas
porque a crise de água, temática abordada nesta novela, é um símbolo da
crise no seu todo, o escritor não deixou de partilhar connosco a sua
visão sobre o assunto.
Para
o autor do romance “O olho de Hertzog” a crise política que se vive no
país é resultado de uma transição à fase pós-nacionalista.
Na visão do escritor, a Frelimo não está aberta a esta mudança que se caracteriza por uma convivência democrática.
“Por
um lado a uma dificuldade em transformar a Renamo num partido integrado
na sociedade por diversas razões e, por outro, há uma grande
resistência da Frelimo a uma abertura, a uma convivência democrática. A
Frelimo tem no seu seio um núcleo forte de forças anti-democráticas que
resistem à mudança”, criticou.
O
historiador não deixou de criticar o processo longo e desgastante que
são as rondas do diálogo político, numa altura que a paz é um imperativo
nacional.
“Negociações
de paz que passam por centenas de sessões sem se avançar é uma pavorosa
falta de imaginação, no melhor dos sentidos e, no pior, é má-fé”,
classificou o escritor.
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