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O triunfo do lobbismo
A Leticia Klemens esta sendo combatida mas ela encaixa perfeitamente no antípodas do discurso inaugural. Se embrenha como uma mão na luva da nossa mediocridade geral. Alguém ainda não reparou neste cliché que marca a narrativa política da nova geração no poder? Dum lado, um discurso, umas ladainhas, escrito a preceito e, doutro, uma pratica assaz contraditória desse discurso? O ultimo grande nomeado de Nyusi foi o Governador Zandamela. Logo de seguida, ali mesmo no Palácio presidencial, ele já nos dava umas pitadas do que ele pensava eram as prioridades do banco central quando o pais se contorce em leito quase terminal.
Hoje, Letícia mostrou porque foi ela a bafejada. No discurso da sua posse, Nyusi disse que era preciso conduzir o sector com “ciência”. E o que a ministra fez? Disse aos jornalistas que estava com a agenda cheia e que não podia falar. Um cheque-mate em seu próprio pretensiosismo. Já houve tempos em que recusar um convite por manifesto desconhecimento do sector era um golpe de honra. Hoje estamos cagados para isso e, sem pudores, lá vamos fingindo que somos umas estrelas predestinadas…
Nomeação de braguilha? Não, ora essa! O presidente lá sabe o que faz. Sempre no sentido contrario ao discurso. Vejam sua obsessão com o conteúdo local e com a partilha dos benefícios do gás. E uma obsessão salutar. Mas a pratica foge disso. O gás do Rovuma, naquela quota reservada a projecto ca dentro do pais, acaba de ser lançado para concurso mas os TORs foram desenhados para investidor estrangeiro. Os moçambicanos que queiram que se atrelem ao estrangeiro e, se assim for, esse projeto ganha 5 pontos de preferência. Mas a Letícia sabe disso? Claro que não. Ela encarna a marioneta perfeita.
O Rafael Marque tem culpas no cartório. Ele veio dizer-nos que o Ze Du nomeou para Governador do Banco de Angola um rapaz zero a esquerda sem CV nem coisa parecida. Nisto a Klemens leva vantagens…uns tantos cursozecos da Access e uma presença fugaz no rotarysmo. O que falta saber foi o critério: o da política não pode ser, o da competência técnica também. Talvez o da inclusão. Mas que inclusão? Não sei…o que resulta no final de contas parece ser um certo triunfo do lobbismo.
Das multinacionais que empurraram o Couto ou da própria dita cuja de quem se diz eximia no debitar de sorrisos sensuais e ginásticas irresistíveis? Qualquer que seja, o triunfo de madame Klemens, sua nomeação surge como o desnorte de uma governação que destrata completamente o sector mais estratégico para combate a pobreza, afectando negativamente a credibilidade do Presidente Nyusi. Se se esperava competência acima da media, e uma visão estratégica, o PR nos presenteia com uma vacuidade nunca vista, empurrando o sector do gás e do carvão para um selva que vai estar a mercê de uma guerra intestinal dos diversos lobbies que pululam por ali.
PS: E houve quem me perguntasse: sera mesmo que os serviços secretos estão a lavar as mãos, deixando o presidente cometer este tipo de gralhas?
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