Sem divulgar quais temas serão discutidos, chefe da Renamo, Afonso Dhlakama, insiste na governação das províncias nas quais teria ganho as eleições e reforça que quer resolver divergências mesmo tendo sofrido um ataque.
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Afonso Dhlakama disse que apesar da emboscada que visava matá-lo, segundo ele, não irá desistir dos seus esforços em busca da paz, democracia e desenvolvimento em Moçambique e que por isso resolveu aceitar uma conversa com o Chefe de Estado moçambicano. Ele repetiu que o ataque não vai desviar a sua luta pela inclusão em Moçambique.
O chefe do maior partido da oposição do país disse, numa conferência de imprensa, após ter visitado sete distritos da província de Manica, no centro de Moçambique, que já avançou oralmente os pontos da agenda a serem debatidos no encontro com o Presidente Filipe Nyusi.
Ele acrescentou que seus tópicos foram enviados ao Presidente pelo antigo Chefe de Estado de Moçambique, Joaquim Chissano, em um encontro efetuado à margem da cerimónia dos 20 anos da UCM (Universidade Católica de Moçambique), realizada na semana passada na cidade da Beira.
"Eu disse a Chissano que diga ao Presidente que estou disposto a conversar desde que haja uma agenda concreta que crie alternância governativa no país e não apenas apertar a mão dele para que ele convença a comunidade internacional de que há estabilidade no país, quando na realidade não há. Mas a coisa esta a evoluir bastante. Acredito que em breve poderemos anunciar algo", contou Dhlakama.
O que os aguarda
A DW África conversou com o chefe provincial de Mobilização e Propaganda e porta-voz do partido FRELIMO (no poder) em Manica, António Mainato. Este afirmou que o diálogo entre as duas partes não deve ser imposto atendendo que a paz não é pessoal, mas dos 24 milhões de moçambicanos.
"A Renamo precisa mostrar que esta comprometida com a paz no país colocando em prática ações concretas", concluiu Mainato.
Entretanto, sobre os comícios populares orientados pelo líder da Renamo - ao nível dos sete distritos -, Dhlakama avaliou positiva a atividade política desenvolvida pelo seu partido, cujo foco principal tem sido o anúncio de um novo governo nas províncias onde considera ter tido maioria nas últimas eleições pluripartidárias.
Entenda a desavença
O anúncio do encontro entre o Presidente Nyusi e o líder da Renamo ocorre numa altura em que são noticiados confrontos localizados entre o maior partido da oposição e as forcas governamentais, causando mortes e destruições nas zonas atingidas.
Lembra-se que Dhlakama e Nyusi encontraram-se duas vezes no início de 2015 para discutir a crise política em Moçambique, que surgiu depois que a renamo não reconheceu os resultados das eleições gerais de outubro de 2014. Desde lá, Dhlakama vem exigindo a governação nas províncias onde teria vencido o escrutínio. Caso contrário, ameaça tomar o poder nessas regiões à força, repetiu ele algumas vezes.
DW – 23.09.2015
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