O actual director do «GPZ-Gabinete
do Plano do Zambeze», coronel na reserva Sérgio Vieira, foi quem planeou a
operação destinada a eliminar o Secretáriogeral da Renamo, Evo Fernandes. A revelação
foi feita por Paulo Oliveira, ex-representante da Renamo para a Europa
ocidental, num livro de memórias recentemente lançado em Portugal com o título
“Renamo, uma descida ao coração das trevas”.
Download srgio_vieira_foi_quem_planeou_assassinato_de_evo_fernandes.doc
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/05/dossier_makwakw.html
Oliveira, que se assume como agente
do «SNASP – Serviço Nacional de Segurança Popular» desde 1979, fundamenta a
revelação em conversas tidas em Maputo com oficiais de altapatente
Afectos à «D-13», a divisão
da polícia política que tinha a seu cargo as “operações externas”. De acordo
com o autor, a operação “há muito fora delineada, mas mantida no «congelador», desde
os tempos de Sérgio Vieira como ministro da segurança”.
Na altura do assassinato de
Evo, o SNASP era dirigido por Mariano de Araújo Matsinhe. Sérgio Vieira foi designado
ministro da segurança em 1984, tendo sido substituído por Matsinhe no cargo
pouco após a morte de Samora Machel. No entanto, era responsável pelo
Departamento de Segurança da Frelimo desde a independência de Moçambique, nomeadamente
na fase em que ocorreram outros assassinatos políticos em território nacional.
O antigo secretário-geral da Renamo
foi encontrado morto em Cascais, arredores de Lisboa, em Abril de 1987. O autor
material do crime, o cidadão português Alexandre Xavier Chagas, viria a ser
detido em Marrocos e posteriormente levado para Portugal.
A polícia portuguesa
conseguiu localizar o paradeiro de Chagas dado que este não regressou de
imediato a Moçambique conforme o inicialmente planeado. O contratempo, segundo Oliveira,
foi devido a atrasos no envio de uma verba pelos seus “controladores” em Maputo.
Efectivamente, Oliveira cita Betinho Wate, um dos responsáveis da «D-13», como
lhe tendo dito em Maputo que “as verbas não haviam chegado a horas certas”, o
que resultou naquilo que
o oficial da secreta da
Frelimo descreve como “a merdice de Marrocos”.
SNASP também assassinou ex-embaixador moçambicano
No seu livro de memórias,
Oliveira volta a citar Wate, assim como o responsável pelas finanças da «D-13»,
António Mula, como tendo referido que a morte de João Ataíde, ex-embaixador moçambicano
em Paris, fora da responsabilidade de agentes do SNASP propositadamente enviados
ao Malawi. Na altura do crime, Ataíde regressava do quartel-general da Renamo
na região de Gorongosa.
Tratou-se de uma “vingança” do regime da Frelimo pelo facto de Ataíde ter
aderido à Renamo uma vez abandonado o cargo de embaixador, lê-se no livro de
Paulo Oliveira. Já em relação a Mateus Lopes, morto na companhia de João
Ataíde, Oliveira volta a citar os referidos oficiais da «D-13» como tendo dito
que a vítima era um agente ao serviço do SNASP e que a polícia política da
Frelimo decidira liquidá-lo por ser “um agente gasto, mais que descoberto e
denunciado ...um agente “queimado”.
Recorde-se que João Ataíde e Mateus
Lopes, cujo nome verdadeiro era José Alfredo da Costa, apareceram mortos numa
estrada no Malawi, junto à fronteira com Moçambique, naquilo que
foi então visto como uma
simulação de “acidente rodoviário”. Na altura, como parte de uma campanha de
desinformação orquestrada a partir de Maputo, o regime da Frelimo atribuiu a
morte de Ataíde e Mateus Lopes aos serviços secretos sulafricanos os quais
teriam alegadamente agido em conivência com as autoridades malawianas. Idêntica
campanha de
desinformação foi montada a
respeito do assassinato de Evo Fernandes.
Paulo Oliveira, que tinha o
nome de código “Alcino” enquanto ao serviço do SNASP, foi enviado de Maputo com
a missão de infiltrar a delegação da Renamo em Lisboa. O agente secreto
“Alcino” conseguiu atingir esse objectivo em Agosto de 1981.
Em Janeiro de 1983 foi
destacado para dirigir a emissora da Renamo na África do Sul. Oliveira
regressou a Portugal logo a seguir à assinatura do Acordo de Nkomati em Março de
1984. Três anos mais tarde desligou-se da Renamo devido a desentendimentos com
Evo Fernandes, para em 1988 surgir de novo em Moçambique. Analistas políticos
interpretaram o regresso de Oliveira a Maputo como uma tentativa do regime da
Frelimo em dar corpo à sua política de “amnistia” concedida aos “bandos
armados” já que na prática ninguém havia passado para as hostes do regime. Para
além de Oliveira, o regime da Frelimo “amnistiou” igualmente Chanjunje Chivaca
João, um outro agente do SNASP que havia infiltrado a delegação da Renamo em Lisboa.
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 13.07.2006
Download srgio_vieira_foi_quem_planeou_assassinato_de_evo_fernandes.doc
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/05/dossier_makwakw.html
Eu,o meu filho,sobrinho e Rui Monteiro fomos vítimas, como muitos milhares de moçambicanos, desse psicopata e criminoso.
Agora capitalista com ligações a Almeida Santos,Stanley Ho e outros. Diz-me com quem andas....
Adelino Serras Pires
“Lí até ao final, embora com certo esfôrço no descartável último terço,
Renamo-uma descida ao coração das trevas.
Infelizmente não tenho dúvidas sobre a veracidade e a importância de parte das informações colhidas pelo autor, em quantidade e qualidade suficiente para, nas mãos certas, produzir um livro de valor, independente se contra nossas convicções políticas e que seja resultante do atropelo dos mais altos valores de dignidade humana, moral, lealdade...
Mas o resultado impresso oscilou entre a imaturidade e a inconsequência, passando por calúnias gratuitas, revelações privadas absolutamente desnecessárias ao desenrolar dos fatos, exposição pública vexatória de pessoas ainda vivas e - absurdo ! - detalhadas descrições de aventuras sexuais e bebedeiras doentias e degradantes, inesperadas para o
leitor sério que compra um livro que acredita ser político-militar. Confesso que ao folhear o exemplar pela primeira vez acreditei ser um erro de composição da gráfica, que introduzira algumas páginas de um livro erótico por engano!
Lamento pelo autor que desceu, sem dúvida, pelos seus atos e vícios, ao coração das trevas e muito mais lamento que existam editores em um Portugal que se destaca pela qualidade de seus lançamentos, que não se preocupem em, face a um material valioso, filtrar todo o lixo patológico nele existente e publicar com dignidade um livro menor, contundente e sério, evitando esta triste auto exposição do autor.
Lamento pela Renamo que hoje é apenas uma sombra da força vigorosa, cheia de ideal que nosso pequeno grupo trazia quando, no início de 1977, cruzou a fronteira próximo a
Untali, rumo à Gorongosa.
E o circo de parasitas da retaguarda que mencionei quando abandonei a Rhodesia e a Resistência, mostra toda sua esperada e perniciosa performance neste livro do Sr. Oliveira. Esta obra que realiza a proeza de prestar um deserviço à Renamo, à Frelimo, a Moçambique, ao Homem Português e principalmente ao próprio autor, pelo menos servirá também como alerta aos verdadeiros Matsangaíssas, guerreiros enganados pela vaidade e apego ao poder de falsos líderes.
O Comandante André, a força que impulsionou e fez vingar um sonho de liberdade era homem de combate, avesso a políticos. Retornar às origens guerreiras e não se deixar desarmar novamente em troca de promessas, estar ciente que não existem eleições verdadeiras nos domínios da Frelimo, conquistar o poder pelas armas ou dissolver-se é o que resta à Renamo.
Engrossar as fileiras da Resistência ou deixar perpetuar-se a ditadura corrupta e incompetente da Frelimo é o que resta ao povo moçambicano.
E pobre de Portugal se permitir que seu glorioso passado de Heróis do Mar seja esquecido e que se cultuem verdadeiros e auto proclamados heróis de bar, como nesta obra de triste figura."