“Ninguém come carvão ou bebe gás natural”
José Pacheco, no âmbito do ProSavana, em Tóquio.
O ministro da Agricultura, José Pacheco, disse que as grandes potências mundiais, como o Japão, devem olhar para a agricultura como prioritária para os seus investimentos, referindo que, no final de cada dia, nenhum cidadão exige carvão mineral para comer, nem gás natural para matar a sede.
“Moçambique tem recursos naturais abundantes como o gás natural, em que o Japão tem um forte interesse. Mas, no final de cada dia, ninguém vai querer beber gás, nem comer carvão”, disse Pacheco, falando na reunião de alto nível sobre o ProSavana, que ontem decorreu em Tóquio, inserida na visita de trabalho que realiza ao Japão, desde a noite de sábado último.
Na ocasião, que contou com a participação de várias dezenas de pessoas, entre políticos e especialistas de diversas áreas directa ou indirectamente relacionadas com a produção agrícola em Moçambique, no Japão e no Brasil, Pacheco frisou que até os médicos aconselham os doentes a alimentar-se, de forma a que os medicamentos tenham o efeito desejado.
“Os medicamentos só funcionam positivamente num doente que tem disponibilidade de comida”, disse o titular da pasta da Agricultura, sustentando, claramente, a tese de que Moçambique e o mundo não devem ‘correr’ para recursos como gás e carvão, em detrimento da agricultura, que, no país, sempre foi a base de desenvolvimento económico.
No encontro de ontem, foram apresentadas e discutidas várias possibilidades de financiamento do ProSavana, um programa ambicioso de desenvolvimento da agricultura no corredor de Nacala, envolvendo as províncias de Nampula e Niassa, no Norte, e Zambézia, Centro de Moçambique, numa área de cerca de dez milhões de hectares.
Por outro lado, o ministro da Agricultura voltou a tranquilizar os receosos em torno do ProSavana, explicando que qualquer passo que se da é feito em estreita consulta aos governos, líderes comunitários e produtores locais.
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