Em todos os países existem megalómanos, psicopatas, gente com bazófias, como se diz, arrotando postas de pescada. Por cá há um, em particular, distingue-se, não para de lançar bocas.
Considera-se o maior general de todos os tempos, o maior político, o mais popular dos caudillos. Não apenas de Moçambique, mas do mundo inteiro e de toda a História.
Para o caixote do lixo e o esquecimento generais como Alexandre Magno da Macedónia, César, Aníbal de Cartago, Napoleão, Zhukov, Vasilevsky, Konev, Montgomery, Eisenhower, Leclerc, os vencedores da II Guerra Mundial, Giap que esmagou tropas francesas, americanas na Indochina, Samora, Chipande, Mabote, Moiane todos não passam de zeros ao lado do modesto Bazófias.
Dirigentes políticos tornaram-se meras sombras ao pé dele. Stalin, Mao Tsé Tung, Churchill, De Gaulle, Nehru, Tchou En Lai, Ho Chi Minh, Nasser, Nyerere, Mandela, Mondlane, Samora, Chissano, Neto, Cabral, Fidel uns zeros. Crê-se maior que Bento XV! Cale-se tudo que musa antiga canta, cá existe o nosso Bazófias num pedestal que ele se ergueu.
Vejamos a sua História, que os factos documentados e depoimentos tudo bem o provam, para sabermos como o enaltecer.
1. Na sua terra um colono, criador de perdizes (o símbolo faz parte da gratidão do Bazófias), achou que o menino devia estudar. Mandou-o para escola, onde nunca passou da 3.ª Classe!
2. Orlando Cristina a mando de Jorge Jardim e para criar um exército próprio, embrião de uma força armada pseudo nacional, criou os GE e GEP, para combaterem o movimento nacionalista. Lá ingressou não tão voluntário, o Bazófias.
3. Na derrota do colonialismo, Cristina a ele e outros mandou infiltrar-se nas forças comandadas pelo nosso camarada Cara Alegre Tembe. Lá esteve e enviado para o corpo inicial da polícia, devido a roubos e extorsão de colonos que abandonavam o país, a autoridade deteve-o e mandou para a reeducação.
4. Cristina veio buscá-lo e a outros, com comandos helitransportados da Rodésia, para criar uma força auxiliar do regime.
5. Entretanto e havendo necessidade de uma cobertura política, Cristina cria o MNR, transformado em RENAMO pela inteligência militar do apartheid. Dá ao MNR um Presidente moçambicano, ficando Cristina com o poder como Secretário-Geral.
6. Morto na Gorongosa o Presidente fantoche e assassinado o seu sucessor na Rodésia, o Bazófias assume o poder até aos nossos dias.
7. Derrotado o regime Smith, os britânicos nos aviões da Força Aérea evacuam o Bazófias e sua gente para campos na África do Sul, a pedido da Inteligência Militar do apartheid.
8. Van Tonder, Van Niereck, o primeiro tratado por pai pelo Bazófias nas suas mensagens e cartas, enaltecem o rapaz e eliminam os concorrentes, incluindo o Embaixador Ataíde, os irmãos Bomba, Orlando Cristina, Evo Fernandes e toda a dita componente portuguesa, pois o apartheid queria o controlo total.
9. Pagam um salário de coronel (mas preto) ao Bazófias, comandam-no, abastecem com aviões e submarinos e por via terrestre pelo Malawi.
10.Cai o apartheid, Banda no Malawi vê alterarem-se as regras do jogo e este conjunto viabiliza o Acordo de Paz.
Começam as negociatas e as entradas de dinheiros pessimamente geridos e delapidados ao desbarato pelo Bazófias:
1. Para ir a Roma, Tiny Rowlands afirma haver oferecido um milhão de dólares. Ninguém desmentiu.
2. De Outubro 1992 até às eleições gerais de 1994, durante 24 meses, mensalmente e em notas a seu pedido, as Nações Unidas entregaram trezentos mil dólares, um total modesto de sete milhões e duzentos mil dólares. É oficial.
3. Quando em 1994 o Bazófias (já em então) ameaçou retirar-se do processo eleitoral, na Beira o embaixador italiano entregou um milhão de dólares.
4. Estamos perante um total de nove milhões e duzentos mil dólares.
5. Além disso e nos termos da legislação em vigor o seu partido recebe do Orçamento do Estado um valor equivalente ao pago aos deputados da formação política. Está no Orçamento.
Onde param estes valores? Que órgão partidário ou outro audita as contas? Outra pergunta, desde quando o nosso Bazófias começou e cessou de fazer chantagens, ameaças de violência, para tudo parar após uns dinheiros que alimentam as contas? Contas de quem?
Pelo fim da extorsão e chantagem, pela Paz e honestidade, para que haja seriedade e respeito por Moçambique, o meu abraço,
P.S. A 8 de Abril com quase 88 anos faleceu a baronesa de Kesteven, Margaret Thatcher, após anos de isolamento em virtude de sofrer de demência vascular.
Relacionou-se bem com Moçambique e apoiou a solução justa para o fim do regime rebelde de Smith.
A sua relação estreita com Reagan e a política económica de ambos estão na origem das graves crises que afectam o mundo financeiro. A desregularização da economia e o combate contra o Estado Social, os sindicatos não serviram o seu povo ou qualquer outro.
A aliança com Reagan e Gorbatchev trouxe o fim do leste e a liquidação da bipolaridade que mantinha um equilíbrio na arena internacional.
Legado positivo na relação connosco e negativo no resto. A História a julgará, e abraço o fim das suas políticas anti sociais.
JORNAL DOMINGO – 21.04.2013
Sem comentários:
Enviar um comentário