quinta-feira, 25 de abril de 2013

Palma, quem te viu, quem te vê!

 
Jovens desempregados passam tempo a jogar cartas e ntchuva
Famílias perderam machambas sem direito a negociar indemnizações.
Comunidades residentes na área de 27 mil hectares concessionada a ENH-Logistic e a Anadarko dizem que não estão dispostas a abandonar as suas terras.
De uma vila pacata, Palma transformou-se num dos destinos preferenciais de empresários de quase todo o mundo, interessados em tirar proveito da exploração de gás na bacia do Rovuma. Gás é a febre do momento que, vezes sem conta, é tratado como se de comida se tratasse, ao ponto de influenciar várias comunidades sem noção a venderem suas ricas terras a cidadãos estrangeiros e nacionais idos de vários destinos.
Gás só será visível a partir de 2018, quando começar a sua extracção e consequente processamento em Palma, empregando compatriotas nossos em várias frentes de trabalho. O denominador comum em quase todos os pontos do país onde abundam recursos naturais é a falta de mão-de -obra qualificada.
A equipa de reportagem deste matutino deslocou-se, recentemente, ao distrito localizado no extremo norte do país e fronteiriço com a Tanzania, Palma. Trata-se de um distrito que, nos últimos anos, tem sido o ponto de convergência de gente que quer tirar proveito dos grandes investimentos que poderão acontecer nos próximos quatro anos, quando, efectivamente, começar o processamento de hidrocarbonetos, antecedido da montagem da fábrica e de conjunto de infra-estruturas de serviços de suporte, instalação do papiline até à plataforma e construção de um porto de águas profundas.
É um sonho que se vai tornando realidade a cada dia que passa, basta olhar para a azáfama na busca de uma porção de terra para erguer algo que possa rentabilizar.
O distrito de Palma está situado há, sensivelmente, 460 quilómetros da cidade de Pemba e são visíveis, ao longo do troço, obras de construção de uma estrada de raiz e várias pontes, facto que evidência a importância estratégica do distrito para o desenvolvimento do país.
Na vila, começam a surgir novas construções e instituições bancárias que se anteciparam ao crescimento económico do distrito como resultado da descoberta de gás e petróleo.
No terreno, a Anadarko iniciou com a construção de estradas e dois acampamentos e mobilizou para o local meios materiais que começaram a desbravar a terra para dar lugar à construção da refinaria de gás, cujas obras arrancam próximo ano.
A Anadarko instalou um centro de formação, onde são capacitados os nativos em matéria de uso de equipamento de protecção e segurança e como se prevenir de doenças como a malária, HIV/SIDA entre outras enfermidades.
PREVENIR PARA NÃO REMEDIAR
Já não é novidade a revolução que os recursos naturais poderão trazer para a economia do país, mas também há que ter os pés bem assentes no chão para prevenir conflitos futuros que poderão advir, caso não sejam acautelados os interesses das comunidades residentes em Palma, sobretudo na área de cerca de 27 mil hectares concessionada a ENH-Logistic, participada pelo Estado moçambicano através da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos e a italiana ENI.
Do espaço total concedido ao consórcio, sete mil hectares serão ocupados pela Anadarko, numa área onde será instalado o complexo industrial e uma cidadela. Dentro dessa área, duas aldeias com cerca de 6 mil habitantes serão afectadas directa ou indirectamente, o que poderá significar ou não a transferência dos mesmos.
Neste momento, está em curso a construção de estradas e a montagem de acampamentos da Anadarko. As famílias abrangidas pelas obras em curso dizem que não houve consulta pública como manda a lei. Houve, sim, um comício onde as comunidades foram informadas dos investimentos previstos naquela parcela e as obras em curso.
Com este cenário, pode antever-se o futuro sombrio em Palma, tal como em Cateme, no distrito de Moatize, Tete, e em Moma, Nampula, onde, desde que iniciou a exploração de recursos minerais, surgiram vários conflitos.
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1 comentário:

Anónimo disse...

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