Delegado político da Renamo afirma que não vai realizar-se
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- Sofrimento Farai Matequenha, diz que se a polícia tentar inviabilizar as suas acções vão começar por atingir o Comandante Provincial da PRM e de seguida os policiais, que os chamou de “meninos”
Há muito que o maior partido da oposição no país, a RENAMO, vem se queixando da falta de paridade na Comissão Nacional de Eleições – CNE, na qual é constituída totalmente por membros do partido que subordina o Governo, a FRELIMO. Sofrimento Farai Matequenha, delegado político da Renamo, partido liderado por Afonso Dhlakama, em Chimoio, província de Manica, centro de Moçambique, disse que pelo facto de a FRELIMO querer que sejam os únicos na CNE, a Renamo, não vai permitir que o recenseamento eleitoral e as eleições autárquicas aconteçam em Moçambique.
Matequenha, frisou que a CNE é dos partidos políticos mas a Frelimo, está a privatizar a Comissão Nacional de Eleições, para controlar sozinho o processo das eleições e consequentemente, manipular para que a vitória seja a seu favor.
Segundo o delegado político da RENAMO, o país não pode voltar ao estatuto de 1975, ao mono partidarismo, acrescentou que quem trouxe as eleições em Moçambique foi a Renamo, “mas agora porque o governo da Frelimo não aceita as opiniões da RENAMO?”, questionou. Frisou que não se trata de ordenar, mas sim quando se trata de eleições é um jogo, todos querem ganhar,“se uma parte está ferida como é que vamos participar nas eleições? Não é possível”, comentou Sofrimento Farai Matequenha. Quando aos acontecimentos de Gondola, em Manica, e Muxúnguè, província de Sofala, o nosso entrevistado disse que o governo sempre dizia que a Renamo fala e não cumpre, isto por causa do que a “perdiz” vinha dizendo em contestação aos resultados das eleições de 2009.
“Aquilo tudo era educação cívica para as pessoas e para a própria Frelimo”, salientou. Matequenha, pronunciou que sem a Frelimo aceitar os propósitos da Renamo, principalmente no que tange a paridade na CNE, nunca haverá paz em Moçambique, a democracia vai no abismo.
Em relação a actos de violência protagonizada pela FIRForça de Intervenção Rápida, em Gondola, Matequenha, pronunciou que o partido Renamo, na altura estava a espera do secretário-geral, Manuel Bissopo, que tinha como agenda uma capacitação dos membros do maior partido da oposição no país. Afiançou que a polícia, optou por expulsar os membros deste partido da respectiva sede, sendo que a expulsão chateou bastante a RENAMO, apesar de terem aceitado abandonar a sede do partido, mas sublinhou que a constituição defende que os partidos políticos têm direito de reunir e qualquer cidadão também. “Mas o que está a acontecer é tudo ao contrário, até já falam na imprensa que estão a seguir a constituição enquanto estão a violar a constituição, que só a Renamo é que cumpre, mais agora para acabar com tudo isso, temos que acabar com o regime da Frelimo”, indicou Farai Matequenha.
Matequenha, frisou ainda que a propalada manifestação num único dia, do Rovuma ao Maputo, vai acontecer em breve, visto estarem preparados para tal, “queremos mostrar que o que a Renamo diz cumpre”. Ele, explicou que o que aconteceu em Muxúnguè, província de Sofala, foi apenas uma retaliação, que a agenda da província de Manica ainda não chegou o próprio tempo, a quando da manifestação pacífica ao nível nacional, a qual avisou que se a Polícia da República de Moçambique tiver aquele tipo de acção de Muxúnguè, a Renamo vai responder. “É ai onde a manifestação pacífica vai mudar para a manifestação do calor, sim nós temos essa capacidade, temos homens para isso. Se a Frelimo desejar não seja pacífica, nós vamos fazer acreditar que esta seja caloroso”, ameaçou o delegado político da perdiz em Manica. De acordo com a fonte, o mesmo objectivo que levou a Resistência Nacional de Moçambique nos 16 anos de guerra ainda não foi realizado, sendo por isso que para o povo moçambicano sentir a democracia, pretendem acabar com o regime marquixista da Frelimo.
Salientou que se o Governo tivesse comprido com o que se assinou nos acordos de Roma, onde acordou-se que os homens da do partido liderado Afonso Dhlakama, fossem enquadrados na FADM e Ministério da Defesa, a Renamo não teria mantido a sua segurança, o que não se admite em qualquer país duas forças armadas. Sofrimento Matequenha, deixou a nossa equipa de reportagem um tanto curiosa, quando dados indicam que o Rasta Mazembe foi morto, ele diz que no tiroteio de Muxúnguè ninguém da Renamo morreu, que as fotografias que circulam em vários jornais são montagem. Aquele delegado afirmou que “onde trabalha a SISE, tudo é possível. Eles sabem onde estou, quem é o Farai Matequenha, sabem do sr. Jornalista. O Rasta Mazembe esteve aqui, connosco, numa visita de trabalho. Se tivesse morrido teríamos sidos comunicados por forma a realizarmos o seu enterro”. Farai Matequenha, disse que avisou em uma carta a Governadora da província, ao Comandante da PRM, e aos administradores e secretários permanentes, da intenção do partido que representa. Aliás, Matequenha chegou mesmo a afirmar que um dia antes dos acontecimentos de Muxúnguè, já havia comunicado ao Comandante da PRM, em Manica, que tal iria se realizar e que caso a PRM tente invibializar as propaladas manifestações pacíficas, iriam-lhe tirar a vida, seguindo-se os polícias que os chamou de “meninos”. “Avisamos que quando chegar o dia da nossa agenda, vamos começar a atingir a si, depois os seu meninos”, garantiu para depois acrescentar que como prova que nós não queremos nada do governo expulsamos o jornalista da RM, Castigo Luís, que “ligou ao seu chefe a dizer que não queríamos dar a informação que queria”.
“Lhe avisamos, que a Frelimo já tem sua data para acabar com essa brincadeira”, disse Matequenha, que salientou que os homens da Renamo são vistos em Moçambique como estrangeiros. O entrevistado proferiu que é ridículo que em Moçambique para ter emprego tem que ter cartão da Frente de Libertação de Moçambique.
Reacção do Comandante da PRM
Interpelado pelo nosso jornal sobre as ameaças do delegado politico da Renamo, Francisco Almeida, comandante da PRM, em Manica, diz que não responde este tipo de pronunciamento, afirmando não ser a primeira vez que que se fala desse tipo de coisa. Almeida, explicou que Sofrimento Matequenha, tal como qualquer cidadão, é livre de dizer o que acha, “ele está a exercer o seu direito expressão, os políticos sempre dizem isso. É o valor da democracia”.
Quanto a violência da FIR, em Gondola, Francisco Almeida, disse que os homens da lei e ordem foram por ordem porque os ex-guerrilheiros da Renamo encontravam-se concentrados há 12 dias na sede do referido partido, sem nenhum programa concreto, condições de higiene e estavam ao relento. “A concentração preocupou a população local, daí a reacção da polícia, no sentido de repor a ordem”, finalizou. Michael César
O PLANALTO – 24.04.2013
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