Hoje, o presidente fala da
estatura moral e da universalidade do legado do líder sul-africano; mas
em 1987, quando era primeiro-ministro, Portugal votou, ao lado dos EUA
de Reagan e do Reino Unido de Thatcher, contra uma resolução que exigia,
entre outras coisas, a libertação de Mandela.
6 de Dezembro, 2013 - 13:51h
Cavaco Silva: depois do voto de Portugal, Mandela ainda ficou mais três anos na cadeia.
Em 1987, o governo português chefiado por Aníbal Cavaco Silva votou
contra uma resolução que exigia a libertação incondicional de Nelson
Mandela na ONU, Juntando o seu voto apenas aos Estados Unidos de Reagan e
ao Reino Unido de Margareth Thatcher. A resolução pode ser lida aqui (em inglês).
A resolução da Assembleia Geral é a 42/23A e tem como título “Solidariedade com a Luta de Libertação na África do Sul”. Teve 129 votos a favor, 3 contra e 23 abstenções. A votação, país por país, pode ser conferida aqui (link is external).
Mandela ficaria ainda mais três dos 27 anos que passou na prisão.
Hoje, o mesmo Aníbal Cavaco Silva que mandou votar contra a libertação do líder sul-africano, elogia a sua estatura moral e lembra o “extraordinário legado de universalidade que perdurará por gerações”.
Outra resolução
A mancha que essa votação ao lado dos últimos defensores do apartheid deixou em Portugal não desaparece pelo facto de o país ter votado a favor de uma outra resolução, mais moderada, mas que exige a libertação de Mandela. Numa comparação entre as resoluções A e G, salta à vista que esta última não se refere à legalização do Congresso Nacional Africano, de Mandela, partido que se encontrava banido. A resolução G pode ser lida no mesmo PDF que contém a A e a votação está aqui (link is external).
Seria interessante ouvir as explicações do então ministro dos Negócios Estrangeiros, João de Deus Pinheiro, sobre os motivos destas votações contraditórias, que ocorreram no mesmo dia. Os EUA e a Grã-Bretanha votaram contra as duas.
A memória não é curta
Numa nota no Facebook, Francisco Louçã lembrou este facto e comentou. “A memória não é curta”.
A eurodeputada Ana Gomes recordou uma outra votação das Nações Unidas sobre as crianças vítimas do apartheid: “Lembro-me de um episódio em 1989, quando tínhamos uma resolução sobre as crianças vítimas do apartheid apresentada pelo grupo africano. Vergonhosamente, tivemos instruções para votar com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, numa posição contrária a essa resolução”, disse à TVI24, acrescentando que “havia muita gente em Portugal que achava que os nossos interesses estavam do lado do apartheid”. O primeiro-ministro era, igualmente, Cavaco Silva.
A resolução da Assembleia Geral é a 42/23A e tem como título “Solidariedade com a Luta de Libertação na África do Sul”. Teve 129 votos a favor, 3 contra e 23 abstenções. A votação, país por país, pode ser conferida aqui (link is external).
Mandela ficaria ainda mais três dos 27 anos que passou na prisão.
Hoje, o mesmo Aníbal Cavaco Silva que mandou votar contra a libertação do líder sul-africano, elogia a sua estatura moral e lembra o “extraordinário legado de universalidade que perdurará por gerações”.
Outra resolução
A mancha que essa votação ao lado dos últimos defensores do apartheid deixou em Portugal não desaparece pelo facto de o país ter votado a favor de uma outra resolução, mais moderada, mas que exige a libertação de Mandela. Numa comparação entre as resoluções A e G, salta à vista que esta última não se refere à legalização do Congresso Nacional Africano, de Mandela, partido que se encontrava banido. A resolução G pode ser lida no mesmo PDF que contém a A e a votação está aqui (link is external).
Seria interessante ouvir as explicações do então ministro dos Negócios Estrangeiros, João de Deus Pinheiro, sobre os motivos destas votações contraditórias, que ocorreram no mesmo dia. Os EUA e a Grã-Bretanha votaram contra as duas.
A memória não é curta
Numa nota no Facebook, Francisco Louçã lembrou este facto e comentou. “A memória não é curta”.
A eurodeputada Ana Gomes recordou uma outra votação das Nações Unidas sobre as crianças vítimas do apartheid: “Lembro-me de um episódio em 1989, quando tínhamos uma resolução sobre as crianças vítimas do apartheid apresentada pelo grupo africano. Vergonhosamente, tivemos instruções para votar com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, numa posição contrária a essa resolução”, disse à TVI24, acrescentando que “havia muita gente em Portugal que achava que os nossos interesses estavam do lado do apartheid”. O primeiro-ministro era, igualmente, Cavaco Silva.
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Anexo | Tamanho |
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nr051255.pdf | 510.61 KB |
Comentários
É impressão sua... Os links
É
impressão sua... Os links estão claros. Na votação da resolução 42/23A,
aparece um N ao lado de Portugal, dando conta que Portugal votou
CONTRA. Na 42/23G, aparece um Y, dando conta de que votou a favor, tal
como é dito no artigo.
não, não é impressão. Cavaco
não, não é impressão. Cavaco votou a favor de uma resolução que tambem exigia a libertação de Mandela.
Quem escreveu este artigo apenas quis aldrabar as pessoas que não se dão ao trabalho de confirmar...
Tristes..
Quem escreveu este artigo apenas quis aldrabar as pessoas que não se dão ao trabalho de confirmar...
Tristes..
nao percebi onde e que os
nao percebi onde e que os links eram contraditorios...se nao te importares de transcrever, agradecia :)
Esta notícia é falsa!
Esta
notícia é falsa! Portugal votou contra uma resolução generalista de
embargo económico e político à Africa do Sul (RES/42/23/A), onde se
incluía , entre outras coisas a libertação de Mandela. Na altura, o
embaixador de portugal na ONU, um tal de Ramalho Ortigão (tem o mesmo
nome do escritor) defendeu que não concordava com o texto agressivo da
resolução A, mas que Portugal era completamente contra o regime do
apartheid, não concordando igualmente com o embargo económico,
certamente pensando nos inúmeros emigrantes que lá tínhamos e temos. No
entanto, numa resolução específica sobre as medidas a tomar pela ONU
onde se pedia, também entre outras coisas, "a libertação incondicional"
de Mandela (RES/42/23/G), Portugal votou a favor! Apenas os americanos
votaram contra. Portanto esta notícia não passa de oportunismo político ,
puro e duro. E eu nem gosto de Cavaco! Mas a verdade acima de tudo.
Na lista aparece "Y Portugal"
Na
lista aparece "Y Portugal" que corresponde a um Yes (Sim) de Portugal
para a Acção internacional concertada para a eliminação do apartheid:
resolução / adotada pela Assembléia Geral. Logo a notícia não
corresponde à verdade.
Realmente a esquerda
Realmente
a esquerda portuguesa da um excelente contributo a este país... já não
basta não explicarem porque e Portugal votou contra ainda dão mais
ênfase a esse voto do que ao Homem que Mandela é...
Foi ontem explicado numa
Foi
ontem explicado numa reportagem televisiva. No mesmo dia votou contra a
libertação, por entenderem que a resolução incitava a violência e
votou a favor da libertação de Nelson Mandela, numa segunda resolução,
já sem qualquer menção á luta armada. Mais uma notícia falaciosa,
incorrecta e difamatória que em nada dignifica o nosso País.
Acho que fazer propaganda
Acho
que fazer propaganda política, mesmo com o pretexto do falecido Nélson
Mandela é ir muito abaixo. Cavaco Silva, representando Portugal, votou
contra a medida de libertá-lo recorrendo à violência. Como qualquer país
que se preze e que não seja de 3º mundo, todos votaram ou contra ou
absteram-se. Apenas os países que não era desenvolvidos, ou não têm 2
dedos de testa é que querem libertar o símbolo da PAZ com VIOLÊNCIA...
Estou muito desiludido com o BE... é pena
Estou muito desiludido com o BE... é pena
É uma pena fazerem artigos
É
uma pena fazerem artigos destes. O jornalismo é uma coisa séria. Deve
ser para transmitir informação, e não para influenciar opiniões. Tudo
bem, referiram que a libertação de Mandela não era o único factor, mas
não escreveram o artigo de forma imparcial. Gostava que tivessem atenção
à escrita no futuro.
Na resolução G claramente
Na
resolução G claramente lê-se no 4c) que todas as restrições serão
levantadas aos indivíduos e pessoas - logo ao ANC que seria legitimado.
Na resolução A no ponto 2 legitima-se o uso de todos os meios
necessários incluindo a violência. É isso o legado de Nelson Mandela?
Por mais razões que haja para cascar no Cavaco usam a forma mais baixa
que é não só usar a morte de um grande homem como mentir e deturpar?
Estou muito desiludido.
É impressão minha, ou os