segunda-feira, 5 de agosto de 2019

A confissão do atirador de El Paso: "Queria matar o maior número possível de mexicanos"

A confissão do atirador de El Paso: "Queria matar o maior número possível de mexicanos"

A confissão do atirador de El Paso: "Queria matar o maior número possível de mexicanos"
O presumível autor dos disparos que mataram pelo menos 20 pessoas, em El Paso, nos EUA, disse à polícia que pretendia "matar o maior número possível de mexicanos", pouco depois de ser detido.
Patrick Crusius, de 21 anos foi detido pela polícia e identificado como o autor do tiroteio de sábado num supermercado Walmart no sul de El Paso, uma cidade fronteiriça com o México, com cerca de 700 mil habitantes, 83% dos quais são de ascendência hispânica, segundo os últimos censos.
Situada no oeste do Texas, junto à fronteira com o México e separada da Cidade Juárez pelo Rio Bravo del Norte (Rio Grande), a cidade de El Paso tem sido notícia nos últimos meses dada a grande quantidade de emigrantes da américa central que tentam entrar nos EUA por aquele ponto fronteiriço ao território mexicano.
"Vinte pessoas inocentes perderam hoje (sábado) a vida em El Paso e mais de duas dezenas ficaram feridas", disse em conferência de imprensa o governador do Texas, Greg Abbott, no primeiro balanço oficial após o tiroteio.
O autor dos disparos foi descrito pela polícia e alguns políticos norte-americanos como sendo "um jovem racista e cheio de ódio". Um perfil confirmado naquelas que terão sido as primeiras palavras de Crusius, após ser detido pela polícia, sem oferecer resistência. "O meu objetivo era matar o maior número possível de mexicanos", disse.
O chefe da polícia de El Paso, Greg Allen, afirmou que as autoridades encontraram um manifesto do suspeito que indica que o tiroteio poderá ser um "crime de ódio". No documento, publicado num sítio da Internet sem censura, abrigo de outros manifestos extremistas, Crusius faz referência "À grande substituição", a teoria de que as pessoas de origem europeia estão a ser substituídas, particularmente no hemisfério norte, e escreve, também, sobre o atirador de Christchurch, na Nova Zelândia, onde um homem branco, aparentemente xenófobo e racista, matou 51 fiéis muçulmanos, em março.
Segundo o jornal norte-americano "Los Angeles Times", uma conta de Twitter, que pertenceria a Crusius, foi apagada na noite de sábado, horas após o ataque. Nos "tweets", havia elogios a Donald Trump, em particular à vontade do presidente dos EUA em construir um muro na fronteira entre os EUA e o México.
Segundo as primeiras investigações, o autor dos disparos, natural de Allen, perto de Dallas, no Texas, terá atuado sozinho e a arma que utilizou foi apreendida.
Mesmo antes do primeiro balanço oficial, através de uma mensagem no Twitter, o Presidente dos EUA, Donald Trump, qualificou de "terrível" o tiroteio, referindo-se a "muitos mortos".
"Terrível tiroteio em El Paso. As informações são muito más, há referência a muitos mortos", referiu na mensagem. "Falei com o governador" do Texas, Greg Abbott, para lhe "transmitir o apoio do governo federal", acrescentou o inquilino da Casa Branca.
Da mesma forma, o vice-Presidente dos EUA, Mike Pence, lamentou "a perda de tantas vidas inocentes", na mesma rede social.
O governador de Nova Iorque, Adrew Cuomo, manifestou pesar com o "terrível tiroteio" e criticou Donald Trump por se curvar perante a National Rifle Association (NRA). "Enquanto o Presidente se curva covardemente perante a NRA, a epidemia da violência armada está a destruir a nossa nação", disse.
Por cá, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou na noite de sábado uma mensagem ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, na qual lamenta o tiroteio.
"Perante o violento tiroteio ocorrido hoje [sábado] num centro comercial em El Paso, Texas, o Presidente da República enviou uma mensagem ao Presidente dos EUA, expressando condolências aos familiares das vítimas mortais e desejos de rápidas melhoras a todos os feridos", indica uma nota publicada no site oficial da presidência.
Os tiroteios e ataques armados ocorrem com muita frequência nos Estados Unidos. Em Dayton, no Ohio, pelo menos 10 pessoas, incluindo o atirador, morreram num ataque armado horas depois do tiroteio em El Paso.
Na terça-feira, duas pessoas foram mortas e um polícia ferido num supermercado da cadeia Walmart no Mississippi.
No domingo, três pessoas, incluindo um rapaz de 6 anos, foram mortas quando um atirador de 19 anos abriu fogo durante um festival de gastronomia de Gilroy na Califórnia, a sul de San Francisco.

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