Justiça Nacional
As cinco versões de Bernardino Rafael
Sobre os mesmos factos, ataques em Cabo Delgado, o sobrinho de Alberto Chipande, que é comandante-geral da PRM, trouxe uma quinta versão. Foi na semana passada, durante a visita de Filipe Nyusi à sua província.
Bernardino Rafael diz agora que são cidadãos congoleses que, entrando via Tanzânia, protagonizam ataques em Cabo Delgado. Nós não estamos a negar que isto seja verdade. Só queremos saber do chefe da Polícia em que versão acreditar. É que já se acusou o empresário sul-africano Andre Hanekon, os garimpeiros, pessoas que enviam dinheiro do M-pesa, até um cidadão tanzaniano. Tudo isto é contraproducente.
Isto mostra que a elite está desconectada dos reais problemas do seu próprio povo. Não faz sentido que sendo Filipe Nyusi e alguns dos seus colaboradores naturais de Cabo Delgado não saibam o que por lá acontece. Distanciaram-se do povo. São incapazes de responder às necessidades dos mais pobres.
Há estudos que mostram que os factores que alimentam a insurgência, em Cabo Delgado, incluem a má governação, usurpação de terras de camponeses para a exploração de recursos naturais, distribuição desigual da riqueza e falta de serviços básicos na região. Isto, para qualquer realidade, é um autêntico barril de pólvora. É só acender o rastinho que boom, explode!
Agora essas versões de Bernardino Rafael já nem são trapalhadas. É insulto à nossa inteligência. É imbecilizar o povo. O comandante-geral da PRM, por outro lado, ao dizer isto publicamente é que acredita piamente que somos idiotas. Apontou na direcção errada. O idiota, neste contexto, não é o povo. Não existe nenhum caso na História da humanidade em que a tirania venceu. Comam hoje, amanhã pagarão caro!
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