Donald Trump demite secretário de Estado Rex Tillerson.
O diretor da CIA, Mike Pompeo, vai ser o novo chefe da diplomacia norte-americana. Através do Twitter, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a saída do secretário de Estado, Rex Tillerson.

Donald Trump com Rex Tillerson (à esquerda)
MICHAEL REYNOLDS/EPA
O diretor da CIA, Mike Pompeo, vai ser o novo chefe da diplomacia norte-americana. Através do Twitter, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a saída do secretário de Estado, Rex Tillerson e também quem seria o seu sucessor. No mesmo tweet, o presidente norte-americano anunciou que Gina Haspel vai ser a nova diretora da CIA e lembra que é “a primeira mulher” a ocupar o cargo. A saída de Tillerson era há muito esperada pelos especialistas, mas as últimas declarações sobre a morte de um espião russo poderão ter precipitado a saída. A Casa Branca diz que o momento da substituição do secretário de Estado está relacionada com o início do diálogo com a Coreia do Norte.
Mike Pompeo, Director of the CIA, will become our new Secretary of State. He will do a fantastic job! Thank you to Rex Tillerson for his service! Gina Haspel will become the new Director of the CIA, and the first woman so chosen. Congratulations to all!— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 13, 2018
Uma fonte oficial da Casa Branca, citada pelo New York Times, justificou o timing da saída de Tillerson com o facto de Trump já querer ter uma equipa em plenas funções quando iniciar as conversas com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, com quem o presidente dos EUA se encontrará em maio.
Em declarações aos jornalistas na Casa Branca Trump disse que respeitou o “intelecto” de Tillerson e garantiu que sempre “se deu bem com o Rex”. E acrescentou: “Acho que o Rex será muito mais feliz agora“.
De acordo com o subsecretário da diplomacia, Steve Goldstein, Tillerson não falou com Trump e não foi informado sobre os motivos do seu afastamento. A relação azedou e não voltou a ser o que era depois de se ter sabido que Tillerson o chamou de “idiota” numa reunião à porta fechada. Um dos grandes defensores de Tillerson era o chefe de gabinete de Trump, John Kelly, mas desde que o chefe da diplomacia chamou “idiota” a Trump, Kelly mudou de opinião, pois considerou o insulto uma insubordinação.
Fontes próximas de Trump, citadas pela CNN, dizem que era claro para todos que Tillerson não apoiava Trump e que queria gerir a a política externa de sua maneira, sem ter em conta o que decidia o Presidente. Trump não sentiu que Tillerson o apoiava, disse uma fonte à CNN.
O afastamento vai muito além do episódio do “idiota” ou do novo relacionamento com a Coreia do Norte. A vida de Tillerson nunca foi fácil, já que, desde o primeiro momento, Trump o desvalorizou e desautorizou publicamente. Parte dessa subvalorização partia do papel do genro de Trump, Jared Kushner — com quem Tillerson tinha uma relação tensa — já que na prática dirigia um ministério dos Negócios Estrangeiros sombra para questões do Oriente Médio. Já para não falar da embaixadora dos EUA, Nikki Haley, que também assumia o protagonismo nas relações externas à margem de Tillerson.
Os episódios sucederam-se ao longo do mandato. O secretário de Estado viu Trump cortar-lhe as verbas do Departamento de Estado e também escolher Ivanka Trump para o representar na Cimeira do Empreendedorismo na Índia.
Na segunda-feira à noite, antes de ser conhecida a sua saída, o secretário de Estado norte-americano tinha classificado o envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal como “um ato flagrante” que “parece ter vindo claramente da Rússia”. O responsável pela diplomacia dos Estados Unidos pediu ainda “consequências sérias e apropriadas”, tanto para “aqueles que cometeram o crime como para aqueles que o ordenaram”.
“Se [este ataque] veio da Rússia com o conhecimento do Governo russo ou não, ainda não é do meu conhecimento”, acrescentou no entanto o secretário de Estado. As declarações de Tillerson foram feitas na noite de segunda-feira aos jornalistas que viajavam com ele da Nigéria para Cabo Verde, última paragem da viagem pelo continente africano que tem feito nos últimos dias, e representam a posição mais dura tomada até agora por um representante norte-americano — e até britânico.
Questionado sobre se o ataque irá provocar uma resposta por parte do Reino Unido ou dos seus aliados da NATO, Tillerson respondeu: “Vai certamente provocar uma resposta. Ficamos por aqui.”
A saída de Tillerson era há muito esperada. Em novembro, o New York Times revelou o plano agora executado, inclusivamente o nome de Pompeo como novo chefe da diplomacia.

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