quarta-feira, 7 de março de 2018

Password usada para aceder aos processos do Benfica é de assessora de Maria José Morgado


Terminou o interrogatório a Paulo Gonçalves. Assessor do Benfica ficou sempre em silêncio

EM ATUALIZAÇÃO
Paulo Gonçalves e o funcionário judicial que terá passado informação sobre processos ficaram em silêncio durante todo o interrogatório. As medidas de coação podem sair ainda esta quarta-feira.
Filipe Amorim / Global Imagens

O interrogatório a Paulo Gonçalves já terminou. De acordo com a TVI24, o assessor jurídico do Benfica permaneceu em silêncio durante todas as perguntas. As medidas de coação podem ser conhecidas ainda esta quarta-feira.
Além de Paulo Gonçalves, também José Augusto Silva, o técnico do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos de Justiça que alegadamente passava informação sobre processos judiciais ao Benfica, foi ouvido no Tribunal de Instrução Criminal esta quarta-feira. O funcionário judicial também se remeteu ao silêncio.
Paulo Gonçalves e José Augusto Silva foram detidos esta terça-feira no âmbito da operação “E-toupeira” e passaram a noite no Estabelecimento Prisional da Polícia Judiciária, em Lisboa. De acordo com um comunicado da Polícia Judiciária, os detidos são suspeitos dos “crimes de corrupção ativa e passiva, acesso ilegítimo, violação de segredo de justiça, falsidade informática e favorecimento pessoal”.
Em causa estará uma rede montada pelo Benfica junto do sistema judicial para recolher informações de processos que envolvem o clube encarnado e que corriam, sobretudo, no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, numa informação que já tinha sido avançada pelo Correio da Manhã e a revista Sábado. Um dos inquéritos sobre o qual Paulo Gonçalves terá recebido informações em segredo de justiça é o famoso caso dos emails.



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O funcionário judicial detido por aceder a processos que interessavam ao Benfica "roubou" para isso a password da procuradora Ana Paula Vitorino. É assessora de Maria José Morgado.

Paulo Gonçalves passou a noite no Estabelecimento Prisional da Polícia Judiciária de Lisboa
ESTELA SILVA/LUSA
A porta de entrada encontrada pelo técnico do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos de Justiça, um dos detidos na operação E-toupeira, para aceder aos processos judiciais foram as credenciais da procuradora Ana Paula Vitorino, atual assessora da Procuradora Distrital de Lisboa, Maria José Morgado.
Sábado avança que José Augusto Silva, que foi detido esta terça-feira, “roubou” o username e a password de Ana Paula Vitorino para aceder à plataforma judicial Habilus e alegadamente transmitir informações de processos que interessavam ao Benfica. Um dos inquéritos sobre o qual Paulo Gonçalves, assessor jurídico dos encarnados, terá recebido informações em segredo de justiça é o famoso caso dos emails.
De acordo com um comunicado da Polícia Judiciária (PJ) os detidos são suspeitos dos “crimes de corrupção ativa e passiva, acesso ilegítimo, violação de segredo de justiça, falsidade informática e favorecimento pessoal.” O esquema passaria por dar ofertas a funcionários judiciais e ter, através destes, informações antecipadas sobre os vários processos em que o Benfica está envolvido. Isso permitia ao departamento jurídico do clube estar sempre um passo à frente da investigação. As primeiras suspeitas deste processo têm seis meses, quando o caso dos emails foi junto à investigação dos voucheurs.

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