quinta-feira, 8 de março de 2018

Gustavo Mavie teve que ser ajudado para fazer a nona classe!


Luís Loforte Professor, você acha mesmo que pessoas do nível do Gustavo Mavie podem ser fonte de sarna para mim? Conheço o Gustavo há mais de 40 anos e já nessa altura o achava insano, mentalmente. Ainda assim lutei para que ele fizesse a nona classe. Sabe Deus como. Primeiro que ele conseguisse resolver uma simples função quadrática, uf!

MINHA RESPOSTA AO MEU EX-COLEGA E AGORA ENG. LUÍS LOFORTE
E A TODOS OS QUE ME ROTULAM TAMBÉM COMO ELE
O meu ex-colega Luís Loforte, sarcanismou-me no Facebook na última quarta-feira, dizendo que eu e o professor da UEM Julião João Cumbanesomos CATAVENTOS, pelo simples facto de que tanto eu como este grande disseminador de saberes escrevemos artigos elogiosos em prol do Honoris Causa que foi outorgado na última terça-feira ao nosso Presidente Nyusi, pela Escola Superior de Relações Internacionais e Diplomacia da Suíça.
Com este post, Loforte trouxe-me de volta à memória muitos outros sarcasmos dele contra outras pessoas ou colegas que agora confirmam que ele é assim por tendência. Mas não vou falar disso, porque não sou dos que discuto pessoas nem problemas, mas sim ideias somente.
Como sabe caro colega, aliás, Eng. Luís Loforte, EU e TU nos conhecemos há quatro décadas já e, por isso mesmo, vejo e entendo logicamente o que pretende atingir com as suas asserções depreciativas ao meu artigo sobre o Doutor Honoris Causa que foi outorgado ao nosso Presidente Nyusi.
O seu único objectivo é como qualquer sarcanista, tentar me embaraçar, é tentar provar ou convencer os que te lêem, que EU não sou COERENTE, dai que me rotula de CATAVENTO! Mas que comportamento à macaco és tu meu amigo! Será que não te apercebes que o que eu fui foste também? É que se esta sua acusação contra a minha pessoa é justa e legítima, então é tão justa e legitima para si também. Ou não concordas? Se não concordas, eu vou te provar ao longo desta minha réplica para si e para todos os que têm estado a perder tempo denegrindo-me, na vã esperança de me desvalorizar. Só que não sou desvalorizável, porque sou como aquela nota de 100 dólares, que mesmo que se machuque e se defeque sobre ela, nunca perde o seu valor. Ela mantem sempre o seu valor. Esse sou EU amigo. Combatido sem justa causa, mas sempre de cabeça erguida porque sei que o Mundo é assim mesmo: está cheio de maldosos e invejosos que sofrem mais pelo sucesso dos outros, do que pelo somatório dos seus próprios fracassos.
Os exemplos mais inesquecíveis de que há homens maus que fazem mal a inocentes, corporizam-se em Jesus, Sócrates e Mandela, pata não falar do nosso Eduardo Mondlane Samora Machel, que tudo fizeram para o nosso bem-estar, mas que foram barbaramente assassinados.
Como disse já, EU e TU nos conhecemos há décadas, porque o nosso primeiro encontro in person, foi se a memoria não me falha, nos meados da década 70 do século passado… (por aí, 1977 ou 1978). Nessa altura, estavas no começo da sua carreira jornalística como EU estava começando também esta profissão, que ainda hoje estou exercendo mais pela natural paixão, do que pela remuneração ou pelo mercenarismo como muitos hoje se valem dela para acumular fortunas através dela. Continuo a exercê-la não obstante eu também tenha feito outras formações de nível superior como você, que cursou engenharia enquanto jornalisticava na RM e eu na AIM. Eu não a larguei por completo, como o meu caro Loforte abandonou esta profissão tão exigente embora seja pouco lucrativa. Já o grande jornalista e escritor prolífico Balzac diz no seu aclamado clássico A Comedia Humana que faz parte dos mais de 100 livros que escreveu em vida com pena de galinha e não com computador, que é uma profissão em que se sofre mais durante anos, antes de se ganhar fama e algum dinheiro. Creio que estou nesta fase – muita fama e algum ouro no bolso.
Quando digo que se EU sou CATAVENTO, então o caro Loforte o é também, porque lembro-me que na altura em que eras jornalista, escreveu várias notícias e até artigos, em que tratavas a RENAMO como uma organização terrorista, e os seus integrantes armados, como bandidos armados. Mas hoje já não os rotula certamente assim. Pelo que vi no seu post, os encara já como não sendo mais bandidos armados. Ora, será que isto o faz também ser um outro CATAVENTO? Como diz que eu e o Julião Cumbane somos? Porque tentas contrariar a tese de Jesus Cristo, de que antes de tirares o argalho que está no olho do outro, tira primeiro o que está no seu próprio olho? Antes de recomendar que se vá ver nos arquivos o que é da minha lavra passada, para se provar que andei a dizer ou escrever contra a Renamo ou contra o diálogo, porquê é que não recomenda primeiro que se vasculhem os seus próprios arquivos? Não estarás a ser hipócrita com esta sua sugestão? Será que nunca ouviu dizer que não deves julgar para que não sejas julgado?
Ademais, todos os jornalistas da nossa geração no activo ou já não, bem como todos nossos antigos dirigentes da FRELIMO dessa época, como Samora, Chissano, Guebuza e os seus ministros e o público em geral, já rotularam a RENAMO de Organização Terrorista por tendência, como assim a rotularam entidades e cidadãos de vários outros países, como os EUA, através do seu Departamento de Estado, baseando-se no aclamado Relatório Gerson, ou Gerson Report em inglês que eu sugiro a si e aos demais que o lêem retroactivamente na Google, bastando que inscrevam Gerson Repoprt. Contudo, tanto nós como todos esses países já desrotulamos esse rótulo, não porque essa catalogação estava errada, mas devido à correlação de forcas ocorrida ao longo do tempo.
Estou certo que te lembras que os nossos dirigentes juravam também a pés juntos nessa altura, a bom-tom e som, que nunca jamais iriam negociar ou dialogar com esses bandidos armados, e que a única solução é a militar. Mesmo os colegas que hoje estão na Mídia privada, como o Fernando Lima, que hoje tanto zomba e ri de nós que ainda continuamos no Barco da Mídia Pública, já escreveram que os da Renamo eram bandidos armados. E a verdade manda dizer que o foram e nunca deixaram de ter essa tendência assassina, como o vimos a bem pouco, durante as escaramuças que milagrosamente Nyusi conseguiu que fossem refreadas pelo seu ordenador em Dezembro de 2016. Esta é a verdade e tentar negá-la, é o mesmo que dizer que o Sol não existe. Mesmo os compatriotas mais isentos de qualquer suspeição, como o aclamado meu antigo colega e escritor renomado Mia Couto, tem reiterado que a Renamo deve deixar de recorrer às armas para nos matar.
É obvio que há outras razões ilógicas que a razão lógica que persuade vários dos nossos antigos colegas e os da presente geraçãodo nadar em águas anti-spam Moçambique. Entendo por isso que encaram os renamistas como libertadores e democratizadores da sociedade, muito embora não sejam intrinsecamente democráticos no seio da sua própria organização Renamo. Suspeito que seja razão da barriga que tais meus colegas os honram nas páginas dos seus jornais e nas suas TVs. Ora serão também outros CATAVENTOS?
Sabe meu irmão, deves rever a mineira como faz a leitura da História, porque o passado não é tão igual ao presente.A nossa posição se encaixa no presente e não no passado. A própria Renamo e o seu eterno líder há mais de 40 anos já, juraram vezes sem conta que nunca mais iriam negociar com a Frelimo e com nenhum dos seus líderes. Ainda em 2015 e 2016, ouvi várias vezes este mesmo Dhlakama dizer que jamais iria negociar com outro dirigente da Frelimo, e mencionou o próprio Nyusi então, porque segundo disse na altura, já havia negociado em vão com os seus antecessores. Ou nunca o ouviu dizer isto? Mas o vemos agora a negociar com este Nyusi, e não é nenhum CATAVENTO.
Se duvida o que aqui digo, peça as copias das comunicações de Dhlakama às rádios, Tvs e jornais, especialmente a STV e o Canal de Moçambique ou Savana, que neste caso são os que têm coberto rigorosa e escrupulosamente todas as comunicações de Dhlakama, para aferir que ele também já jurou várias vezes que jamais iria negociar com Nyusi neste caso.
O facto, porém, é que tudo o que de ruim se dizia da Renamo era verdade, e a única coisa que mudou, como bem o diz o douto Professor Doutor Julião Cumbane, é a CORRELAÇÃO DE FORÇAS, que está fazendo com que seja imperioso e inevitável que haja entendimento entre os dois antigos grandes inimigos, para que se possa pôr fim à mortífera e paralisante guerra que como qualquer outra guerra, causa mortes entre civis e destruição do Pais. Como bem avisou Su Tzu há mais de 3.000 anos, não há nada mais que causa um grande morticínio e devastação dum reino do que a guerra. O seu conselho é que há que se evitar a guerra ao máximo.
É este carácter imperioso dos dois antigos inimigos se entenderem, que me levou a voltar a reeditar um artigo que escrevi em 1994, quando da inauguração da nossa primeira AR, que havia chegado o tempo de que falou o profeta Isaías, de que O Lobo e o Carneiro terão de pastar juntos no mesmo Pasto.
Portanto, quem mudou não sou EU e o Julião. Quem mudou é o Lobo e o Carneiro que decidiram passar a coabitar e pastar juntos no mesmo pasto. E a Frelimo e a Renamo não são os únicos que se viram forçados a terem de pastar juntos no mesmo Pasto. Eu que cursei Relações Internacionais e Diplomacia, estou em condições de lhe dar uma boa aula sobre vários outros lobos e carneiros que antes se odiavam e digladiavam, mas que agora pastam juntos nos mesmos pastos.
Já nesse artigo sobre o Honoris de Nyusi, refiro-me a duas pastagens conjuntas entre o lobo e o carneiro – que foi quando Nixon começou o diálogo com a ex-URSS e a China que culminaram na normalização do relacionamento das suas relações diplomáticas. Mas no caso da China levou mais de 40 anos com os EUA recusando reconhecer diplomaticamente a China Popular ou Vermelha como eles preferiam rotulá-la pejorativamente então. Mas devido à correlação de forças que impeliu a que tivessem que se relacionar, porque a hostilização mútua prejudicava a ambos os países, hoje são mais parceiros económicos como nunca se podia imaginar. Ou pensa que há aqui também outros cataventismos!?
Cuide-se para que não fique ridículo na fotografia política. Política é sinónimo de aceitar os factos tal como eles são, sejam eles bons, bonitos, feios ou horrorosos, e não ao nosso gosto. Isto é o que se chama de Real Politik em ciência política. Ela consiste no que é de facto e não no que gostaríamos fosse! É como tudo na vida. Nem sempre casamos com a mulher ou homem do nosso sonho, mas com alguém que seja alternativo àquele que de facto nos mexia o coração e nos enchia a alma. Só os mais sortudos é que chegam a se casar com a menina dos seus sonhos.
O que tenho que te ensinar a si meu caro Engenheiro e a todos os outros que subscreveram a sua acusação contra mim, é que também houve uma mudança na estratégia da própria RENAMO, porque o seu líder, Dhlakama, se apercebeu já que não podia optar eternamente pela via militar, porque incorria no risco de ser esmagado de vez. Como sabe o apartheid e o regime racista de Ian Smith que eram os suportes da Renamo já são parte da Historia. É isto que devias saber e sei que sabes, porque o seu nível de escolaridade o obriga a saber de cor e salteado. Eu não sou CATAVENTO. Sou um jornalista realista que me adapto à nova realidade, e à tal correlação de forcas, e faço a devida interpretação a cada momento, e não me mantenho falando dum passado ou como se não tivesse havido nenhuma mudança.
Teve que aceitar o diálogo mais porque os que o apoiavam militarmente, já não existiam. Foi por isso que teve que aceitar as conversações que decorreram entre 1988 a 1992, quando o presidente era Chissano. Assim foi nas que fez quando o presidente era Guebuza. E agora com Nyusi, tudo devido à tal correlação de forcas no teatro militar, que jogou um papel fundamental para que Dhlakama ele próprio aceitasse de novo diálogo, dando assim o dito por não dito, já que havia jurado que nunca mais negociaria com um dirigente da Frelimo. Como dizem os indianos, nada acontece por acaso. Tzu diz que mesmo para quem vence numa guerra, deixa-lhe sempre um sabor amargo.
Estou convencido que tanto Chissano, como Guebuza e agora Nyusi optaram pela via negocial, porque sabem que a guerra é má tanto para quem a move como para quem tem de se defender, como era o caso dos da Frelimo. Estes preferiram guiar-se pela tese que preconiza que antes vale perder os anéis que os dedos, que neste caso era o POVO que estava sendo morto como o disse Mia Couto quando recebia o seu Honoris Causa pela Politécnica em Maputo em 2016.
Se leu bem o meu artigo, verá que o que nele faço é uma interpretação da estratégia negocial de Nyusi, e compara-la com o que Nixon diz no seu livro Beyond Peace. Fiz isto para ajudar os meus leitores a perceberem esta estratégia Nyusiana, e dissipar as causas que levam alguns a acusarem-no de estar a dar o ouro ao bandido. Assumo que o caro Loforte e os seus seguidores entenderam o que queria atingir neste meu artigo, mas deliberadamente decidiram desvirtuá-lo, e tentar dar-lhe outro foco com o único propósito de me ofender ou desqualificar-me. Mas nunca o conseguirão, porque, modéstia `a parte, não sou jornalista de palmo e meio.
Suspeito que o tenham feito por inveja ou talvez porque são alguns dos que acham que não tenho direito de opinar, provavelmente porque fostes influenciados pelos colegas que caíram na tentação pelo dinheiro, e se filiaram à Quinta-Coluna, e passam a vida a diabolizar a nós outros, como sendo membros do fictício G40, criado neste caso pelo Savana, para denegrir todos os que são analistas não arregimentados à anti-patriótica Quinta-Coluna. Para mim denegrir-nos faz parte do seu trabalho. O que me choca e me entristece é haver quem ingenuamente alinha com eles nesta sua aliança com os nossos multiplicados inimigos de ontem e de hoje.
Mas aproveito dizer-vos aqui e agora, que eu não sou membro de nenhum G40. Sou apenas um jornalista interventivo, crítico e analítico, e o faço desde 1978, quando publiquei o meu primeiríssimo artigo de opinião com o título A que horas parte o comboio das oito horas?
Eu sou apenas um dos membros mais activos dos jornalistas que amam muito o seu País, e nunca o venderiam por qualquer que seja o montante e tipo de moeda, mesmo que tenha de morrer de fome vítima de toda a pobreza do Mundo. Este Pais custou o sacrifício de muitos dos meus compatriotas, incluindo o da própria vida deles, como foi o caso do Professor Doutor Eduardo Mondlane, que foi barbaramente assassinado, enquanto lutava pela nossa independência que alguns quinta-colunistas estão tentando vende-la a 30 dolarizados ou eurozados, como se fossem outros Judas Iscariotes.
Por isso, sinto me no dever de o defender também a todo o custo, para que continue tão livre e nunca mais volte a ser recolonizado. Se defender o meu país é ser G40, Cata-vento ou lambe-botas, aceito com prazer. Mais não disse como dizia o meu grande amigo Manuel Txuma em vida.
gustavomavie@gmail.com

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Julião João Cumbane Caro amigo Luís Loforte, tu provocaste sarna. Agora, que tal?...
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Luís Loforte Professor, você acha mesmo que pessoas do nível do Gustavo Mavie podem ser fonte de sarna para mim? Conheço o Gustavo há mais de 40 anos e já nessa altura o achava insano, mentalmente. Ainda assim lutei para que ele fizesse a nona classe. Sabe Deus como. Primeiro que ele conseguisse resolver uma simples função quadrática, uf!
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Zitox Fox Prof. JJC não estará a aumentar JET FUEL?
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Luís Loforte Zitox Fox, deixa o Professor aumentar o "fuel", eles servem a mesma causa. Com alguma graça, alguém me fez chegar um outro chorrilho de asneiras do Mavie, entre as quais a de que não fui eu a prepará-lo para fazer a nona classe. Eu e outros que sabem disso só nos fartámos de rir. Ah, e também que alguém me fez a "tese" de licenciatura, e "morri" como engenheiro há 25 anos. Pobre rapaz! Logo eu que me formei em 1987 (31 anos), dei aulas na UEM, fui tutor de vários estudantes nos seus respectivos trabalhos de fim de curso, projectei e edifiquei a maior parte das rádios deste país! Quando me sinto em plena actividade, na plenitude das minhas capacidades, e toda a gente o sabe, é risível alguém que vive na rua e nas barracas, sem eira nem beira, vir dizer uma coisa destas!
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Miro Guarda Uma luta de titãs esta, mas o Gustavo Mavie disse uma coisa e concordo: não existe erro algum em mudar porque se a Frelimo não tivesse mudado a maneira de pensar em relação a RENAMO hoje se calhar ainda estaríamos e guerra. Gostei do texto Sr Mavie.
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Luís Loforte O problema não está em mudar ou não mudar; a questão de fundo é mudar ao sabor dos ventos. De resto, o Mavie, e muitos como ele, não mudam de ideias, mudam conforme muda aquele a quem lambem as botas. Isso, para mim, é asqueroso.
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Julião João Cumbane Se soubesses que são esses que dizes que "lambem as botas" de outrem que fazem este (outrem) MUDAR de opinião abraçar uma CAUSA em vez de ideias fixas, ias ter vergonha de seres tu, ó Luís Loforte! Concordas que lutar pela PAZ é uma causa, e BOA causa, Luís Loforte, não concordas?...
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Luís Loforte Julião João Cumbane, concordo consigo e até lhe acho integrante daqueles que têm lutado por mudar alguma coisa em mentalidades retrógradas, mas o problema é que, infelizmente, não tem sabido distinguir o trigo do joio. Por exemplo, não sei como pode, ainda, achar que Mavie, um panfletário de última categoria, tem algo de construtivo para a nossa sociedade.
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Miro Guarda Panfletário? Ausch!
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Julião João Cumbane Sabes, Luís Loforte, meu amigo? Os teus argumentos perdem força e mérito logo que começas a desqualificar pessoas só porque não gostas delas, das suas ideias, escolhas ou crenças. Há quem gosta de Gustavo Mavie, porque encontra algo de útil no que ele escreve. E não são poucas pessoas, tampouco menos informadas ou úteis na nossa sociedade. Posso confidenciar-te que Samora Machel admirava e gostava dos escritos de Gustavo Mavie. Armando Guebuza e Filipe Nyusi também gostam do jeito como Gustavo Mavie retrata os eventos que lhes chamam atenção. Não será porque tu achas que o Gustavo Mavie é um "panfletário" que ele passa necessariamente a sê-lo. Estás a ser MUITO infeliz nesse teu esforço titânico para desqualificar outrem. Juro, palavra d'honra! Acho mesmo que estás a expor a mediocridade que eu e outros não conhecias em ti. Tal é o efeito do que o Gustavo Mavie escreveu sobre o vosso passado comum! Não achas, ó Luís?...
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Luís Loforte Samora, Chissano, Guebuza e Nyusi: admiradores de Mavie. Pelos vistos turcos, que o mudaram de campo de peroração por alguns meses, também o admiram. Eu não. Está bem, muito bem!
Partilhando um pensamento de Gustavo Mavie sobre a distinção a distinção de Filipe Nyusi pela Escola Superior de Relações Internacionais com o título de "Doutor Honoris Causa em Relações Internacionais".

--- INÍCIO ---


ATRIBUIÇÃO DE DOUTOR HONORIS CAUSA A NYUSI ILUMINOU MAIS AINDA A SUA INCANSÁVEL E CORAJOSA BUSCA DA PAZ




O antigo presidente norte-americano, Richard Nixon, escreveu um livro com o título Beyond Peace ou Para Além da Paz, em Português, que me parece explicar melhor o tipo de PAZ que o estadista moçambicano, Filipe Nyusi, tem estado a perseguir também, e que voltou a resumir no discurso com que aceitou na última terça-feira em Genebra, o título de Doutor Honoris Causa, que lhe foi outorgado pela Escola de Diplomacia e Relações Internacionais da Suíça, ao vincar que a paz perene é aquela que se assenta não só no silêncio das armas, mais principalmente na equidade entre os homens.

Nyusi está mais do que convencido que a paz em Moçambique tem que ter como alicerces, pilares e vigas a distribuição equitativa da riqueza que se for produzindo em cada etapa do desenvolvimento do País, o que passa pelo tratamento igual de todos os moçambicanos, independentemente da sua raça, etnia, extracto social ou filiação político-partidária. Em suma, Nyusi é contra a exclusão no usufruto das riquezas do País.
Também Nixon vinca, nesse seu livro, que para que a paz seja irreversível, é imperioso que se criem todas as condições políticas, económicas e, acima de tudo, materiais, que garantam que cada habitante do Mundo tenha o suficiente para levar uma vida condigna, e não seja um mero assistente dos que estão festejando a vida sozinhos enquanto os outros não têm nada para comer sequer.
O Beyond Peace é tido pelo aclamado jornal norte-americano New York Times, como sendo o melhor livro de entre os vários que Nixon escreveu em mais de 40 anos de carreira política, vincando que o Além da Paz, é um manifesto para uma nova América, escrita com visão visionária e um idealismo realista, porque nele oferece uma nova agenda para os Estados Unidos e define seu papel na complexa era pós-guerra Fria.
De facto, escutando as comunicações de Nyusi, a começar pela primeira que fez a 15 de Janeiro pouco depois de ser empossado como quarto presidente moçambicano, apercebe-se claramente que ele também se preocupa muito com as mentalidades e condutas erróneas em que pautam muitos dos seus compatriotas, que o forçaram igualmente a traçar uma NOVA AGENDA para Moçambique que esteja para além do calar das armas que tem estado a negociar com Dhlakama.
Esta sua nova agenda ficou mais do que evidente na sua longa e detalhada comunicação que fez nos finais do ano passado no Hotel Gloria em Maputo, em que expôs contundentemente os múltiplos males que asfixiam o Aparelho do Estado e toda a máquina governamental. Nyusi descreveu nessa Comunicação como agora na que fez na Suíça, o curso que segundo Moçambique deve tomar no futuro, para garantir que as oportunidades desta nova era além da paz não sejam perdidas.
O que me fez lembrar a principal tese contida neste livro de Nixon e o FOCO da Presidência de Nyusi, é que os dois líderes são ambos aclamados por uns, e condenados por outros, pelas agendas que abraçaram. Por exemplo, Nixon foi tido como traindo a América quando decidiu pautar pela política de detente e acabar com o isolamento que o seu País impunha à Rússia (então URSS) e à China, e começou polemicamente a dialogar com as suas lideranças. Também Nyusi foi alvo de aplausos e de reprovações quando em Dezembro de 2016 retomou o diálogo com Dhlakama e o permitiu que fosse ele a anunciar em primeira mão a primeira trégua que acabou sendo o ponto de partida para a paz de que desfrutamos há 13 meses já. Essa polémica anti-Nyusi acentuou-se quando ele vai às matas da Gorongosa para in loco ter um tête-à-tête com Dhlakama. A incompreensão da visão e lógica da busca paz de Nyusi voltou a ser ecoada em tom maior por alguns internautas agora que honrado com este Honoris Causa, com alguns alegando que o estadista moçambicano não é digno deste título já atribuído a vários moçambicanos, como Joaquim Chissano, Mia Couto e Lurdes Mutola, porque, na sua observação, nada de vulto fez desde que assumiu a Presidência moçambicana.
Só que estes que são contra a atribuição deste titulo a este Engenheiro mecânico moçambicano, são tão poucos que não conseguiram nem tão pouco abafar ou ofuscar a maioria que entende que Nyusi bem merece, porque fez mais do que o que devia em busca da paz, como ter se arriscado por mais de uma vez a sua própria vida, indo até às matas de Gorongosa, para poder dialogar in person ou tête-à-tête com Dhlakama. Há que recordar que boa parte do diálogo que Nyusi tem mantido com Dhlakama é através do celular, o que também é inédito e por isso susceptível de levá-lo a constar no Guiness Book of Records ou Livro de Records.
Tanto quanto averiguei, e salvo prova em contrário, não há registo na História da Humanidade de ter havido outro presidente que tenha feito o mesmo em busca da paz para os seus compatriotas. Segundo Mia Couto, tal aventura é digna de elogio porque fê-lo para salvar o seu povo, que não merece ser morto por qualquer razão que seja, muito menos que como meio de troca para os desígnios seja dum político. Mia fez esta asserção quando recebeu em 2016 o mesmo titulo de Doutor Honoris Causa pela Politécnica de Moçambique, tendo na altura vincado que «todos os povos amam a Paz. Os que passaram por uma guerra sabem que não existe valor mais precioso. Sabem que a Paz é um outro nome da própria vida. Vivemos desde há meses sob a permanente ameaça do regresso à guerra. Os que assim ameaçam devem saber que aquele que está a ser ameaçado não é apenas um governo. O ameaçado é todo um povo, toda uma nação. Pode não ser este o momento, pode não ser este o lugar. Mas é preciso que os donos das armas escutem o seguinte: não nos usem, a nós, cidadãos de Paz, como um meio de troca. Não nos usem como carne para canhão. Diz o provérbio que "sob os pés dos elefantes quem sofre é o capim". Mas nós não somos capim. Merecemos todo o respeito, merecemos viver sem medo. Quem quiser fazer política que faça política. Mas não aponte uma arma contra o futuro dos nossos filhos. É isto que queria dizer, antes de dizer qualquer outra coisa».
Por isso os que são contra a atribuição do Honoris Causa a Nyusi é como se estivessem a tentar parar o vento pelas mãos, porque tudo indica que é apenas o começo de uma serie de outras premiações que ele receberá. Há mesmo os que antevêem que ele receba um Premio Nobel ou outras bem mais valiosas, como o Mo Ibrahimo, pelo carácter inusitado e extremamente corajoso com que se tem empenhado na busca da paz para os seus compatriotas. É que ele está fazendo exactamente o que prometeu a 15 de Janeiro de 2015, quando vincou que faria tudo que estivesse ao seu alcance, para que os moçambicanos não mais se matassem uns contra os outros.

EXPLICANDO A ORIGEM DO DOUTOR HONORIS CAUSA E A QUEM SE ATRIBUI

A prática remonta à Idade Média, quando, por várias razões as universidades passaram a conceder isenção de alguns ou todos os requisitos legais habituais para a concessão de um diploma. O primeiro grau Honoris Causa mais antigo registado foi concedido a Lionel Woodville no final da década de 1470 pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. Mais tarde, tornou-se bispo de Salisbury. Na última parte do século XVI, a concessão de graus honorários tornou-se bastante comum, especialmente na ocasião de visitas reais a Oxford ou Cambridge.
Honoris causa, abreviado como h.c., é uma locução latina que traduzida em português significa "por causa de honra", e usada em títulos honoríficos que são concedidos pelas universidades a certas pessoas eminentes, que não necessariamente sejam já portadoras de um diploma universitário, mas que é lhes outorgado por se terem destacado em determinada área da vida (seja nas artes, ciências, filosofia, letras, promoção da paz, de causas humanitárias etc.), particularmente devia à sua boa reputação, virtude, mérito ou acções pelo serviço que transcenda as suas famílias, pessoas ou instituições.
Há que vincar que esse título é dado para uma pessoa mesmo que ela não tenha um curso universitário, mas que no entanto tenha se destacado ou exercido grande influência em determinadas áreas, como nas artes, na literatura, na política ou promovendo a paz.
Historicamente, um Doutor Honoris Causa recebe o mesmo tratamento e privilégios que aqueles que já obtiveram um Doutoramento académico de forma convencional - a menos que se especifique o contrário. A pessoa que receber o título de "Doutor Honoris Causa" pode usar a abreviação "Dr. h. c.".
Caso já tenha um título de doutoramento académico, poderá usar duplamente os títulos Doutores de forma abreviada assim: "Dr. Dr. h. c.". Se a pessoa foi já honrada com mais de um título de Doutor Honoris Causa, poderá usar a abreviação "Dr. h. c. mult." Ou Doutor Honoris Causa Multiplex. No caso de Nyusi que já é engenheiro de formaçao universitária, assumo que poderá usar a partir de agora o título Eng. Dr. h.c. Filipe Nyusi.
O prestígio da universidade que atribui o Doutoramento Honoris Causa para uma personalidade, geralmente de âmbito internacional, também fica bastante enriquecido, dado que a partir daquele momento, esta pessoa ou personalidade é já parte do corpo de doutores dessa universidade. Nyusi passa a integrar assim o grupo de moçambicanos que já receberam tambem títulos de Doutores Honoris Causa por algumas universidades do Pais e do resto do Mundo, destacando-se entre eles o Presidente Joaquim Chissano que tem mais que uma galardoação deste tipo.
O vocábulo DOUTOR vem do Latim docere (“ensinar”). No seu emprego primitivo, na Bíblia, designava aqueles que ensinavam a Lei hebraica (os “Doutores da Lei”); em Lucas 1,46, em que se relata que os pais do Menino Jesus procuraram-no em Jerusalém, e “o acharam no Templo, assentado no meio dos Doutores, ouvindo-os e interrogando-os”.
O uso de DOUTOR como título académico, no entanto, começou nas universidades medievais da Bolonha, Salamanca, Oxford, Cambridge, Sorbonne, Coimbra e Upsala, para designar os que tinham conquistado a autorização para leccionar. Esse direito se limitava, primeiro, à sua própria universidade, mas foi estendido, mais tarde, a qualquer outra com as indefectíveis rivalidades e picuinhas que duram até hoje. Primeiro houve os Doutores em Direito (ou doctores legum), depois em Direito Canónico (Doctores Decretorum) e, já no séc. XIII, em Medicina, Gramática, Lógica e Filosofia.
No séc. XV, Oxford e Cambridge começaram a conferir também o doutorado em Música. Os antigos doutorados em Direito e Medicina certamente explicam o uso popular do tratamento de Doutor para os médicos e advogados. Outro resquício medieval é este título de Doutor Honoris Causa, concedido a qualquer personalidade que uma determinada universidade queira homenagear, tenha ou não formação académica formal. Independentemente do sentido académico (que implica necessariamente a defesa de uma tese de doutoramento), uma indiscutível aura de respeito e deferência cerca o vocábulo DOUTOR, como podemos ver nos reflexos que deixam no vocábulo Douto, que designa o erudito, o sábio, o profundo especialista em determinada área.
gustavomavie@gmail.com

--- FIM ---


Meu comentário


Estando eu presentemente em Genebra, Suíça, presenciei pessoalmente a cerimónia que é objecto desta reflexão de Gustavo Mavie, que aliás foi transmitida em directo por alguns canais de televisão aqui na Europa, e também pela Stv e pela TV/// (de Moçambique). Devo dizer, por ser verdade, que a lição de sapiência lida pelo distinguido, Filipe Nyusi, introduz conceitos novos e um paradigma novo para a negociação de soluções efectivas e duradoiras de conflitos político-militares...

Gostei!
Congratulo o Presidente Filipe Nyusi pela distinção; está provado que é bem merecida!
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Egidio Vaz Bom regresso. Já estavamos com saudades.
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Julião João Cumbane Sério, Egidio Vaz?!... Saudades de quê mesmo?!...
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Egidio Vaz Professor Julião João Cumbane dos seus ensinamentos.
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Joice Tembe Boa pergunta Professa.
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Egidio Vaz Apenas um reparo ao texto do ilustre Mavie. A dado passo ele escreve "No caso de Nyusi que já é engenheiro de formaçao universitária, assumo que poderá usar a partir de agora o título Eng. Dr. h.c. Filipe Nyusi". O reparo vai para a organização dos titulos. Em vez de Eng. Dr. h.c, ficaria Dr. h.c Eng.; portanto, altera-se a ordem dos titulos
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Mouzinho Zacarias Da tua luta contra corruptos... Oh Julião
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Joice Tembe Um passo a caminho do Nobel de Paz!
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Luís Loforte Também congratulo o Presidente Nyusi, não escondendo, porém, a perplexidade perante esta repentina militância de Gustavo Mavie e Julião João Cumbane na busca da paz com a RENAMO do Chefe de Estado moçambicano. É só passarem pelo respaldo das posições destas ilustres figuras para também alinharem com o meu assombro. Catavento é um instrumento indispensável nos serviços de meteorologia. E porquê? Porque qualquer um vê, através dele, o sentido dos ventos. Há pessoas sempre na dianteira para ver para que lado sopra o vento!
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Hortencio Lopes Também estou perplexo com esta mudança repentina do catavento
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Luís Loforte Estão sempre na calha, para o que der e vier. E o que ouvimos destes senhores quando defendemos o que eles, hoje, defendem!
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Julião João Cumbane Luís Loforte, eu considero idiotas as pessoas que NÃO MUDAM de opinião quando os eventos impõem tal mudança. A igreja católica apostólica ronama, por exemplo, porque não é estúpida, aceitou mudar de opinião ante a evidência irrefutável da teoria heliocêntrica. ... Preciso dizer mais alguma coisa?... Eu não sou catavento; sou um observar atento dos eventos que ocorrem ao meu redor... 

EU não mudei NADA. O Afonso Dhlakama é que MUDOU. Se ele voltar a atacar pessoas inocentes nas estradas de Moçambique, eu voltarei a querer ver-lhe morto e bem morto!! Está claro, ó Hortencio Lopes...?
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Luís Loforte Julião João Cumbane, para minha tristeza, constato que tira ilações políticas a partir do que vê da rama!
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Luís Loforte Julião João Cumbane, volto a reiterar-lhe que para minha tristeza, constato que o Professor continua a tirar ilações políticas a partir do que vê da rama política. Diz isso mesmo, também, ao "analista" Gustavo Mavie, pois o gorro da perniciosidade à sociedade moçambicana também lhe serve a preceito. Lamente também por mim, por favor, a constatação que faço, a partir do que ele anda a perorar, de que, infelizmente, ainda não superou as gritantes debilidades intelectuais (e às vezes mentais, mesmo) que manifestava quando o conheci há pouco mais de 40 anos, quando ainda e só era rapaz de recados de jornalismo, como, aliás, continua a sê-lo. O que ainda conseguia assimilar, lembro-me, entrava-lhe a escopo e martelo, que lhos brandíamos. Infelizmente, tenta fazer o mesmo à sociedade do que ele mal leu.
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Julião João Cumbane Eu não sou teu menino de recados, ó Luís Loforte!...
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Luís Loforte Julião João Cumbane, na prática foi o próprio "analista" que o disse, Professor. Não fui eu a dizer que é "menino de recados". Comentei o seu post e você foi logo a correr para o mostrar a ele. E o homem desatou logo a perorar! Lê o que circula nas redes sociais, sobre mim, que ele escreveu. Como nos barcos, ficamos sempre a saber que ele mete água quando os ratos emergem do porão. Tenha um bom Domingo!

1 comentário:

Anónimo disse...

UM MOÇAMBICANO

O PRESIDENTE ESTÁ CONVENCIDO QUE .... ISTO NÃO É VERDADE!...
A VERDADE É ESTA:
A FRELIMO NO SEU TODO ESTÁ BEM APERTADA PELA FMI, COMUNIDADE INTERNACIONAL, ULTIMAMENTE PELA OUA, DEVIDO A DESOBEDIÊNCIA DO BOICOTE ECONOMICO A COREIA DO NORTE,PRINCIPALMENTE DEVIDO A MANOBRA QUE ANDARAM A FAZER CONCEGUINDO ENTREGARA CORREIA DO NORTE O DINHEIRO QUE OS JAPONESES ENTREGARAM A MOÇAMBIQUE PARA APOIAR PROJECTOS ECONOMICOS.
QUANDO ESTE PROBLEMA FOI LEVANTADO PELAS NAÇÕES UNIDAS A FRELIMO ACEITOU PRECIPITADAMENTE AS EXIGENCIAS DA RENAMO.