Luís Loforte Professor, você acha mesmo que pessoas do nível do Gustavo Mavie podem ser fonte de sarna para mim? Conheço o Gustavo há mais de 40 anos e já nessa altura o achava insano, mentalmente. Ainda assim lutei para que ele fizesse a nona classe. Sabe Deus como. Primeiro que ele conseguisse resolver uma simples função quadrática, uf!
MINHA RESPOSTA AO MEU EX-COLEGA E AGORA ENG. LUÍS LOFORTE
E A TODOS OS QUE ME ROTULAM TAMBÉM COMO ELE
Por: Gustavo Mavie
O meu ex-colega Luís Loforte, sarcanismou-me no Facebook na última quarta-feira, dizendo que eu e o professor da UEM Julião João Cumbanesomos CATAVENTOS, pelo simples facto de que tanto eu como este grande disseminador de saberes escrevemos artigos elogiosos em prol do Honoris Causa que foi outorgado na última terça-feira ao nosso Presidente Nyusi, pela Escola Superior de Relações Internacionais e Diplomacia da Suíça.
Com este post, Loforte trouxe-me de volta à memória muitos outros sarcasmos dele contra outras pessoas ou colegas que agora confirmam que ele é assim por tendência. Mas não vou falar disso, porque não sou dos que discuto pessoas nem problemas, mas sim ideias somente.
Como sabe caro colega, aliás, Eng. Luís Loforte, EU e TU nos conhecemos há quatro décadas já e, por isso mesmo, vejo e entendo logicamente o que pretende atingir com as suas asserções depreciativas ao meu artigo sobre o Doutor Honoris Causa que foi outorgado ao nosso Presidente Nyusi.
O seu único objectivo é como qualquer sarcanista, tentar me embaraçar, é tentar provar ou convencer os que te lêem, que EU não sou COERENTE, dai que me rotula de CATAVENTO! Mas que comportamento à macaco és tu meu amigo! Será que não te apercebes que o que eu fui foste também? É que se esta sua acusação contra a minha pessoa é justa e legítima, então é tão justa e legitima para si também. Ou não concordas? Se não concordas, eu vou te provar ao longo desta minha réplica para si e para todos os que têm estado a perder tempo denegrindo-me, na vã esperança de me desvalorizar. Só que não sou desvalorizável, porque sou como aquela nota de 100 dólares, que mesmo que se machuque e se defeque sobre ela, nunca perde o seu valor. Ela mantem sempre o seu valor. Esse sou EU amigo. Combatido sem justa causa, mas sempre de cabeça erguida porque sei que o Mundo é assim mesmo: está cheio de maldosos e invejosos que sofrem mais pelo sucesso dos outros, do que pelo somatório dos seus próprios fracassos.
Os exemplos mais inesquecíveis de que há homens maus que fazem mal a inocentes, corporizam-se em Jesus, Sócrates e Mandela, pata não falar do nosso Eduardo Mondlane Samora Machel, que tudo fizeram para o nosso bem-estar, mas que foram barbaramente assassinados.
Como disse já, EU e TU nos conhecemos há décadas, porque o nosso primeiro encontro in person, foi se a memoria não me falha, nos meados da década 70 do século passado… (por aí, 1977 ou 1978). Nessa altura, estavas no começo da sua carreira jornalística como EU estava começando também esta profissão, que ainda hoje estou exercendo mais pela natural paixão, do que pela remuneração ou pelo mercenarismo como muitos hoje se valem dela para acumular fortunas através dela. Continuo a exercê-la não obstante eu também tenha feito outras formações de nível superior como você, que cursou engenharia enquanto jornalisticava na RM e eu na AIM. Eu não a larguei por completo, como o meu caro Loforte abandonou esta profissão tão exigente embora seja pouco lucrativa. Já o grande jornalista e escritor prolífico Balzac diz no seu aclamado clássico A Comedia Humana que faz parte dos mais de 100 livros que escreveu em vida com pena de galinha e não com computador, que é uma profissão em que se sofre mais durante anos, antes de se ganhar fama e algum dinheiro. Creio que estou nesta fase – muita fama e algum ouro no bolso.
Quando digo que se EU sou CATAVENTO, então o caro Loforte o é também, porque lembro-me que na altura em que eras jornalista, escreveu várias notícias e até artigos, em que tratavas a RENAMO como uma organização terrorista, e os seus integrantes armados, como bandidos armados. Mas hoje já não os rotula certamente assim. Pelo que vi no seu post, os encara já como não sendo mais bandidos armados. Ora, será que isto o faz também ser um outro CATAVENTO? Como diz que eu e o Julião Cumbane somos? Porque tentas contrariar a tese de Jesus Cristo, de que antes de tirares o argalho que está no olho do outro, tira primeiro o que está no seu próprio olho? Antes de recomendar que se vá ver nos arquivos o que é da minha lavra passada, para se provar que andei a dizer ou escrever contra a Renamo ou contra o diálogo, porquê é que não recomenda primeiro que se vasculhem os seus próprios arquivos? Não estarás a ser hipócrita com esta sua sugestão? Será que nunca ouviu dizer que não deves julgar para que não sejas julgado?
Ademais, todos os jornalistas da nossa geração no activo ou já não, bem como todos nossos antigos dirigentes da FRELIMO dessa época, como Samora, Chissano, Guebuza e os seus ministros e o público em geral, já rotularam a RENAMO de Organização Terrorista por tendência, como assim a rotularam entidades e cidadãos de vários outros países, como os EUA, através do seu Departamento de Estado, baseando-se no aclamado Relatório Gerson, ou Gerson Report em inglês que eu sugiro a si e aos demais que o lêem retroactivamente na Google, bastando que inscrevam Gerson Repoprt. Contudo, tanto nós como todos esses países já desrotulamos esse rótulo, não porque essa catalogação estava errada, mas devido à correlação de forcas ocorrida ao longo do tempo.
Estou certo que te lembras que os nossos dirigentes juravam também a pés juntos nessa altura, a bom-tom e som, que nunca jamais iriam negociar ou dialogar com esses bandidos armados, e que a única solução é a militar. Mesmo os colegas que hoje estão na Mídia privada, como o Fernando Lima, que hoje tanto zomba e ri de nós que ainda continuamos no Barco da Mídia Pública, já escreveram que os da Renamo eram bandidos armados. E a verdade manda dizer que o foram e nunca deixaram de ter essa tendência assassina, como o vimos a bem pouco, durante as escaramuças que milagrosamente Nyusi conseguiu que fossem refreadas pelo seu ordenador em Dezembro de 2016. Esta é a verdade e tentar negá-la, é o mesmo que dizer que o Sol não existe. Mesmo os compatriotas mais isentos de qualquer suspeição, como o aclamado meu antigo colega e escritor renomado Mia Couto, tem reiterado que a Renamo deve deixar de recorrer às armas para nos matar.
É obvio que há outras razões ilógicas que a razão lógica que persuade vários dos nossos antigos colegas e os da presente geraçãodo nadar em águas anti-spam Moçambique. Entendo por isso que encaram os renamistas como libertadores e democratizadores da sociedade, muito embora não sejam intrinsecamente democráticos no seio da sua própria organização Renamo. Suspeito que seja razão da barriga que tais meus colegas os honram nas páginas dos seus jornais e nas suas TVs. Ora serão também outros CATAVENTOS?
Sabe meu irmão, deves rever a mineira como faz a leitura da História, porque o passado não é tão igual ao presente.A nossa posição se encaixa no presente e não no passado. A própria Renamo e o seu eterno líder há mais de 40 anos já, juraram vezes sem conta que nunca mais iriam negociar com a Frelimo e com nenhum dos seus líderes. Ainda em 2015 e 2016, ouvi várias vezes este mesmo Dhlakama dizer que jamais iria negociar com outro dirigente da Frelimo, e mencionou o próprio Nyusi então, porque segundo disse na altura, já havia negociado em vão com os seus antecessores. Ou nunca o ouviu dizer isto? Mas o vemos agora a negociar com este Nyusi, e não é nenhum CATAVENTO.
Se duvida o que aqui digo, peça as copias das comunicações de Dhlakama às rádios, Tvs e jornais, especialmente a STV e o Canal de Moçambique ou Savana, que neste caso são os que têm coberto rigorosa e escrupulosamente todas as comunicações de Dhlakama, para aferir que ele também já jurou várias vezes que jamais iria negociar com Nyusi neste caso.
O facto, porém, é que tudo o que de ruim se dizia da Renamo era verdade, e a única coisa que mudou, como bem o diz o douto Professor Doutor Julião Cumbane, é a CORRELAÇÃO DE FORÇAS, que está fazendo com que seja imperioso e inevitável que haja entendimento entre os dois antigos grandes inimigos, para que se possa pôr fim à mortífera e paralisante guerra que como qualquer outra guerra, causa mortes entre civis e destruição do Pais. Como bem avisou Su Tzu há mais de 3.000 anos, não há nada mais que causa um grande morticínio e devastação dum reino do que a guerra. O seu conselho é que há que se evitar a guerra ao máximo.
É este carácter imperioso dos dois antigos inimigos se entenderem, que me levou a voltar a reeditar um artigo que escrevi em 1994, quando da inauguração da nossa primeira AR, que havia chegado o tempo de que falou o profeta Isaías, de que O Lobo e o Carneiro terão de pastar juntos no mesmo Pasto.
Portanto, quem mudou não sou EU e o Julião. Quem mudou é o Lobo e o Carneiro que decidiram passar a coabitar e pastar juntos no mesmo pasto. E a Frelimo e a Renamo não são os únicos que se viram forçados a terem de pastar juntos no mesmo Pasto. Eu que cursei Relações Internacionais e Diplomacia, estou em condições de lhe dar uma boa aula sobre vários outros lobos e carneiros que antes se odiavam e digladiavam, mas que agora pastam juntos nos mesmos pastos.
Já nesse artigo sobre o Honoris de Nyusi, refiro-me a duas pastagens conjuntas entre o lobo e o carneiro – que foi quando Nixon começou o diálogo com a ex-URSS e a China que culminaram na normalização do relacionamento das suas relações diplomáticas. Mas no caso da China levou mais de 40 anos com os EUA recusando reconhecer diplomaticamente a China Popular ou Vermelha como eles preferiam rotulá-la pejorativamente então. Mas devido à correlação de forças que impeliu a que tivessem que se relacionar, porque a hostilização mútua prejudicava a ambos os países, hoje são mais parceiros económicos como nunca se podia imaginar. Ou pensa que há aqui também outros cataventismos!?
Cuide-se para que não fique ridículo na fotografia política. Política é sinónimo de aceitar os factos tal como eles são, sejam eles bons, bonitos, feios ou horrorosos, e não ao nosso gosto. Isto é o que se chama de Real Politik em ciência política. Ela consiste no que é de facto e não no que gostaríamos fosse! É como tudo na vida. Nem sempre casamos com a mulher ou homem do nosso sonho, mas com alguém que seja alternativo àquele que de facto nos mexia o coração e nos enchia a alma. Só os mais sortudos é que chegam a se casar com a menina dos seus sonhos.
O que tenho que te ensinar a si meu caro Engenheiro e a todos os outros que subscreveram a sua acusação contra mim, é que também houve uma mudança na estratégia da própria RENAMO, porque o seu líder, Dhlakama, se apercebeu já que não podia optar eternamente pela via militar, porque incorria no risco de ser esmagado de vez. Como sabe o apartheid e o regime racista de Ian Smith que eram os suportes da Renamo já são parte da Historia. É isto que devias saber e sei que sabes, porque o seu nível de escolaridade o obriga a saber de cor e salteado. Eu não sou CATAVENTO. Sou um jornalista realista que me adapto à nova realidade, e à tal correlação de forcas, e faço a devida interpretação a cada momento, e não me mantenho falando dum passado ou como se não tivesse havido nenhuma mudança.
Teve que aceitar o diálogo mais porque os que o apoiavam militarmente, já não existiam. Foi por isso que teve que aceitar as conversações que decorreram entre 1988 a 1992, quando o presidente era Chissano. Assim foi nas que fez quando o presidente era Guebuza. E agora com Nyusi, tudo devido à tal correlação de forcas no teatro militar, que jogou um papel fundamental para que Dhlakama ele próprio aceitasse de novo diálogo, dando assim o dito por não dito, já que havia jurado que nunca mais negociaria com um dirigente da Frelimo. Como dizem os indianos, nada acontece por acaso. Tzu diz que mesmo para quem vence numa guerra, deixa-lhe sempre um sabor amargo.
Estou convencido que tanto Chissano, como Guebuza e agora Nyusi optaram pela via negocial, porque sabem que a guerra é má tanto para quem a move como para quem tem de se defender, como era o caso dos da Frelimo. Estes preferiram guiar-se pela tese que preconiza que antes vale perder os anéis que os dedos, que neste caso era o POVO que estava sendo morto como o disse Mia Couto quando recebia o seu Honoris Causa pela Politécnica em Maputo em 2016.
Se leu bem o meu artigo, verá que o que nele faço é uma interpretação da estratégia negocial de Nyusi, e compara-la com o que Nixon diz no seu livro Beyond Peace. Fiz isto para ajudar os meus leitores a perceberem esta estratégia Nyusiana, e dissipar as causas que levam alguns a acusarem-no de estar a dar o ouro ao bandido. Assumo que o caro Loforte e os seus seguidores entenderam o que queria atingir neste meu artigo, mas deliberadamente decidiram desvirtuá-lo, e tentar dar-lhe outro foco com o único propósito de me ofender ou desqualificar-me. Mas nunca o conseguirão, porque, modéstia `a parte, não sou jornalista de palmo e meio.
Suspeito que o tenham feito por inveja ou talvez porque são alguns dos que acham que não tenho direito de opinar, provavelmente porque fostes influenciados pelos colegas que caíram na tentação pelo dinheiro, e se filiaram à Quinta-Coluna, e passam a vida a diabolizar a nós outros, como sendo membros do fictício G40, criado neste caso pelo Savana, para denegrir todos os que são analistas não arregimentados à anti-patriótica Quinta-Coluna. Para mim denegrir-nos faz parte do seu trabalho. O que me choca e me entristece é haver quem ingenuamente alinha com eles nesta sua aliança com os nossos multiplicados inimigos de ontem e de hoje.
Mas aproveito dizer-vos aqui e agora, que eu não sou membro de nenhum G40. Sou apenas um jornalista interventivo, crítico e analítico, e o faço desde 1978, quando publiquei o meu primeiríssimo artigo de opinião com o título A que horas parte o comboio das oito horas?
Eu sou apenas um dos membros mais activos dos jornalistas que amam muito o seu País, e nunca o venderiam por qualquer que seja o montante e tipo de moeda, mesmo que tenha de morrer de fome vítima de toda a pobreza do Mundo. Este Pais custou o sacrifício de muitos dos meus compatriotas, incluindo o da própria vida deles, como foi o caso do Professor Doutor Eduardo Mondlane, que foi barbaramente assassinado, enquanto lutava pela nossa independência que alguns quinta-colunistas estão tentando vende-la a 30 dolarizados ou eurozados, como se fossem outros Judas Iscariotes.
Por isso, sinto me no dever de o defender também a todo o custo, para que continue tão livre e nunca mais volte a ser recolonizado. Se defender o meu país é ser G40, Cata-vento ou lambe-botas, aceito com prazer. Mais não disse como dizia o meu grande amigo Manuel Txuma em vida.
gustavomavie@gmail.com
1 comentário:
UM MOÇAMBICANO
O PRESIDENTE ESTÁ CONVENCIDO QUE .... ISTO NÃO É VERDADE!...
A VERDADE É ESTA:
A FRELIMO NO SEU TODO ESTÁ BEM APERTADA PELA FMI, COMUNIDADE INTERNACIONAL, ULTIMAMENTE PELA OUA, DEVIDO A DESOBEDIÊNCIA DO BOICOTE ECONOMICO A COREIA DO NORTE,PRINCIPALMENTE DEVIDO A MANOBRA QUE ANDARAM A FAZER CONCEGUINDO ENTREGARA CORREIA DO NORTE O DINHEIRO QUE OS JAPONESES ENTREGARAM A MOÇAMBIQUE PARA APOIAR PROJECTOS ECONOMICOS.
QUANDO ESTE PROBLEMA FOI LEVANTADO PELAS NAÇÕES UNIDAS A FRELIMO ACEITOU PRECIPITADAMENTE AS EXIGENCIAS DA RENAMO.
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