O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, advertiu hoje os países africanos para terem cuidado com as condições dos investimentos chineses no continente, chamando a atenção para os termos e a manutenção da soberania.
"No que diz respeito à China, como já disse noutras partes do mundo, não estamos de forma nenhuma a tentar colocar os investimentos chineses fora de África, porque são necessários", disse o membro do Governo norte-americano equivalente ao ministro dos Negócios Estrangeiros nos governos europeus.
"Cremos, no entanto, que é importante que os países africanos considerem com cuidado os termos desses investimentos e não renunciem à sua soberania", sustentou, falando na capital da Etiópia, Adis Abeba, numa conferência de imprensa conjunta com o presidente da comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat.
No início de uma viagem que o levará também a Djibouti, Quénia, Chade e Nigéria, o secretário de Estado norte-americano considerou que "o modelo que a China segue não traz uma significativa criação de emprego nem programas de capacitação significantes que permitam aos cidadãos africanos participar de uma forma mais completa nos seus países".
Tillerson alertou ainda que "os modelos de financiamento estão estruturados de forma a que o país, se entra em problemas financeiros, perde o controlo das suas próprias infraestruturas e dos seus recursos".
Por isso, concluiu, "a nossa mensagem para estes países é que pensem com cuidado nos termos destes acordos".
As declarações de Tillerson surgem depois de os EUA terem anunciado um plano de ajuda humanitária para África, no valor de 550 milhões de dólares, mais ou menos 430 milhões de euros, e coincidem com a viagem que o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, faz esta semana por vários países africanos, incluindo Angola, Moçambique, Etiópia, Namíbia e Zimbabué.
A União Europeia é o maior parceiro África no que diz respeito a ajuda internacional, mas desde 2009 que a China é o maior parceiro comercial.
LUSA – 08.03.2018
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