segunda-feira, 26 de março de 2018

COMITÉ CENTRAL ESCONDE FRACO DESEMPENHO DO GOVERNO E AUTORES DA DÍVIDA





O desempenho do governo não foi melhor nestes últimos três anos. Ficou a assistir o custo de vida avolumar, deixou que faltasse ou reduzisse os principais serviços básicos à população, não estão a conseguir resolver o problema da dívida oculta e muito menos levar a barra da justiça os possíveis culpados.

Mediante este cenário todo, o Comité Central encolheu e fez "vista grossa" a tudo isso, mesmo com a ameaça das eleições de 2018 e 2019. Haja coragem!









O país vive momentos difíceis desde 2015, onde a economia encalhou e fez cair a pico as perspectivas do crescimento do produto interno bruto (PIB) que de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) tombou para 3.1 % em 2017, prevendo ainda que este ano o crescimento económico fique-se apenas em 3.2 %.

Com a economia a ir mal, o bolso do cidadão também ficou vazio, sem condições de fazer face ao alto custo de vida imposto pela variação diária de preços, facto que fez regredir o nível de vida das pessoas no país, uma vez que o salário e o alto nível de desemprego não permitem enfrentar a escalada sem precedente da tabela de preço dos produtos da primeira necessidade.

Na II sessão do Comité Central do partido frelimo que terminou no domingo (25.03.2018), os 187 camaradas que participaram da reunião, dos quais fazem parte economistas e empresários- estes últimos que também estão a ser massacrados com os desníveis da economia não foram capazes de confrontar o governo com esta realidade crítica.- pelo menos não nos chegou esse dado.

Em discurso do fim da reunião Filipe Nyusi avançou que o órgão recomendou para que se aprimore "a relação entre o partido e o governo melhorando as condições do nosso povo, rumo ao bem estar".

Contudo não foram mencionados quais são os passos para que se consiga atingir esse objetivo, já que as medidas de politica fiscal introduzidas com intuito de "reanimar a produção e disponibilidade de crédito", por si só, sem o desfecho do caso dividas ocultas não voltará a fazer florir a economia. 

Aliais, a dívida escondida é a mentora da situação caótica da economia e o Comité Central deixou passar uma oportunidade ímpar de trazer soluções palpáveis ou mesmo orientação para penalização dos autores conforme exigência da comunidade internacional para voltar a injectar dinheiro no orçamento do Estado.

O presidente do partido Frelimo, Filipe Nyusi disse que o Comité Central instou o governo "a redobrar esforços no cumprimento do manifesto eleitoral"?

A questão que se coloca é: como? Se em 4 anos o governo não conseguiu segurar a estabilidade econômica irá conseguir até 2019, quando faltam pouco menos de um ano?

O Comité Central contornou o polémico caso, preferindo entregar a economia a deus dará e a medidas politicas financeiras que levam seu tempo e que de uma hora para outra podem mudar, conforme os choques econômicos do momento, pois não basta “falar com realismo sobre a situação do país ao nosso povo"- é preciso também demostrar com actos concretos. (E não é preciso ser vidente para saber o que o povo quer).

Mediante este cenário todo, o Comité Central encolheu e fez "vista grossa" a tudo isso, mesmo com a ameaça das eleições de 2018 e 2019. Haja coragem!

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