sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Titafa titxuvuken“, ou o masoquismo d(n)a crise

22 h · 

„Titafa titxuvuken“, ou o masoquismo d(n)a crise

Ocorre-me esta expressão idiomática da minha língua materna – xangan – quando vejo o aparente masoquismo com que alguns faceamigos vão compartilhando notícias que dão conta de quão má é a situação do país. A Pérola do Índico está de tangas, os gatunos devem ser presos e seus bens confiscados, somos piores do que a Venezuela, os preços disto mais daquilo vão subir, etc. E eu pergunto-me, sem querer ofender, em que país viveu todo este pessoal até agora? Alguma vez a nossa vida foi normal? Quando é que nunca estivemos perante a difícil tarefa de fazer essa viragem fundamental, mas sempre adiamos porque é mais fácil gastar energia a identificar os culpados? E a viver disso?

“Titafa titxuvuken” traduz-se literalmente por “vão morrer a olhar uma para a outra”. Refere-se ao comportamento de cobras que, no entendimento dos falantes da minha língua materna, preferem, por teimosia, morrer olhando para a outra só para mostrarem coragem do que cederem caminho. Sempre que duas pessoas preferem a teimosia à resolução dum assunto qualquer, empregamos essa expressão. Vejo os cidadãos da Pérola do Índico numa competição fútil com a crise, mas essa crise é, no fundo, uma ilusão fruto duma certa incapacidade em nos questionarmos a nós próprios. Há algo de masoquista nisto que me leva a tentar identificar as suas várias manifestações.

A chamada crise dramatiza apenas algo que todos deviam saber, nomeadamente que o país em que vivem não é aquilo que eles pensam ser, nem nunca foi. Moçambique é potencialmente rico, mas enquanto essa riqueza não for potenciada, Moçambique será um país pobre. Pode ser culpa do governo não conseguir potenciar essa riqueza, mas se você só reclama isso quando tem de apertar o cinto está a ser hipócrita. Se você pensa que a crise é algo em que alguns “gatunos” gananciosos nos meteram você arranjou uma boa maneira de continuar a fingir que vive num país normal.

Se você pensa que os seus problemas começaram no dia em que alguém contraíu dívidas em seu nome sem o seu aval, você anda equivocado em várias coisas: primeiro, você não entende muito bem a estrutura económica do mundo em que vive; segundo, você tem uma relação religiosa com a sua abordagem económica que o leva a pensar que só aquela soluçãozinha que você consegue pensar é a única salvação para o país; terceiro, você não entende lá muito bem o tipo de sistema político em que vive (deve até ser daqueles que acham que o país estaria em melhores mãos com Samora Machel...) e, por isso, não tem sensibilidade para o facto de que quando alguém recebe o mandato do eleitorado para governar ele recebe também, dentro dos limites constitucionais, o direito e a obrigação de agir no interesse do país segundo o seu entendimento disso e, por conseguinte, tomar as medidas que achar necessárias na prossecução desses interesses.

Para mim, a maior crise reside no masoquismo, razão pela qual gostaria, para encerrar, de tentar descrever as suas manifestações na Pérola do Índico. São basicamente quatro essas manifestações:
Masoquismo hipocondríaco – Há gente à quem a crise dá um prazer genuino. São os que pela sua postura intelectual e política sempre questionaram a forma como o país era, é e será gerido, desde o momento que não seja por eles. Não é que eles tenham necessariamente razão. Têm um outro entendimento de como as coisas devem ser feitas baseado em slógans tipo “corrupção”, “bolha” ou “exclusão”. A sua atitude, na verdade, é mais religiosa do que racional. Têm a sua visão do mundo, não arredam pé e ficam basicamente à espera de verem as coisas a andarem mal para poderem dizer “não disse?”. Chamo a isto de masoquismo hipocondríaco porque me lembra a história do hipocondríaco que mandou colocar os seguintes dizeres na sua sepultura: “não vos disse que estava doente?”.

Masoquismo impotente – Este é o prazer que não sente, o prazer dos governantes. Herdaram, acham eles, os males cometidos pelos outros e sentem-se hoje obrigados a gerir uma situação que não é da sua responsabilidade. Dizem eles. É uma atitude tipicamente pérola indiana. O poder atraiu mais do que o sentido de responsabilidade. A Pátria chamou, eles responderam ao chamamento, mas não faziam ideia do que lhes esperava, nem do que iam fazer. Pensavam que fosse ser “business as usual”. Governar, para muitos, é fazer aquilo que sempre se fez. Não é diagnosticar o país e ver o que ele precisa. É apenas governar. A crise aqui é a crise da perplexidade.

Masoquismo oportunista – Há os que durante anos a fio viveram bem – a julgar pelas fotos das viagens, das refeições, das bebedeiras e das mansões que construíram – sem nenhum ideia do país em que realmente vivem. Sentiram-se como se fossem Portugal, França ou Suíça em Moçambique. Nunca quiseram saber donde vinha o dinheiro que lhes permitia tal vida num país com baixos níveis de produtividade, com pouco emprego e vivendo da caridade doadora. Acharam, como todo o afortunado, que eles fossem pessoas especiais e acima da média. Crise para este pessoal é a dor de regressar à realidade e constatar que se calhar o seu próprio bem-estar, ainda que instável, faz parte do problema, não da solução.

Masoquismo lúdico – Há gente que se diverte com tudo isto. É gente a quem a precariedade da vida ensinou a ser cínica como forma de se proteger das decepções que ser pérola indiano e africano traz consigo. Cada novo sinal de desaire ou decepção é a confirmação de quão prudente é ser cínico. Há algo profundamente “africano” neste tipo de masoquismo, pois revela esta capacidade única, e ímpar, de se rir de si próprio. Não é resignação, nem fatalismo. É uma mistura do “carpe diem” romano, do hedonismo grego acrescido de traços da divindade “Dionísio” sob o pano de fundo daquela característica bem africana descrita por Ahmadou Kourouma (em “Quando on refuse on dit non”) em referência ao filho da esposa preferida do polígamo. O africano sabe que é enteado da História e vive só para a irritar.

Masoquismo imbecil – Por último tem o masoquismo imbecil. Este descreve o prazer daqueles que não sabem porque esta crise é necessariamente pior do que a crise que toda a sua vida tem sido. Acham que pelo facto de outros reclamarem da vida eles também devem reclamar. Para eles ter acesso à electricidade significou sempre fazer um sacrifício suplementar que deixava sempre aquele sabor amargo na boca no fim do mês, pois perguntavam-se de que maneira é que os seus níveis de consumo teriam contribuído para a melhoria das suas próprias vidas. A crise para estes é apenas a oportunidade de reclamarem em côro.

Uma grande incógnita, mas algo profundamente sintomático, é que neste momento de “crise” nenhum partido de oposição apareceu com um programa (mesmo mal desenhado) sobre como salvar o país, ou alguém viu isso? Nem mesmo os críticos de plantão que só se limitam a exigir a responsabilização dos gatunos ou a repetir aquilo que devia ter sido feito, mas não foi... curioso! É mesmo: titafa titxuvuken. É caso para cantar com Zahara para os céus “Phendula” (responda-me)...



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17 comentários
Comentários

Ricardo Santos Masoquismo vingido! O mundo inteiro dentro do meu umbigo!
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Edson Godinho Viva Prof, acabo de ler atentamente o seu texto....e neste momento faço um esforço tremendo para amarra-lo com as suas próprias cordas.....se não conseguir agora, aguardarei melhor momento COMPATRIOTA!

Alcídes André de Amaral Nossa! Professor, acabou dizendo o que eu gostaria de dizer num post que acabei fazendo em perguntas. Eu queria dizer mesmo isso, e assim. Posso compartilhar o seu post e marcar as pessoas que cirtiram o.meu? Se curtiram, gostaram e notaram.o que.deve estar a falhar. Se isso.for verdade, entao vao.se.enervar deles mesmos.ao.lerem.este seu.texto. Sabe, a gente anda e andava doente e nem sabia... so por este facto, ja `e a pior doenca.

Isaias Dosanjos Claramente Prof. "esta crise é necessariamente pior do que a crise que toda" a nossa vida sido. pois, parece-me estar aliada a uma crise de consciência histórica. se a historia eh "mestra da vida", então estamos todos condenados a estar em crise.

Elisio Macamo hmmm. consciência histórica...

Isaias Dosanjos Eh o que me parece! pois a consciência histórica eh a capacidade de olhar para o passado e dele tirar algumas lições que possam ajudar a compreender o presente, logo quem diz que o país estaria em melhores mãos com Samora Machel, tem défice de consciência histórica.
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Elisio Macamo ok, entendo. faz sentido.

Jose Cossa Se hiku ini?
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Elisio Macamo timiselani...

Juma Aiuba Bom, acho que não é bem assim. Eu não acho que vamos morrer nos olhando nos olhos uns dos outros. Estamos a gritar de indignação, mas também estamos a trabalhar para mudarmos a situação. Não estamos a fazer barulho de braços cruzados. Até porque se estivessemos de braços cruzados ou a espera por algum milagre já estariamos mortos. Esse masoquismo é bom porque ajuda-nos a partilharmos as dores. Aliás, também não está provado que os que não fazem barulho (os não masoquistas) estão a trabalhar mais do que nós. Como disse e bem, nunca estivemos bem, mas também não podemos ficar calados e serenos enquanto o nosso avião está a cair a pique. Sempre estivemos mal, mas também não precisa nos afundar. 

Somos masoquistas que fazem alguma coisa para sobreviver. Aqui tudo subiu, mas estamos aqui gritando, insultando, chorando, fazendo sarcasmo, mas lutando. Como dizia, tudo subiu, mas ninguém perdeu o sonho. Comida subiu, mas ninguém deixou de comer. Chapa subiu, mas continuamos a ir a escola e ao trabalho. Cimento subiu, mas estamos a construir assim mesmo. Caixão subiu, mas não deixamos de morrer por causa disso.
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Elisio Macamo vão gritando, insultando, chorando, etc., talvez o criador nos oiça.
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Juma Aiuba Não, estamos a trabalhar também. Estamos a gritar e a trabalhar ao mesmo tempo. Quando uma casa está a arder nada impede que você grite por socorro enquanto vai lançando água com baldinhos.
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Elisio Macamo a diferença entre uma casa que arde e um país em crise é que no segundo caso pode ser útil reflectir seriamente sobre as razões. você tem essa chance. no primeiro caso, só depois de apagado o fogo. agora, dê-me o exemplo duma proposta séria, coerente e exequível no meio de tanta gritaria, depois continuaremos a conversar...
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Juma Aiuba No meio de tanta gritaria, hoje comemos pão de farinha de mandioca misturada com a de trigo, por exemplo. Isso minimiza os custos, ajuda a aumentar a renda dos camponenes e poupamos algum. Agora, eu acho que, de facto, os partidos políticos estão a perder uma oportunidades soberba de se reinventarem. A Renamo e o MDM estão a chorar também como o povo. Não são oportunistas.

Elisio Macamo agora estamos a conversar... mas lá está: porque esses partidos seriam diferentes de nós? nisso pelo menos somos coerentes.
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Juma Aiuba Eu esperava que por estas alturas o MDM, a Renamo e organizações de desenvolvimento como a FDC, etc tivessem organizado uma conferência sobre a crise, oportunidades e soluções, com especialistas. Alguns sectores, académicos e personalidades "influentes" têm feito a sua parte alertando e propondo saídas. Mas ainda falta.

Elisio Macamo fdc? se a recente intervenção da sua chefe é algum guia, acho melhor irmos tomar chá... seria bom que houvesse debates mais sérios. mas dá mais tesão dizer "não disse?".
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Juma Aiuba Hehehehehe... Estou a falar do que devia ser. Sendo uma organização para desenvolvimento da comunidade, esperava-se uma outra postura e não passar a vida a endeusar e a inaugurar estatuas de Samora.
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Anísio Buanaissa Caro Juma, o pão de farinha de mandioca foi potenciado no governo anterior como forma de também resolver uma situação de crise, não é resposta milagrosa de algum iluminado hoje!
Agora, esqueça essa de a Renamo estar a chorar com o povo enquanto mata produtores que aliviariam a crise e danificam meios e vias de transporte da produção.
PS: eu decidi encontrar um terreno baldio na Manhica e estou a produzir la verduras, tubérculos e até alguns grãos evitando pressionar o Estado na importação destes bens e consequentemente reduzindo a procura por divisas (acho que isso é trabalhar)!
Abraços a ti e ao prof Elisio.

Elisio Macamo ah pois, aquilo é assunto para sermão na iurd...

Alvaro Simao Cossa A crise deve ser o tempo de exploração intensa das diferentes maneiras de cada um olhar para si mesmo, por isso devemos vé-la como vimos a um acidente de automóvel, suas distorções de pensamento contribuem para esses quadros que o Elisio Macamo descreveu nos 4 casos, distorcendo o sentimento e o ponto de vista a cerca de si mesmo e do país inteiro. O que temos que concordar é que há uma inoperância admirável para sairmos dessa perversão, concordo absolutamente. Bravo!

Elisio Macamo pois, não há nada na nossa reacção que mostre alguma vontade de entender e lidar com o verdadeiro problema, que é o de sempre...
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Alvaro Simao Cossa Exactamente!

Eusébio A. P. Gwembe Dada a variedade dos masoquistas, quem fica de fora? Eu acho que todos sao o reflexo da sociedade que somos. E é justo dizer que cada grupo vai desempenhando positiva ou negativamente as suas funçóes dentro dos seus limites. Bem hajam os Hipocondríacos porque “corrupção”, “bolha” ou “exclusão” são factores que nos levam a afugentarmo-nos uns aos outros, quando na casa do pai há moradas para todos. Não nos esquecamos que nas vítimas da exclusão estão também os competentes. Ilibar os corruptos da actual crise me parece uma injustiça intelectualmente elaborada para abafar aqueles que sacrificam os filhos com fome porque tem que guardar 2500 meticais para pagar ao docente da disciplina X e Y na minha universidade, nesta caminhada de preparar o futuro. Eles não estão errados, tal como o não estão os adeptos que criticam a actuação dos jogadores.
Bem hajam os masoquistas lúdico, num país em que rir-se da própria desgraça é quase o que resta de graça. Na sua lucidez sabem que o inclinar das ervas durante a tempestade não é derrota, mas uma submissão temporária, São, em parte, esses masoquistas que fazem o país sonhar.
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Elisio Macamo eu acho que toda a tentativa de explicar os nossos problemas com recurso à corrupção é fraude intelectual. um dia ainda havemos de acordar e lamentar o tempo perdido nessa quimera.

Elisio Macamo corrupção, bolha e exclusão é o mesmo que dizer que não ganhamos porque não marcamos mais golos...

Gabriel Muthisse Kkkkkkk Moçambique é o país mais endividado do mundo... Moçambique é o país mais arriscado do mundo (mais do que a Venezuela, diz-se)... Moçambique é o pior país do mundo.... Moçambique paga os juros mais altos do mundo... Como nós gostamos de partilhar estas "informações"!!!! E devemos pouco mais de 10 bilioes de dólares. Algumas empresas do mundo devem 10 vezes mais que isto!!!! E estamos a falar de um país que tem petróleo, gás, carvão, diamantes, ouro, pedras preciosas, gado, solos ricos, potencial turístico, camarão, atum, lagostas, energia eléctrica exportável, portos e linhas férreas para o hinterland, património imobiliário invejável, terras férteis, povo trabalhador... E nós gostamos tanto se partilhar aquelas afirmações... Um pouco difícil de compreender!!! Parece que gostamos de nos ver como os piores do mundo. Apesar de tudo o que nos faz uma realidade invejável para várias nações do mundo.

Lyndo A. Mondlane Bravo professor, sobretudo pelos q pensavam que o estado da nacao era excelente, porque havia mais Range Rovers na rua, é mansoes nao se sabe onde.. Afinal viviam de autoengano, viviam de ilusoes, e a situacao lhes devolveu a realidade
. Quando se vive se emprestado, quando se vive de recursos alheios, quando nao se é consciente da sua situacao e condicao, tarde ou cedo a realidade bate a porta... Viva a crise como oportunidade

Armindo Chavana excelente

Maria Laura Inácio Nota Interessante Prof. As suas cronicas me ajudam a pensar melhor, parabens naõ deve nunca deixar de escever para nós, precisamos despertar a nossa mente como povo.

Manuel Bila o Povo não e masoquista mas sim vitima dos masoquistas, quanto aos partidos da oposição o professor tem razão estes não apresentam nenhuma proposta para sairmos desse beco sem saida que entramos.
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Elisio Macamo o povo...

João Carlos Me parece uma tendência natural humana para o negativismo. As boas coisas não são partilhadas com a mesma amplitude e intensidade que as más coisas. É assim o Homen.... Depois, a falta de culktura de responsabilidade. Me parece o elkemnto mais critico em toda essa situação. Ninguém quer assimir responsabilidade pelos seus actos. Há sempre os culpados. Acontece algo, imediatamente começa a procura de culpados, se excluindo naturalmente, pois os outros esses sim, devem ser os culpados e os responsaveis. Ma se der direito, ou certo, mereço quase que em exclusivo toda honra e toda a glória, para todo o sempre
Gosto · Responder · 1 · 7 h · Editado

Elisio Macamo pode ser. é grave.

Luís George Generoso Professor Elisio Macamo, certa vez escrevi que em situação funesta, o recolhimento e introspeção é fundamental para que não nos exterminemos por conta de um feiticeiro ainda não identificado, afinal o zangoma pode ser a origem de tudo isto. Como cientista social que pensa de um "write off" aliada a revisao dos processos e procedimentos estruturantes funcionais e sancionatorios em uma nova ordem político -social? Estaria nossa sociedade preparada para o perdão e recomeçar? O masoquismo, auto-flagelo e seja o que for estaria longe de curativo.
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Elisio Macamo todo o momento é de recomeço. estamos sempre a começar.

Fatima Mimbire Li com muito interesse o texto, as manifestacoes do masoquismos aqui na "perola" e sobretudo achei interessante o ponto em que questiona respostas/solucoes para se sair da crise. Acho que o Sr Professor le as coisasselectivamente ou esta mal-informado por estar fora de Mocambique e nao acomoanhar bem o debate, ja que a informacao que 'e veiculada pelos media e redes sociais sao muitobem seleccionadas, sobretudo quando se trata de orgaos publicos, onde os que chama de "criticos de platao" nao teem acesso. Contudo, para nao deixa-lo ficar coma ma ideia de que nao ha propostas de solucao, recomendo a visitar as paginas web de algumas organizacoes onde "os criticos se plantam e constroem as suas criticas" e ate oconvido a conversar com alguns deles, numa das suas passagens por ca, para ouvir o que eles pensam e que as vezes nao chega a si e outros. e devo dizer que muitas dessas propostas ja foram apresentadas a quem direito. agora, que utilidade se da a isso, acho que a forma que coloca "os criticos" ja diz tudo. E ja agora, pode partilhar a sua proposta de como saimos da crise? Obrigada

Elisio Macamo já viu? não tem ideia de como abordo as coisas, mas como acha que não corresponde à sua estou mal informado ou sou selectivo. já ouvi isso várias vezes, felizmente. e se tivesse havido coincidência de certeza que estaria a festejar a minha "perspicácia". não tenho ideia de como sair da crise, mas pode ter a certeza que a luta contra a corrupção é parte do problema, não da solução. mas estou longe para saber...
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Fatima Mimbire Elisio Macamo de facto esta mal informado, reitero, ou se faz, selectivamente mal informado. Justifico porque o digo: como ousa questionar as solucoes dos criticos de plantao (que ambos sabemos aquem chama assim)? So pode ser por tuas razoes: 1. por nao saber ou 2. para ter muitos likes/ser reproduzido/granjear simpatias daqueles que nao veem com bons olhos os "criticos de plantao". Mas como conheco a forma como aborda as coisas e pelos creditos que tem, eu acredito que 'e pela primeira razao. E 'e razoavel. Afinal, ha quem nem se da ao luxo deler o que os "criticos de platao" tem a dizer e por razoes obvias. Em que medida a luta contra a corrupcao 'e parte do problema e nao da solucao?

Elisio Macamo eish! força! pelo menos já tenho o seu like.

Fatima Mimbire tera todos que quiser. O importante, ameu ver 'e cada um contribuir para que o pais encontre o seu caminho. desde que concordemos em discordar e colocarmos sob a mesa as nossas ideias e propostas. Fiz a minha parte: coloquei a sua disposicao as ferramentas para que possa livrar-se do equivoco da "falta de propostas". Agora, o desafio, se realmete esta disposto a debater e a contribuir para que o pais saia desta e de outras crises, a ir ver as propostas de solucao disponiveis e vir aqui discuti-las. terei imenso prazer em dscutir ideia, sobre coisas concretas e nao preconceitos. Obrigada e boa sorte com os likes.

Elisio Macamo os likes não dependem de mim, mas por eles faço tudo.
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Fatima Mimbire Elisio Macamo Eu sei. Cotinue a iluminar-nos professor. Aguardo anciosa o proximo post para dar o meu like. kkkkkkkkkk

Alexandre Pomar Atenção à Selma Uamusse, moçambicana em ou de Lisboa. A música e as mulheres da música podem disparar (sem sentido bélico).
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Elisio Macamo oh, algumas têm sentido bélico...
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Alexandre Pomar Se me permite a invasão. É uma força da natureza com muita cabeça. http://v-miopia.blogspot.pt/.../selma-uamusse-ensaios-ccb...


V-MIOPIA.BLOGSPOT.COM

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Elisio Macamo à vontade. o talento quando não é à boleia de slógans mal digeridos como acontece na pérola do índico faz milagres...

Alexandre Pomar Esta mulher esteve em Moz. mas parece que ainda não actuou lá. É surpreendente como "as raízes", seja lá o que isso for, resiste ou permanece, vem à superfície e domina toda a presença, mesmo que numa relação aberta com outras culturas e outras músicas. Impressionou-me, também graças à sala (o público) e aos muitos amigos presentes (eu não a conhecia) a recepção empolgada e fusional. Engenheira territorial (?), cantora em coros de gospel..

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