A engenharia da Startimes para assegurar negócio do digital
A
Startimes Software Technologies Company, Lda foi escolhida, pela
segunda vez, como implementadora do processo de transição do sistema de
radiodifusão analógica para digital, em Moçambique, na sequência de um
concurso público lançado pelo Governo em Junho deste ano.
Trata-se
da mesma companhia, a qual o Governo tinha entregue o processo em Abril
de 2014, sem concurso público, para dirigir a migração, cujo primeiro
prazo estava marcado para Junho de 2015 e que falhou.
A
adjudicação do negócio à empresa com capitais chineses e moçambicanos
foi, em primeiro plano, publicada através de anúncios na imprensa
escrita, mas ontem, 24 horas depois, o Instituto Nacional de
Comunicações de Moçambique (INCM) chamou à jornalistas para esclarecer
os contornos do processo.
Consciente
das dificuldades financeiras que o país atravessa, o Governo decidiu
avançar para um concurso público para buscar uma companhia que pudesse
implementar a transição de forma mais barata possível e cujo empréstimo
pudesse ser pago num período mais longo possível.
“O
caderno de encargo impunha um mínimo de sete anos de período de graça e
um máximo de dois porcento da taxa de juro, além disso um mínimo de 20
anos para a conclusão do pagamento”, começou por explicar Américo
Muchanga, director-geral da instituição.
À
corrida entraram mais de 20 companhias nacionais e internacionais, das
quais seis apresentaram as propostas técnica, financeira e de
financiamento, nomeadamente a Poly Technology INC (China), ZTE
Corporation (China), Huawai Technologies (China), Crossroad Internation
(Itália), Startimes Software Technologies Company Ltd (China) e
Broadcasting Media Solutions (Indian Ocean) Ltd (Maurícias).
Um
júri composto pelo próprio Instituto Nacional de Comunicações de
Moçambique (INCM), Televisão de Moçambique (TVM), Telecomunicações de
Moçambique (TDM), Transporte, Multiplexação e Transmissão (TMT) e o
Ministério da Economia e Finanças escolheu a Startimes. A companhia, que
inicialmente disse que seriam necessários 223 milhões de dólares para a
migração, baixou a proposta para 156 milhões de dólares e voltou a
encaixar o negócio.
Questionado
sobre a possibilidade de ter havido tráfico de influências para que o
“dossier” voltasse a cair nas mãos da mesma companhia, Muchanga rebateu a
hipótese e remetendo toda e qualquer dúvida ao caderno de encargo,
acompanhado das respectivas propostas que durante um
período de 60 dias estarão disponíveis aos órgãos de comunicação social e
instituições interessadas, desde que se manifestem através de um
documento.
“Sempre
há aspectos subjectivos, mas eu prefiro ir aos aspectos claros e
concretos e recomendo que vejam o trabalho que foi feito por este júri e
cheguem a conclusão mais correcta”.
Por
outro lado, o director-geral do INCM esclareceu que a Startimes não
chegou a ter em mãos o orçamento que propôs inicialmente para o processo
de migração.
O
contrato com a Startimes Technologies vai durar 18 meses e durante esse
período a empresa vai gerir o orçamento de 156 milhões de dólares para
montar um total de 60 emissores de rádiodifusão em diferentes pontos do
país, além dos estúdios necessários e a parte da gestão do sinal.
Por
agora, a companhia ainda não tem garantido o financiamento, o que
significa que parte do tempo que resta será gasto em questões de
financiamento.
No geral, a Startimes Technologies Company Ldt será pela construção e implementação da rede digital, que após o período de vigência do concurso, ficará nas mãos da empresa de
Transporte, Multiplexação e Transmissão (TMT), cuja estrutura
accionista é composta pela TVM, RM e TDM. O INCM diz que, em caso de
interesse, há espaço para entrada de privados no negócio.
Moçambique é um dos três países mais atrasados na região da SADC
A
nível da região, Moçambique está entre os três países que estão mais
atrasados no processo de migração analógica para digital.
Numa
reunião realizada recentemente entre os ministros responsáveis da área
das comunicações, constatou-se que Moçambique, Angola e África do Sul
são os que ainda não implementaram a migração. Entre os piores” a África
do Sul é que está mais avançada por já ter montado cerca de 200
emissores, faltando a conformação da legislação para aquisição dos
descodificadores, por meio dos quais a população poderá receber sinal
digital.
Trata-se
de um processo que Moçambique, a semelhança de outros 119 países da
Europa, África, Médio Oriente e Ásia acordaram numa conferência, em
Genebra, para melhorar a experiência de assistir TV com interatividade,
guias electrónicos de programação e transmissões em alta definição (HD).
O
país deu os seus primeiros passos, em Novembro de 2010. Em 2014, o
processo de implementação foi atribuído a Startimes Tecnologies e falhou
o primeiro prazo para o “apagão” em Junho de 2015.
O
novo prazo estabelecido é Dezembro deste ano. De agora até lá, ou seja,
nos próximos dois meses a palavra de ordem é correr contra o tempo. Com
o atraso, serão montados 18 emissores para garantir condições mínimas
para a transição, mas o Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique
(INCM) assume que algumas zonas fronteiriças poderão sofrer
interferências.
“Já
vínhamos implementado um projecto piloto, justamente para tentar
mitigar os efeitos de não concluir o processo até Dezembro”, justifica o
director da instituição Américo Muchanga, avançando, no entanto, que o
que foi tomada são medidas paliativas, que consistem na instalação de
emissores nas zonas fronteiriças que serão instaladas antes de Dezembro
deste ano, para evitar que quando ocorrer a transição, a população
destas zonas possa sofrer interferências.
Ainda
com apenas oito emissores para montar nessas zonas, o INCM diz que já
está em conversações com as autoridades reguladoras da transição nos
países vizinhos, para que não activem emissores digitais perto das
nossas fronteiras onde podem existir interferências. A autoridade
reguladora não revela os nomes das zonas.
Até
Junho do ano passado, apenas 48 nações completaram a migração nas suas
emissoras de televisão terrestre para a tecnologia digital, segundo a
União Internacional das Telecomunicações. Luxemburgo foi o primeiro país
a desligar os sinais analógicos de TV, em 2006; seguido por Andorra,
Finlândia e Suécia, em 2007; Alemanha e Suíça, em 2008, e Estados
Unidos, em 2009.
Líder do Estado Islâmico fala pela primeira vez sobre a ofensiva de Mossul
Abu Bakr al-Baghdadi apela à população de Mossul a combater "os inimigos de Deus".
O Estado Islâmico divulgou uma gravação em que o seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, se mostra confiante numa vitória do grupo na batalha por Mossul.
Não foi possível confirmar a veracidade da gravação, mas caso seja de facto atribuída a Baghdadi, esta seria a primeira vez que o líder jihadista fala sobre a ofensiva pela cidade iraquiana, e a primeira declaração pública desde Dezembro de 2015. Desconhece-se o paradeiro do líder do grupo jihadista – chegou até a haver relatos de que teria morrido num bombardeamento –, mas a BBC cita alguns dirigentes iraquianos que dizem que Baghdadi poderá estar em Mossul.
Na gravação, citada pela Reuters, Baghdadi apela à população da cidade para combater “os inimigos de Deus” e aos combatentes suicidas a destruir “as cidades dos descrentes”. O líder da organização urge também aos seus seguidores para que ataquem a Turquia, a quem chama de "aliado dos ateus".
Foi na cidade de Mossul que o líder do Estado Islâmico proclamou, em 2014, a instauração do califado, iniciando o avanço territorial do grupo por território sírio e iraquiano.
O líder do Estado Islâmico referiu directamente a Turquia, apelando aos militantes para que "libertem o fogo da sua raiva" sobre os soldados turcos. O Governo de Ancara tem manifestado a intenção em integrar a operação de reconquista de Mossul, embora o Iraque se oponha e avisou que vai considerar qualquer incursão no seu território como uma "invasão".
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