Presidente, povo quer paz!
O país voltou a mergulhar em guerra. Depois de mais de 20 anos do silêncio das armas, o povo volta a chorar. Os dirigentes de Moçambique deixaram fugir das mãos o pombo da paz por interesses de grupo que anda a depauperar os recursos do país desde a independência. Os egoístas não aceitam que os demais sejam cidadãos tenham os mesmos direitos e iguais oportunidades de fazer negócio, de educação, saúde e ascender na vida social. Qualquer moçambicano quer um bom emprego, para ganhar muito dinheiro. Existem milhões cidadãos nacionais que também desejam, como as elites frelimistas, viver na fartura.
A guerra por que o povo passa vinha sendo preparada ao longo de anos de intolerância política e de exclusão económica. A guerra que vivemos resulta das práticas nefastas do partido governamental. O roubo de votos, a violência eleitoral e o recurso à polícia contra seus adversarios cimentam a guerra. Se a soberania emana do povo, a Frelimo que saiba respeitar a vontade popular que não votou nela mas em outros.
As emboscadas contra Afonso Dhlakama e o cerco à sua residência, na Beira, agravado com o atentado contra a integridade física do secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, foram sinais de que já não há espaço para dialogar. Foi um chamamento inequívoco para a cobfrontação.
Quem manda atacar o seu adversário, não quer paz. Quem manda ultimatos e ameaça, não quer paz. Quem nega que as forças de que diz ser o seu comandante mais alto estejam a pilhar bens do povo e viola mulheres, provocando um êxodo para o Malawi, não quer paz.
Os refugiados de Kapitse, no Malawi, disseram que fugiram das atrocidades das forças governamentais, deixando para trás machambas, bovinos, caprinos, ovino, galinhas, patos e celeitros com milho, mapira e mexoeira. Negam que sejam preguiçosos e oportunistas querendo viver de caridade.
Que não foram ao Malawi à procura de fertilizantes.
Nyusi tem um só caminho a seguir : o de diálogo. A paz que o povo quer está acima de todas as leis e da constituição. A paz que o povo quer não está na ponta do fuzil nem nas lições que foi aprender, em Angola, de como se assassina adversários políticos.
Nyusi fez uma viagem à Angola para onde foi aprender como mataram Savimbi. É disso que o Presidente se orgulha? Paz implica o fim da exclusão e intolerância, significa a remoção das células da Frelimo nas instituições públicas porque o Estado pertence a todos.
O povo quer a paz que signifique o governo ter que indicar para conselhos de administração das empresas públicas indivíduos competentes e não indicados na base de militância partidária. Os cargos de chefia (que não sejam de confiança) devem ser resrvados a cidadãos competentes e não a escovinhas do G40, cães de guarda de um regime gangsterizado.
Os ministros Salvador Atanásio Mutumuke e Jaime Basílio Monteiro estão a enganar o Presidente. Recordamos aos que sofrem de amnésia que uma guerrilha popular como a da Renamo é invencível. A História da Humanidade tem variados exemplos que sustentam esta verdade e a nossa História recente provou isso. O governo está a desperdiçar os parcos recursos de que o país tem comprando armas ao invés de aplicá-los na construção de estradas, escolas, centros de saúde, adquirindo equipamentos agrícolas, fertilizantes e abastecimento de água.
O Presidente é o principal responsável pela manutenção da pazhhh. O povo tem o direito de vive em paz e não pode ser a Frelimo a perturbá-la. O povo tem o direito à indignação. A ganância da Frelimo de continuar a governar o país, mesmo sem legitimidade, conduz-nos à guerra.
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