| Destaques - Nacional |
| Escrito por Adérito Caldeira em 24 Fevereiro 2016 |
São 166.936 os moçambicanos afectados pela seca nas províncias de Gaza, Inhambane e Sofala, de acordo com dados do dia 19 de Fevereiro do Centro Nacional Operativo de Emergência(CENOE). Um cenário previsto há mais de um ano pelos meteorologistas pois deve-se à influência em todo o planeta, desde 2015, do fenómeno climatérico “El Nino”, um dos três mais fortes dos últimos 50 anos e que está previsto durar até pelo menos Junho.
Mas se por um lado a má campanha agrícola e os pastos secos, no Sul e Centro de Moçambique, geram a necessidade urgente de apoio alimentar por outro lado existe água nos lençóis freáticos, mesmos nas zonas mais fustigadas pela estiagem, por isso a solução do Executivo e parceiros de cooperação tem sido a abertura de mais furos de água, é certo mais profundos, mas nada que não pudesse ter sido realizado atempadamente.
Entretanto a romaria dos governantes não pára, depois do primeiro-ministro agora são os deputados e só falta mesmo o Presidente da República visitar as vítimas da seca.
Nesta terça-feira(23) o Governo, após mais uma reunião do Conselho de Ministros apelou aos moçambicanos a “solidarizarem-se para com às famílias afectadas pela seca no país, tomando algumas iniciativas que levem a minorar o impacto negativo da situação”. Ademais, de acordo com o Executivo, há um défice de 63 milhões de meticais para o INGC fazer frente aos desastres naturais que assolam o país.
Importa recordar que o plano de contingências, elaborado e aprovado pelo Executivo de Nyusi em 2015, previa para um cenário de emergência - composto por ventos fortes, inundações localizadas nas vilas e cidades e a seca, e que podiam afectar até 485 mil pessoas – a necessidade de 250.599.999,73 meticais.
Contudo em finais de Janeiro, cerca de um mês após o Fundo Monetário Internacional haver aprovado um empréstimo de 282 milhões de dólares norte-americanos para Moçambique, o Ministério da Economia e Finanças decidiu comprar de uma única vez 95 viaturas de alta cilindrada, 27 delas de luxo, orçadas em 254.226.013,38 meticais. Uma vez que o nosso país não produz viaturas estas devem ser importadas e portanto, além dos meticais, custam divisas que o banco central afirma fazerem falta para as suas Reservas.
É fundamental não esquecer que o Plano Quinquenal, e os Planos Económicos e Sociais, que o Presidente Filipe Nyusi, e o seu Executivo, não se cansa de repetir que está a ser materializado não refere a compra de nenhuma viatura de alta cilindrada ou de luxo.
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Governo que gastou 250 milhões de meticais em carros “está a pedir” 63 milhões de meticais para apoiar vítimas das calamidades naturais em Moçambique
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