Sábado último, o Sheik Aminudin Mohamad foi assaltado na sua residência na cidade da Matola. Na ocasião, o Sheik foi ferido com gravidade, pois foi amarrado e espancado pelos bandidos na presença da sua esposa. Tudo à busca do maldito dinheiro.
Para lograr os seus intentos, os bandidos escalaram o muro da vedação da casa do Sheik e uma vez no quintal, rebentaram com as grades para se introduzirem dentro da residência.
Conforme contou-me um amigo, o Sheik Aminudin continua aterrorizado,mas graças a Deus já está em casa em repouso junto da esposa.
Polícia
O que as autoridades policiais irão fazer perante este crime hediondo? Nada. Absolutamente nada. Iremos ouvir a mesma ladainha de sempre de que “estamos a trabalhar.”
O assalto à residência do Sheik Aminudin foi despoletado por alguma imprensa e pelas redes sociais. Contudo, existem muitos cidadãos anónimos que diariamente são torturados e assaltados e jamais ninguém se preocupa com isso. Aliás, quando vão às esquadras para prestar queixa, lá também são extorquidos pela Polícia com a promessa de que “vamos resolver o assunto”. E assim vai o nosso Moçambique!
Sobre Sheik Aminudin
Ele foi graduado pelas universidades Islâmicas de Karachi (Paquistão) e Madina (Arábia Saudita). Foi conselheiro religioso da Comunidade Islâmica de Lisboa entre 1981 e 1985, tendo sido o primeiro Imam da Mesquita de Lisboa.
Ainda em Lisboa, lança a primeira edição do livro biográfico sobre o profeta Muhammad. Foi o primeiro trabalho de género em língua portuguesa. Iniciou a tradução dos versículos do Sagrado Al-Qur´án. Já publicou algo sobre isto, contudo a obra integral está na fase de acabamento.
Dos seus livros publicados destacam-se Muhammad- O Mensageiro de Deus, Os Pilares da Fé, Histórias Seleccionadas do Alcorão (três volumes) em que retrata a vida dos profetas Adão, Noé, Abraão, Moisés, David, João Baptista, Jesus
a demolidora dos prazeres
a Mulher no islam e outros.
É também colunista de alguns semanários moçambicanos e a par disso exerce os seguintes cargos:
-Supervisor da Revista Sautul Isslam.
-Director do Instituto Hamza.
-Presidente do CISLAMO (Conselho Islâmico de Moçambique),
-Membro do Comité de Conselheiros da Agenda Nacional 2025,
-Presidente do Conselho de Religiões de Moçambique (COREM), vice-presidente do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP)
-Membro da Comissão Nacional dos Direitos Humanos, entre outros cargos.
Eu, Nini Satar, tive a oportunidade de rezar em três ocasiões com o Sheik Amunidin e estava sentado a seu lado
Isto foi quando ele seguia as sagradas orações das sextas-feiras que aconteciam na BO (universidade da vida).
A última vez que falei com o Sheik, foi aquando do falecimento do meu irmão Ayob. Liguei-lhe e percebi que me atendia com voz algo embargada. Era muito amigo do meu irmão Ayob.
Tanto foi à mesquita da BO, de maneira que até hoje aquela mesquita é visitada por Maulanas da mesquita Hamza enviados por Sheik Aminudin.
Há um episódio interessante que quero partilhar com os meus amigos do facebook. Em Abril de 2001, um dos meus advogados, o Dr. Espírito Santo, trouxe-me à BO um dos livros do Sheik Aminudin cujo título era “Muhammad SAW
O Mensageiro de Deus”. Ao me entregar o livro, o advogado deu-me também o tapete de rezas.
Acontece, porém, que depois de me despedir do advogado, já a entrar na minha cela, sou barrado por um contingente policial que me arranca o livro. Tentei recusar, facto que ditou para que fosse dormir aquela noite na cela disciplinar. Estava tudo às escuras.
Nessa altura, o único recluso na BO que tinha direito a receber livros era Anibalzinho. Na manhã seguinte, os polícias da Presidência que guarneciam a BO (algo inédito na história de Moçambique) vieram ter comigo para exigir explicações.
Expliquei-lhes que o livro que me arrancaram fala do nosso Profeta e foi escrito pelo Sheik Aminudin. Disse-lhes ainda que a entrada do livro na BO foi legal e foi o meu advogado que mo trouxe. Para desbloquear a situação, teve que haver interferência de Anibalzinho. Ele é que falou com Nyimpine Chissano para que desse ordens aos polícias da Presidência para me devolverem o livro.
11 anos depois quando o Sheik Aminudin veio à BO na inauguração da mesquita contei-lhe essa história com algum humor e disse-lhe: “fui parar à cela disciplinar por causa do seu livro”.
Pessoa de fé o Sheik Aminudin. Rezemos para que melhore o mais rápido possível e que haja paz na sua família. À Polícia: que encontre o mais depressa possível os autores desta vergonha.
Nini Satar
1 comentário:
Subehanna Allah. Se for que eles entraram na casa do nosso irmão por causa da pobreza que Allah perdoe a eles mas se for que eles entraram a fim de o prejudicar que Allah guie a eles.Salam
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