Tema de Fundo - Tema de Fundo |
Escrito por Redação em 29 Fevereiro 2016 |
Em comunicado, inserido na sua publicação oficial, “A Perdiz” faz saber que acredita, e sempre acreditou, que os “conflitos nacionais só podem ser ultrapassados com um diálogo verdadeiro e sincero” mas deixa claro que “tem o direito de se defender quando é atacada”.
De acordo com o maior partido de oposição a guerra, que acontece no Centro e Norte de Moçambique, deve-se às ofensivas das Forças de Defesa e Segurança que equipadas com armamento pesado protagonizam “raptos e assassinatos aos membros e simpatizantes da RENAMO, o que a leva a defender-se dessas atrocidades do terrorismo da Frelimo”.
O partido liderado por Afonso Dhlakama afirma também, num editorial inserido na sua publicação oficial de 26 de Fevereiro, desconfiar das reais intenções da decisão do Conselho Nacional de Defesa e Segurança de Moçambique, que reuniu na passada quarta-feira(24) em Maputo sob a direcção do Chefe de Estado e Comandante-chefe das Forças de Defesa e Segurança, Filipe Nyusi.
“Embora oportuna tal decisão, cumpre-nos observar que a mesma é suspeita de ser uma isca difícil de engolir, que por não poder restabelecer a confiança que deixou de existir entre a Frelimo e a RENAMO, se tivermos em conta que este conselho nunca foi chamado para se pronunciar em torno da guerra movida pelo regime contra o Povo moçambicano. É legítimo duvidar da competência deste órgão, uma vez que para além de não ter sido convocada no início da movimentação das tropas e no começo da guerra, também nunca se pronunciou sobre os ataques e atentados à pessoa do Presidente Afonso Dhlakama reivindicado pelas forças de defesa e segurança, e mais: alguns membros deste órgão são generais e quadros da Frelimo que têm defendido a teoria de assassinato do Presidente da RENAMO”, declara o maior partido de oposição em Moçambique.
Fazem parte do Conselho Nacional de Defesa e Segurança o Primeiro-Ministro, os ministros da Defesa Nacional, do Interior, dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, da Economia e Finanças, dos Transportes e Comunicações, da Justiça, o Director-Geral do Serviço de Informação e Segurança do Estado, o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique, dois (2) membros designados pelo Presidente da República, cinco (5) membros eleitos pela Assembleia da República, dos quais três pela Bancada Parlamentar do partido Frelimo e dois pela bancada parlamentar do partido Renamo.
Contactada pela agência Lusa, fonte do partido Renamo disse que os seus representantes participaram no encontro.
Renamo também aguarda pela boa vontade da Frelimo para o diálogo
Uma posição que deixa o partido Renamo na defensiva e por isso aguarda pela “boa vontade da Frelimo” para um novo encontro entre Nyusi e Dhlakama e para o retomar das negociações.
O Presidente de Moçambique e o presidente do partido Renamo encontraram-se duas vezes no início de 2015 para discutirem a crise política em Moçambique, após as Eleições Gerais de Outubro de 2014, cujos resultados o partido Renamo não reconhece, exigindo a governação em seis províncias onde reclama vitória.
O Chefe de Estado, que também é Chefe de Estado Maior das Forças de Defesa e Segurança, nunca se pronunciou sobre atentados protagonizados pelas Forças governamentais à vida de Afonso Dhlakama.
Em Dezembro passado o partido Renamo rejeitou os mediadores nacionais do diálogo, que ao longo de centenas de rondas não registou grandes resultados em Maputo, e propôs o Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e a Igreja Católica como mediadores para retomar o diálogo com o Governo do partido Frelimo.
“Para a RENAMO, seriam os mediadores a recolher e harmonizar as propostas e contrapropostas que poderão ir a mesa das negociações, antes das partes alcançarem um acordo sobre os pontos à discutir e disposição de levar o processo à sério. Terminadas essas fases, a mediação que a RENAMO entende que desta vez não será traiçoeira como a que tivemos no fiasco do Centro de Conferências Joaquim Chissano, poderia considerar como tendo sido criadas as condições para o reaparecimento em lugar seguro do Presidente Dhlakama para um frente à frente com Filipe Nyusi, tendo em conta que o encontro entre os dois poderá servir para homologação dos entendimentos que serão alcançados no desenrolar do processo” acrescenta o editorial da publicação oficial do maior partido de oposição, aguardando pela disponibilidade real do Executivo para “dialogar e parar a empreitada de entretenimento, aldrabice e de querer fazer capitular a RENAMO”.
|
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Renamo afirma que só voltará a dialogar com o Executivo de Nyusi após iniciar governação nas seis províncias onde reclama vitória nas Eleições de 2014
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário