Lisboa - Direito de Resposta do General Bento dos Santos, publicado por deliberação da ERC, ao artigo de Francisco Louçã "Luaty Beirão e o general Kangamba, descubra as diferenças", publicado no blogue Tudo Menos Economia.
Fonte: Publico
Em data recente, dei conta de que fui brindado pelo Professor Francisco Louçã com um artigo de opinião publicado no Jornal “Público” em 28/10/2015, do qual sou o tema central. Resignar-me-ia a reconhecer em silêncio tamanha honra, não fosse o carácter calunioso e, sobretudo,falacioso das referências que aí me são feitas — o que me obriga a exercer a faculdade legal de resposta.
Ao que parece, despertei no Professor Louçã alentos difamatórios quando prestei declarações à Agência Lusa em Outubro por ocasião do fim da greve de fome de Luaty Beirão, que se encontra em prisão preventiva em Angola — que foram noticiadas por vários periódicos em Portugal, maioritariamente em peças jornalísticas publicadas em 26/10/2015, tanto em edições impressas como electrónicas. No confronto com o artigo do Professor Louçã, sempre convém que se tenha em conta o que foi realmente afirmado por mim nessas declarações, pelo que a isso convido o leitor interessado.
Começa o expedito Professor por afirmar que eu, nas ditas declarações, me deito a “ameaçar os movimentos de solidariedade em Portugal [em prol da libertação de Luaty Beirão], declarando pomposamente que Angola já não é ‘escravo’ de Portugal”. De seguida apelida-me de “acusador” de Luaty Beirão, a pretexto de comparar a minha “vida” com a de Luaty Beirão. E, para ilustrar o que considera a minha “vida”, o Professor Francisco Louçã faz uma longa citação de um capítulo de um livro escrito por si próprio. Rematando a sua lavra com a aferição: “Como veem, Kongamba, o acusador, tem mais currículo do que Luaty, o acusado. Se esse currículo é melhorou pior, os leitores que formem a sua opinião”.
Em primeiro lugar, convido o solícito Professor a indicar em que parte das minhas declarações profiro ou insinuo “ameaças” seja a quem for. Li e reli as publicações jornalísticas que abordaram e citaram essas declarações — aliás, incito o leitor a que faça o mesmo — e confesso que não as encontrei.
Impõe-se ainda uma terceira questão: o que pretende o Professor Louçã extrair de uma vaga comparação entre o que considera ser a minha “vida” e a de Luaty Beirão? Há duas vidas iguais? Ou sequer comparáveis? É pressuposto para se tecerem comentários sobre assuntos polémicos que se tenha tido esta ou aquela “vida”? Queira o Ilustre Professor esclarecer; mas antes ajeite e componha bem a sua “vida”, não se vá embaraçar nela pelo caminho...
Mais parece o Professor querer turvar uma análise lúcida e imparcial de um assunto sério com observações retiradas de uma (má) cartilha de falácias e argumentos ilusivos. Ainda mais impertinente e leviana é a pretensão do Professor Louçã de que a minha “vida” corresponde e se resume a umas quantas páginas do seu livro, rascunhadas após uma busca pelo meu nome no Google. Aliás, se tivesse ido além da primeira página na sua apressada busca, certamente teria encontrado referências mais edificantes quanto à minha pessoa e às minhas actividades, e menos inspiradas em falsas suspeitas – mas a essas certamente não daria o Professor honras de citação e remissão no seu livro e dadas por totalmente despiciendas para ilustrar a minha suposta “vida”. A respeito dos processos judiciais pendentes contra mim, em Portugal, no Brasil e em França tive já oportunidade de me pronunciar e esclarecer as razões da minha inocência. Fi-lo em sede de resposta a publicações jornalísticas em jornais Portugueses (entre os quais se contam o Correio da Manhã, a revista Sábado e o Diário de Notícias), disponíveis e facilmente acessíveis na internet – também essas publicações terão escapado ao escrutínio do Professor Francisco Louçã, embora eu creia que não passam despercebidas a qualquer leitor atento e minimamente crítico.
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