“A influência da Rússia no Oriente Médio cresce a cada dia”, apontou Alexei Pushkov num encontro com jornalistas. O mundo árabe vê em Moscou um parceiro prometedor e importante. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos, que no decorrer de vinte anos tentavam estabilizar a situação no Oriente Próximo, não conseguiram cumprir sua tarefa:
 “Passados vinte anos, vemos os resultados: as conversações árabe-israelitas estão longe como nunca da conclusão pacífica. A guerra no Afeganistão continua e o Iraque equilibra na beira de uma nova guerra religiosa. Tais são os resultados da tentativa dos EUA de desempenhar o principal papel no Oriente Médio”.
 Referindo-se aos resultados de 2013, Alexei Pushkov assinalou que este ano foi bem-sucedido para a política externa da Rússia. A diplomacia russa alcançou importantes vitórias no segundo semestre, a mais patente das quais é prevenção da intervenção militar na Síria, apontou o chefe do Comitê da Duma de Estado para Assuntos Internacionais:
 “A iniciativa russa para a Síria é uma vitória universal, a qual salvou Obama de uma votação humilhante no Congresso dos EUA, porque a maioria dos congressistas não apoiaria a intervenção armada. A Síria demostrou que os Estados Unidos se encontram numa fase muito complexa de seu desenvolvimento” .
 Por causa de sérios erros na política externa, os EUA deixaram de ocupar uma posição liderante na resolução de problemas internacionais. O fator econômico não desempenhou o último papel nisso, considera Alexei Pushkov:
 “Assiste-se a um enfraquecimento considerável do papel dos EUA no mundo. O modelo de mundo unipolar fracassou ainda nos tempos da presidência de Bush. A política de domínio fracassou, quando a dívida pública ultrapassa o PIB”.
 Enfraqueceu também a União Europeia na qualidade de player na área da política externa. A Europa ainda não pode recuperar-se após a crise financeira. São cada vez mais populares ânimos radicais de direita por causa das contradições dentro do Velho Mundo. Os partidos nacionalistas ganham cada vez mais lugares em parlamentos locais, resumiu o dirigente do Comitê da Duma para Assuntos Internacionais:
 “Um movimento potente de euroceticismo desenvolve-se dentro da UE. Tal não significa que a União Europeia está ruindo, assistimos simplesmente a uma reconsideração do modelo da UE”.
 Os países da União Europeia tentavam sair da crise financeira duradoura à conta da Ucrânia, transformando-a numa colônia econômica da “Europa unificada”. Para convencer os ucranianos de optarem pelo caminho europeu, políticos do Velho Mundo chegavam à praça da Independência, declarou Alexei Pushkov:
 “Seria descabido comparar os métodos de pressão de políticos da UE e da Rússia. O Maidan foi preenchido por ministros das Relações Exteriores da União Europeia. A posição da Rússia está melhor neste plano tanto política, como moralmente”.
 Em opinião do chefe do Comitê da Duma para Assuntos Internacionais, diferentemente de Bruxelas e Washington, que pressionaram abertamente sobre Kiev, Moscou optou pela via de diplomacia fina.