A INSTABILIDADE político-militar que se vive no país, a continuar, vai pôr em causa a entrada de mais investimento estrangeiro e, por conseguinte, o desenvolvimento económico, social e político que Moçambique vinha registando nos últimos anos.
A preocupação foi... manifestada ontem ao nosso Jornal pelo líder do PASOMO, Francisco Campira, para quem o Governo e a Renamo devem encontrar formas de acabar com tal ambiente.
“O Governo e a Renamo estão já a realizar conversações. Este diálogo político não se deve manter assim como está. Os moçambicanos esperam resultados, daí que apelamos à busca de soluções para os problemas que afectam o país neste momento”, afirmou o presidente do PASOMO e da Oposição de Mãos Dadas.
Francisco Campira disse, na ocasião, que o Moçambique estava, nos últimos anos, a registar um crescimento económico assinalável com a entrada em funcionamento de megaprojectos como a Mozal, exploração de Carvão de Moatize e de arreias pesadas, para além dos hidrocarbonetos.
“Todos estes projectos estavam já a criar emprego para os moçambicanos. Muitos jovens estão a trabalhar e a melhorar o seu nível de vida. Este ambiente de instabilidade política começa a pôr em causa tudo o que foi alcançado até aqui”, frisou.
A fonte congratulou-se com a realização, a 20 de Novembro, das quartas eleições autárquicas, ganhas pela Frelimo em 50 das 53 autarquias. As outras três tiveram como vencedor o MDM.
Porém, tal como os outros entrevistados, Francisco Campira queixou-se da falta de transparência em alguns actos eleitorais. Aliás, Campira foi mais longe ao considerar ilegal a CNE que dirigiu este processo.
“Em tempo oportuno, nós pedimos a nulidade destas eleições num ofício dirigido ao Conselho Constitucional, porque consideramos que a CNE não tem legitimidade. De acordo com o preceituado na legislação, os órgãos colegiais só devem funcionar quando a sua composição se mostra completa. No caso da CNE, falta preencher dois lugares, que eram destinados a representantes da Renamo, partido representado na AR e que decidiu boicotar o processo por razões que todos conhecemos. Porém, o Conselho Constitucional decidiu fazer “vista grossa” perante este assunto e deixou que as eleições tivessem lugar”, explicou.
Referiu que, apesar disso, o acto eleitoral constitui um marco histórico para a jovem democracia nacional, porque as eleições são um dos elementos cruciais para o exercício da cidadania numa sociedade democrática.See more
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