De há uns tempos para cá o nosso país tem estado a dominar de forma recorrente muitas conversas em quase todos cantos do mundo sobretudo no seio da classe
empresarial. Neste meio examina-se o perfil actual do país em termos económicos e políticos. Os investidores procuram explorar, no máximo, as oportunidades de negócio que o país oferece nos vários ramos de actividade económica com destaque para a área mineral, dos hidrocarbonetos, logística de transportes, construção, produção agro-pecuária, turismo, etc.
Mas é sobre a província de Nampula que a nossa Reportagem pretende fazer alguma ilustração dos vários projectos em curso cujo impacto socio-económico está a catapultar aquele ponto do país a níveis impressionantes em termos de crescimento económico.
O despontar de múltiplas oportunidades de investimentos em Nampula acabou colocando a província na rota de muitos “ homens de negócio” que, a título de exemplo, só durante o ano passado não hesitaram em “empatar” cerca de 2 milhões de dólares norte-americanos para operacionalizar seus projectos económicos.
Como referiu recentemente a Governadora da província de Nampula, Cidália Chaúque, durante o ano transacto foram autorizados23 projectos (contra 18 planificados) os quais estão avaliados em 963 milhões de dólares norte-americanos, que poderão criar 1512 postos de emprego.
Para alem disso, o foram certificadas 21 empresas na Zona Económica Especial de Nacala (ZEEN) as quais poderão criar 6 683 empregos num investimento calculado em pouco mais de 1 bilião de dólares norte americanos.
Como se pode ver, Nampula está efectivamente a despertar o interesse de muitos “homens de negócio” que aparentemente não hesitam em meter a mão no bolso e investir numa das mais populosas províncias do país a qual à luz da implementação do Plano Estratégico Provincial conseguiu registar um crescimento económico na ordem dos 51,9 por cento.
Assim, Nampula junta-se a Tete e Cabo Delgado na lista dos mais novos e apetecíveis destinos de investimentos. Aliás, como referiu o Presidente da República, Armando Guebuza, Nampula já começa a mostrar sinais típicos de uma região em “crise de crescimento”.
Um crescimento provocado pela multiplicação de projectos e empreendimentos económicos multifacetados onde cada um deles tem seu peso especifico e inegável impacto sócio-económico. A população quer na área urbana assim como rural reconhece que “wampula está mudar para o melhor”.
Se num passado bem recente a população pedia de tudo um pouco, durante os comícios populares, nos dias que correm a preocupação central é a elevação da qualidade dos serviços prestados quer ao nível da telefonia móvel, fornecimento de energia eléctrica, abastecimento de água, reabilitação de estradas, expansão da rede escolar e hospitalar, reduzindo por conseguinte a distância entre os locais de residência aos lugares onde estas infra-estruturas sociais estão implantadas.
ALGUNS EMPRRENDIMENTOS
ESTÃO A MUDAR NAMPULA
Durante a sua estadia na província de Nampula o Chefe do Estado, Armando Guebuza, reservou dois dias para efectuar visitas a quatro empreendimentos económicos que se tem mostrado relevantes para alavancar a economia da província.
Trata-se de um projecto agro-florestal (Lurio Greenresources); um de avicultura (Novos Horizontes); um de agro-processamento para produção de óleo e sabões (Grupo Issufo Nurmamade – GEIN) e um vocacionado a produção intensiva de variedades de mandioca (Corredor Agro – CAL).
Segundo soube o domingoa empresa Novos Horizontes, um investimento privado de capitais zimbabweanos, dedica-se a produção e comercialização de pintos de um dia; produção e comercialização de rações incluindo assistência técnica aos avicultores e abate e venda de frangos congelados.
Esta firma que está baseada no Posto Administrativo de Rapale-Sede, distrito de Nampula, entrou em actividade em 2007 e já gerou 120 postos de trabalho para além de que adoptou um modelo de negócio inclusivo que possibilitou a integração de pelo menos 170 famílias da comunidade local.
Conforme nos foi explicado por uma fonte daquela unidade económica para além da sua própria produção a Novos Horizontes adquire também frangos produzidos pelos “integrados” (pequenos avicultores da comunidade) deduzindo os custos dos insumos.
Ainda em Nampula, o PR foi conhecer de perto as actividades desenvolvidas pela LURIO GREEN RESOURCES (LGR), uma empresa de capitais noruegueses com o objectivo de desenvolver plantações florestais para: produção de produtos florestais (postes para transporte de energia eléctrica, madeira serrada, painéis, polpa para produção de papel, etc).
As actividades da LGR iniciaram em 2010 nos distritos de Nampula / rapale, Ribaue e Mecuburi ocupando uma área de 126 mil hectares. Actualmente emprega 900 trabalhadores entre permanentes e sazonais.
Em termos de impacto económico espera-se que a LGR contribua para a geração de 950 milhões de dólares norte-americanos (em termos de produção) e outros 850 milhões através de exportações, produção de 180 Mega watts de electricidade bem como contribuir em mais de 5 por cento para o PIB.
Numa fase mais avançada das suas actividades aquela companhia projecta criar 11.500 postos de trabalho directos e outros 30 mil indirectos para além de contribuir para o estabelecimento de pequenas e médias empresas nas zonas rurais para além do desenvolvimento de um programa comunitário de 15 anos.
Mas as vantagens do estabelecimento daquela empresa em Nampula estendem-se também ao capitulo ambiental e compreendem a redução dos efeitos da estufa através de: sequestro de carbono, aproximadamente 25 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) em 20 anos, protecção da erosão e melhoria do microclima local (por via da protecção da água e conservação da biodiversidade).
Já no distrito de Monapo duas empresas privadas nomeadamente a GEIN e a Corredor Agro tiveram também o condão de serem visitadas demoradamente pelo Presidente Armando Guebuza que tal como em Rapale confessou ter ficado “muito bem impressionado com as maravilhas que estão a acontecer em Nampula”.
Com efeito, o PR inteirou-se do funcionamento da GEI, uma empresa de capitais nacionais, que se dedica a produção de: óleo alimentar com base na semente do algodão; sabão com base na semente de algodão inclusive embalagens plásticas para acondicionar o óleo localmente produzido.
Aquela unidade fabril iniciou as suas actividades em 2006 e de lá a esta parte já criou 158 postos de trabalho. Em termos de produção a nossa Reportagem soube que a GEIN processa 150 toneladas de óleo /dia e 50 toneladas de sabão / dia.
Ainda no distrito de Monapo avulta a Corredor Agro (CAL), uma empresa privada de capitais mauricianos, que se dedica a produção de mandioca, soja e outros feijões, milho e gergelim.
As suas actividades iniciaram em 2009, no Posto Administrativo de Nacololo, localidade de Meseripane, dispondo para o efeito de uma área de 450 hectares para produção própria de mandioca incluindo multiplicação de sementes de variedades previamente identificas.
Para além disso, a CAL conta ainda com uma produção adicional proveniente de pequenos produtores, com os quais tem contratos, cuja área de produção totaliza 900 hectares. A mandioca até aqui produzida tem sido fornecida a empresa Cervejas de Moçambqie (CDM) que a utiliza como matéria-prima para fabricar a cerveja Impala.
Sem comentários:
Enviar um comentário