Puigdemont anunciou esta quinta-feira que renuncia, "de forma provisória", à liderança do governo catalão e propôs Jordi Sànchez para o substituir, mas este está preso.
Carles Puigdemont, que continua a viver na Bélgica, anunciou esta quinta-feira que renuncia, “de forma provisória”, à intenção de assumir a presidência do governo catalão, mas o nome alternativo que propôs para o substituir é de um dirigente que está preso preventivamente.
De acordo com o El País, o partido independentista Junts per Catalunya deverá assim apresentar Jordi Sànchez como candidato ao Governo da região da Catalunha em vez de Puigdemont.
Contudo, Jordi Sánchez, ex-presidente a Assembleia Nacional Catalã (ANC), está preso há cerca de quatro meses e nem sequer obteve permissão do juiz do Supremo Tribunal para comparecer à sessão de investidura, escreve o El Español, pelo que, não pode ser eleito pelo Parlamento pois é necessário que o candidato esteja presente fisicamente.
Num vídeo emitido a partir da Bélgica, Puigdemont passou o testemunho ao seu número dois para liderar a formação do novo Governo. O ex-presidente pediu ao presidente do Parlamento, Roger Torrent, através das redes sociais, que os contactos se iniciem para que Sánchez presida então o governo autónomo.
Referindo-se à “ilegitimidade” do artigo 155 — que que deixava suspensa a autonomia da Catalunha –, Puigdemont afirma que a região “ganhou o direito de ser uma República independente” e democrática.
Puigdemont assegura que não vai desistir: “Não vou desistir, não vou renunciar, não me vou retirar perante a ação ilegítima dos que perderam as urnas”, referindo que a decisão tomada neste dia só aconteceu porque é a única forma que há para “formar um novo governo”. Em relação a Jordi Sánchez, garante que “representa os valores do Junts per Catalunya como ninguém” e que é “um homem de paz” que está preso injustamente.
O parlamento catalão aprovou esta quinta-feira a proposta de resolução que legitima Puigdemont como chefe de governo e que reivindica o referendo de 1 de outubro, mas não faz qualquer referência à declaração de independência de 27 de outubro, que a CUP exigiu.
A resolução foi aprovada depois de várias semanas de bloqueio político na Catalunha, na sequência da decisão do Tribunal Constitucional de proibir uma nova investidura de Carles Puigdemont, que fugiu para a Bélgica.
A lista Junts per Catalunya de Carles Puigdemont foi a mais votada do bloco independentista nas eleições de 21 de dezembro último que no seu conjunto tem 70 dos 135 deputados regionais eleitos.
(em atualização)