domingo, 25 de março de 2018

Mil construtoras decretam falência

NEGÓCIOS MALPARADOS:

Eram cerca de 3200 empresas de construção civil que operavam no país até meados de 2015. Porém, em cerca de três anos, a Federação Moçambicana de Empreiteiros (FME) contabiliza a falência de perto de 1000 (mil) e diz que a culpa é da crise financeira que assolou o país que reduziu drasticamente a capacidade do Estado e dos cidadãos de contratar serviços.

A falência de empresas do ramo de construção civil está a ser abordada em diferentes fóruns, todavia, sem solução aparente à vista. E, enquanto isso decorre, mais empresas engrossam esta extensa lista e que já levou ao despedimento de mais de oito mil trabalhadores.

Na véspera da recente Conferência Anual do Sector Privado (CASP) o tema foi levantado pela Confederação das Associações Económicas (CTA) e pela Associação das Pequenas e Médias Empresas (APME) que referem que pelo menos 50 por cento das empresas deste sector faliram.

Só nos meses de Fevereiro e Março deste ano, a FME se deparou com o fecho de mais 34 empresas que, de forma progressiva, perderam a capacidade de continuar a honrar com os seus compromissos junto de fornecedores, fisco e trabalhadores.

Dados avançados pelo presidente da FME, Manuel Pereira, indicam que a cidade e província de Maputo, que reúnem o maior número de empresas deste ramo, apresentam igualmente o maior número de empresas com dificuldades resultantes da crise financeira. Só nestes dois territórios, ocorreram 12 falências nos meses de Fevereiro e Março e as restantes 22 empresas fecharam em quatro províncias.

Outra província que apresentou um número elevado de falências durante o período em análise é Niassa, que teve dez empresas. Seguido por Manica com seis, Zambézia com cinco e Nampula que registou o encerramento de uma empresa.

Para o caso da província da Zambézia, onde existem 100 empreiteiros registados, Manuel Pereira diz que pelo menos 90 estão numa situação difícil. A título de exemplo, o representante da ARH construções, Alfredo Hussein, disse que tinha cerca de 30 trabalhadores, mas actualmente ficou apenas com sete e não sabe o que vai acontecer ao longo do ano.

O ano passado foi mais complicado. Temos algumas perspectivas para este ano porque sabemos que a Administração Nacional de Estradas (ANE) poderá lançar alguns concursos, mas enquanto isso não acontece…”, disse.

JORNAL DOMINGO – 25.03.2018

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