Um professor de informática numa escola no Gana não tem computador para ensinar os alunos. Como alternativa, decidiu começar a desenhar uma página de Microsoft Word no quadro de ardósia. E funciona.
Na escola de Kumasi, no Gana, não há computadores. Não que isto seja invulgar — na maioria das escolas, os alunos não têm acesso a qualquer computador. A parte importante desta história não tem necessariamente a ver com a escola, com os computadores e nem sequer com os alunos: tem a ver com um professor.
Owura Kwadwo tem 33 anos e ensina Tecnologias de Informação e Comunicação nesta escola de Kumasi. Mas como é que se ensina informática sem computadores? Este professor encontrou a resposta. Para que os alunos não ficassem prejudicados – já que têm de passar num exame de informática para aceder ao ensino secundário – começou a desenhar uma página de Microsoft Word no quadro de ardósia.
As surpreendentes imagens, que Kwadwo publicou no próprio Facebook, tornaram-se virais depois de um comediante ganês as ter partilhado. No post, o professor escreve: “ensinar informática numa escola do Gana é muito engraçado. Informática no quadro. Eu adoro os meus alunos e tenho de fazer o que os faz entender o que ensino”.
Ao El País, o professor explicou “cada professor tem a sua maneira de apresentar a informação aos seus alunos” e ele, ao desenhar, encontrou a sua própria maneira. Owura Kwadwo aproveitou a formação que tinha em artes visuais para tornar a reprodução do Word o mais real possível. “Pelos menos, os alunos terão uma ideia do que vão ver quando estiverem à frente de um ecrã de um computador”, contou ao jornal espanhol.
A publicação de Kwadwo no Facebook deu origem a uma onda de solidariedade que levou várias pessoas a fazer doações à escola de Kumasi. A começar pela própria Microsoft. Rebecca Enonchong, uma empreendedora na área da tecnologia, divulgou a história através do Twitter e pediu ajuda ao gigante tecnológico. A Microsoft África respondeu prontamente, garantindo que vai enviar um computador a Owura Kwadwo.
Quanto a todos os outros donativos, o professor garante que vão “enviar parte das doações a outras escolas com os mesmos problemas”.