Oscar, o primeiro caso de transplante facial completo, veio a
público falar pela primeira vez, mas em defesa do seu cão Thor. Porque a
raça foi considerada perigosa para ser utilizada em caçadas.
Depois se ter submetido ao primeiro transplante de cara do mundo, em 2010, Oscar está agora a lutar contra uma lei imposta, este verão, pelo País Basco e por Aragão, que proíbe o uso de cães potencialmente perigosos para atividades de caça. Thor é de uma dessas raças.
O El Mundo conta que Oscar se encontra “exilado” nos Pirinéus desde a sua operação, na companhia dos seus vinte cães, e só agora deu, literalmente, a cara para contestar o Plano Geral de Caça de Aragão para 2016-2017. Oscar, em declarações ao jornal espanhol, refere que esta medida é “absurda” e já teve de se desfazer de quatro dos seus cães por causa dela.El trasplantado que da la cara por su perro de caza "prohibido" https://t.co/M1UEhJuwsX pic.twitter.com/cdPdibs5Gq— Reporte 24 España (@Reporte24ES) November 22, 2016
As pessoas acham que nós usamos este tipo de cães para lutar ou para assustar as pessoas. Eles, quando são bem treinados, são carinhosos e bons como o Thor”, revela ainda Oscar.De acordo com o El Mundo, Thor faz parte da família de Oscar desde o transplante a que se submeteu, em 2010, e já chegou a salvar-lhe a vida de um ataque de um javali. “É o Thor que me protege a mim e aos outros cães”, salienta.
O acidente que fez com que este homem perdesse a cara e se submetesse a um transplante total facial foi provocado pelo impacto de uma bala que lhe deformou metade do rosto. Desde a altura em que tal aconteceu, Oscar declarou ao El Mundo que nunca mais voltou a caçar com armas, apenas usas facas e flechas.
Na lista dos cães considerados perigosos para a caça estão o pitbull, staffordshire bull terrier, american staffodshire, rottweiler, cão de fila brasileiro, tosa inu, akita inu e o dogo argentino. No entanto, só as duas últimas raças é que foram excluídas, visto que são as únicas que são utilizadas para caça.
Esta lei surgiu com o intuito de evitar possíveis perigos para a população e resulta de queixas de ciclistas, caminhantes e montanhistas, que disseram sentir-se ameaçados com a presença destas raças.
No entanto, o El Mundo avança com a informação de que a Associação Espanhola de Cães de Caça e a Associação Aragonesa Defensora dos Cães de Caça conseguiram suspender, por agora, a decisão da aplicação desta lei do Tribunal Superior de Aragão.