terça-feira, 1 de novembro de 2016

A subida do preço da eletricidade é mais uma daquelas medidas que coloca a nu a forma errática como nossos recursos naturais estão a ser geridos


...e subsidiamos a eletricidade aos sul africanos
A subida do preço da eletricidade é mais uma daquelas medidas que coloca a nu a forma errática como nossos recursos naturais estão a ser geridos e confirma uma tendência perniciosa: eles estão aí para servir o grande capital e uma elite política muito bem entrincheirada na captação das rendas que o negócio desses recursos proporciona, e não necessariamente as comunidades menos favorecidas. É assim com o carvão (veja-se o caso Jindal em Tete) e será assim com o gás (vejam-se as perspectivas pouco animadoras do que o pais vai render com o negocio ENI-BP Poseidon; um cenário que também se fica a dever ao desvario do endividamento oculto).

O PCA da EDM, Mateus Magala, disse ontem que esta subida tarifaria era uma oportunidade de desenvolvimento. Podemos confiar nele? Duvido. Um grandes problemas de Moçambique em matéria de politicas publicas é que o processo decisório não é cabalmente explicado, colocando-se em cima da mesa todas as opções. No caso vertente, não foi explicado claramente o racional desta medida. Mas é óbvio que a crise orçamental está a apertar o cerco e que isto só pode ter uma mão do FMI, que decorre de uma coisa: a gestão da EDM teve cunho político marcadamente forte. Seus fornecedores são empresas da chamada momenklatura, quão ineficiente quanto gulosas. As perdas de energia que a EDM tem hoje, apesar do seu sistema Credelec, são abismais. Milhares de residências em Maputo consomem energia não paga. Por outro lado, a expansão de eletricidade é um facto mas a qualidade da energia apaga qualquer mérito.

Todos sabemos que a empresa não anda lá muito bem. Mas a correção destes problemas não deve ser imputada aos consumidores. No caso das perdas na rede, uma parceria publico-privado resolve isso. A decisão de retirar os “subsídios” aos moçambicanos é um golpe tremendo na nossa dignidade. Sobretudo quando sabemos que a HCB anda a subsidiar a eletricidade aos sul-africanos, cobrando por kW/hora 1 quarto do preço internacionalmente recomendável. 

Muito se tem falado em diplomacia económica nos últimos tempos. Duvido que ela esteja a trazer frutos palpáveis, apesar do estridência da retórica. Diplomacia económica só faria sentido se ela beneficiasse a maioria dos moçambicanos. No caso vertente, era de esperar uma revisão das cláusulas de venda da eletricidade da HCB a Eskom para que permitir uma almofada financeira razoável para investimentos na rede e na qualidade e até para continuar subsidiar os moçambicanos em vez dos os sul africanos. Do ponto de vista político é preferível que assim seja. Até porque quem fica a perder com estas decisões é a própria elite política, nomeadamente a elite da Frelimo. Porque estas decisões tem um enorme potencial de convulsão social, que também pesam tanto em momentos eleitorais.


Vaso Ruim, Joao da Ressurreicao, Patrícia David E Silva e 52 outras pessoas gostam disto.
Comentários
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Silvestre Bento Maculuve Estamos fritos
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Edson Uamusse *PCA DA EDM "MATEUS MAGALA" ... ... ...
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Jr Chauque Estamos na mer*** afinal quem olha por nós?
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Chris Nhacule afinal hcb nao e dos mocambicanos , no meu entender o governo devia subsidiar-nos.
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Antonio Raul Mora Esse país tá vendido com todo povo por isso não temos onde reclamar ,,, vamos feichar bocas deixarmos os tubarões engordar
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Vaz de Sousa Nós,o Povo,somos os maiores culpados.Isto é,. Vendidos.
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Brado Africano Brado Nós povo de Moçambique declaramos por nossa honra que somos grandes Jumentos. Cantamos que nenhum tirano irá nos escravizar mas deixamos que os tiranos da Dinastia dos 10 anos de luta nos escravizarem pois quando chega o momento de dizer basta nos enganam com as capulanas, vuvuzelas, lanches gratuitos, combustível de borla, visitam-nos nas nossas igrejas, mesquitas e até nas igrejas da ametramo para andarmos a gritar bem alto VOTA FRELIMO em troca do FUTURO MELHOR que iniciou na Dinastia Guebuziana e continiuando com a Dinastia do Primeiro Tiro. Nós acreditamos que a FRELIMO é QUE FEZ ( as dívidas) e a FRELIMO é QUE FAZ (o nosso sofrimento). Mas O tribunal da convivência humana nos retirou do banco dos queixosos (vítimas) para o banco dos réus (cúmplices). Juramos ser Jumentos em todos os pleitos eleitorais pois teremos mais brindes em 2018 e 2019. A Luta näo Continua e Jumentos esqueceremos o tempo que passou.
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Gulumba D. Mutemba Burros é que somos,gostei da sua reflexão ilustre,nunca vi um povo tão parvo como nós os moçambicanos.

Um povo distraido meu ilustre,é um instrumento da sua propria destruição.
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Edmundo Maluleque Os Sul Africanos estão sempre em greves, porque não aceitam injustiças
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Felismino Santos Santos MM obrigado pelo post mas devemos falar de momentos" eleiçoes porque a nomenclatura tem sempre plano B" fraude
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Elliot Ndo Vamos poupar e a única coisa k nos sobra
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El Padrinho É o começo do fim...
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Joao Mazivila Antonio MM,TEM RAZAO E DISPERTA ALGUMA PREOCUPAÇÂO,MAS TODOS MOÇAMBICANOS SAO PATOS,ACEITAM TUDO
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Coffin Boy Coffin Este aumento foi realmente decisão do governo!?👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿
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Denilsio Hilario PCA da EDM e' Mateus e não Moseis!
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Gulumba D. Mutemba O povo moçambicano ainda vai continuar a pagar aqueles senhores que lutaram pela independência.
O pior é que querem que paguemos até nos seus últimos dias de vida.
A oposição na AR exigiu a criação de uma comissão de inquérito para se fazer uma auditoria na EDM,convista a desmantelar todo esquema de tráfico de influencia e outros crimes existente naquela empresa,mas até hoje o governo não quer ser saber,isso depois de ter ordenado a sua bancada parlamentar reprovar a proposta da oposição.

Estamos entregue,não há dúvida.
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Jaconias Massango Vai pagar àqueles senhores, seus filhos, netos e bisnetos.

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