Antes de mais familiarizemo-nos com a palavra artrose. A artrose também chamada de osteoartrite, é um processo crônico-degenerativo da articulação uma doença que ataca as articulações promovendo, principalmente, o desgaste da cartilagem que recobre as extremidades dos ossos, mas que também danifica outros componentes articulares como os ligamentos, a membrana sinovial e o líquido sinovial. O comprometimento da cartilagem pode gerar dor, inchaço e limitação funcional. Apesar de poder danificar qualquer junta do corpo, a artrose afecta mais comummente as articulações das mãos, da coluna, joelhos e quadris. A artrose piora progressivamente com o tempo, e não existe cura. Mas os tratamentos podem retardar a progressão da doença, aliviar a dor e melhorar a função de articular. A má governação crónica do país podese comparar com a artrose, pois ela ataca principalmente as articulações do povo, promove a falta de esperança duma paz efectiva, também descredibiliza e danifica componentes bases de uma boa governação em um Estado de Direito Democrático, como por exemplo: liberdade de expressão, respeito da vontade popular, respeito da constituição, credibilidade dos órgãos de justiça, respeito pelos direitos humanos e mais. A artrose de um governo compromete a maior parte da população que é de classe social baixa, uma vez que esta é incapaz de seguir os caprichos de uma oligarquia contemplada como uma depravação da aristocracia, onde o poder é exercido para o benefício de um grupo ou classe e não da população em geral. As subidas constantes nos preços de produtos básicos, pode complicar a sobrevivência da classe social baixa daí que torna-se urgente chamar atenção aos actores políticos e a sociedade civil para que acelerem esforços de modo a minimizarem a evolução desta patologia do governo e consequente destruição de uma pátria nova. O acompanhamento profissional, sistemático, periódico com adequação de boas políticas de governação é elemento fundamental para a prevenção desta patologia cujo formato foi definido no terceiro congresso da Frelimo, que nessa altura assumiu a opção do Comunismo ateu de forma oficial. É preciso chamar a consciência os sintomas da artrose do governo que agudizam a corrupção, tráfico de influencia e de drogas, branqueamento de capital e desejo ardente da guerra que a continuarem com esse caminho, que parece irreversível, poderão comprometer o desenvolvimento sustentável do país. São cada vez mais veiculadas as informações dando conta de o governo estar a concentrar efectivos militares na zona centro e norte do país, com muito e moderno arsenal bélico para empurrarem a RENAMO para a guerra, com o objectivo de desgraçarem Moçambique. Mas uma pergunta não cala nas mentes dos Moçambicanos: porquê estará interessada a Frelimo com a guerra? Parece que a afirmação do Presidente Dhlakama responde a esta apetência frelimista: “a Frelimo quer guerra para apagar os dossiers da grande corrupção. Querem fazer esquecer os grandes escândalos que assolam este país, por si promovidos.” Numa clara demonstração de falta do patriotismo, não se importam de transformar o povo em carne para canhão desde que isso aumente as suas possibilidades de lucro fácil e ilegal. A causa deles é o dinheiro, o enriquecimento fácil, mesmo que abusando do poder que roubaram.
Sabem a hipocrisia as palavras de
Verónica Macamo, quando na sua
qualidade de Presidente da Assembleia
da República suplica encarecidamente
que nos reconciliemos. É de bradar
aos céus, pois ela é alta dirigente do
partido que está inviabilizando a Paz
chumbando as leis que asseguram
a Democracia, e impedindo que
os militares da RENAMO sejam
integrados nas Forças Armadas da
Defesa de Moçambique e na Polícia
da República, para desempenharem
o seu papel de defensores da Pátria
Moçambicana com a mestria e
dedicação que cultivaram nas grandes
academias a céu aberto onde o seu
partido os formou e treinou para
serem moçambicanos patriotas
e militares de carreira de sorte a
constituírem, juntamente com os
seus colegas formados pela Frelimo
sob a capa de Governo, o Exercito
Nacional Único preconizado pelos
Acordos de Roma. A discriminação
e exclusão da FRELIMO, que são
normalmente desempenhadas sob a
capa de Governação, não se confinam
aos militares que estão actualmente
nas bases da RENAMO. Brevemente
começaremos a ouvir notícias sobre
a forma discriminatória como vão ser
tratados os soldados, especialmente
os combatentes da RENAMO que são
aliciados e fingem estar se entregando
nos quartéis, mas não é disso que
falaremos agora. A discriminação a
que são sujeitos os membros civis da
RENAMO, que a todo
o momento escutam das estruturas
de base frelimistas que não terão
acesso aos sete biliões enquanto não
mudarem de partido, a rejeição ou
o boicote de projectos económicos
porque os seus mentores e executores
são da RENAMO, a intolerância que
leva a omissão de informações sobre
direitos e deveres que cada um tem…
até quando o Presidente da República
sai do seu gabinete, fingindo que vai
realizar uma das suas “abertas”. A
FRELIMO as fecha impedindo que
os membros da RENAMO estejam
presentes nos comícios e possam
também interagir com o Alto Visitante
que se fez presente naquele reunião.
A FRELIMO, sabe muito bem o
que é preciso fazer pela Paz e pela
Reconciliação. Basta só ela mesma
abandonar o seu espírito de inveja,
discriminação exclusão e injustiças,
para que a Paz comece a reinar. Não
quer deixar que isso aconteça, porque
sabe que desse modo se tornará
impossível continuar a roubar votos.
É para poderem continuar a roubar
votos que não permitem que a
comitiva do Líder da RENAMO possa
percorrer livremente o país, e atacam
de várias formas as sedes políticas da
Perdiz, intimidando e aterrorizando os
membros, molestando os proprietários
que aluguem seus imóveis a este
partido para que sejam constituídos
escritórios nos bairros, distritos
e localidades. Prendem pessoas
porque se voluntariam a hastear
suas bandeiras nos seus quintais,
molestam quem veste a camiseta…
são inúmeras as atrocidades que
contra os membros da RENAMO
são habitualmente praticadas para
inviabilizar este Partido.
A discriminação partidária nem
poupou sequer o Fundo da Paz
anunciado pelo então Presidente
da FRELIMO e da Republica de
Moçambique, Armando Emílio
Guebuza, quando assinava o acordo
do fim das hostilidades que opunham
os dois exércitos moçambicanos,
ainda separados por vontade da
FRELIMO que almeja ver reinstalado o
mono partidarismo em Moçambique,
desde Outubro de 2012.
Quando a FRELIMO aceitar que
podemos viver e trabalhar num clima
de justiça e igualdade então teremos
Paz, porque a guerra é provocada
pelas injustiças governativas da
Maçaroca que não quer, e tenta
impedir a qualquer preço, a
paridade de oportunidades e a não
discriminação política para manter a
sua falsa supremacia e então dominar
politicamente o nosso país roubando
voto, ponto de partida para depois
roubar tudo.
Reconciliação significa para eles, os
da FRELIMO, a aceitação pacífica das
injustiças. Se eles poderem roubar ao
Povo, massacrar o Povo, discriminar
o Povo, sem que o Povo possa
reagir de forma contundente, isso é
reconciliação. Querem a rendição do
escravo revoltado que usa as armas
em busca dos seus próprios direitos.
A única coisa que a RENAMO, como
representante deste povo que luta
pelos seus direitos democráticos, pode
fazer pela Paz, é ensinar aos membros
da FRELIMO que devem acolher, e
responder positivamente, ao apelo da
sua camarada Verónica Macamo no
sentido de se buscar a reconciliação
nacional. De facto é verdade.
Precisamos mesmo de nos reconciliar.
O problema é que essa reconciliação
não pode se limitar a palavras e
discursos. Tem que se traduzir em
leis justas e democráticas, em acções
satisfatórias para os que reclamam
seus direitos e oportunidades.
O mais precioso contributo que
a FRELIMO poderia dar à Paz, seria
retomar o debate da Proposta de
Lei sobre as Autarquias provinciais,
que foi chumbada pelo simples facto
de ser apresentada pela RENAMO
e para assegurar que as facilidades
corruptas dos políticos alucinados
da maçaroca sejam mantidas. Se um
pequeno ou grande pedaço do País
votou pela RENAMO, então o governo
local dessa parcela nacional deve ser
maioritariamente RENAMO. O mesmo
também deve acontecer com a Frelimo
e isto não deve nem pode servir de
base para desautorizar o Governo
Central. Tão-somente, permitirá que
este, Governo Central, receba das
bases relatórios honestos, realistas,
prestáveis a que o Presidente da
República e o Conselho de Ministros,
tomem decisões certas de acordo com
as situações concretas de cada lugar, e
o País possa de facto de desenvolver.
Isto mete medo aos correligionários
políticos oportunistas e corruptos de
Verónica Macamo, pois com o sistema
democrático aprimorado ao ponto
de o sentido de voto se reflectir no
seio da governação a todos os níveis,
a corrupção não poderá continuar a
engordar folgadamente. É por isso
que as autarquias provinciais foram
chumbadas. Recuem nessa decisão
e atitude tão nocivas à Paz, pois de
facto, precisamos de nos reconciliar.
A RENAMO tem capacidade de
perdoar, mas também consegue exigir
a justiça até às últimas consequências.
Abandonem os abusos do poder e não
precisarão de suplicar pela Paz porque
ela grassará abundantemente pelo
nosso Moçambique. Desistam de fazer
apelos à Paz, quando praticam acções
de Guerra. Governar, não é roubar,
não é abusar, não é discriminar e
não é matar. O Governante deve ser
equidistante. Dar oportunidades pares
a todos os seus governados, de modo
que cada um possa usufruir da riqueza
nacional e participar na construção
dela, conforme vontade e capacidade
próprias.
Os detentores do poder, não devem
suplicar pela Paz e pela reconciliação,
mas promovê-las e edificá-las, porque
quando um dirigente assegura a
cada moçambicano a possibilidade
de construir a sua própria vida, esse
dirigente edifica a Paz e a Reconciliação
de Moçambique. Não peça, senhora
Presidente, aquilo que a senhora
mesmo deve ao Povo. Se não é capaz
de fazer leis que assegurem a Paz e
Reconciliação, então, excelência, ceda
lugar a outro; pode ser da RENAMO
que isso nem faz mal. O primeiro passo
para haver Paz e reconciliação, é que a
instituição que vossa excelência mui
dignamente dirige, produza leis justas.
O segundo passo, que o executivo
também dirigido por membros do
partido seu, as faça cumprir.
Depois disso, será chegada a vez de
a RENAMO reconhecer, agradecer e
cooperar.
Quando é que brindarão
Moçambique com a Paz e
reconciliação?
REVISÃO PONTUAL DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
A Bancada da RENAMO
na Assembleia da Republica
propôs a Revisão pontual da
Constituição da República, bem
como a proposta de criação
de uma Comissão de Inquérito
Parlamentar para investigar a
empresa EMATUM. Este assunto
foi referido no discurso de
abertura da II Sessão da VIII
Legislatura do mais alto órgão
legislativo de Moçambique,
proferido pela Chefe de Bancada.
Transcrevemos na íntegra, as
palavras de Ivone Soares:
Prezados Membros da Comissão
Permanente, Senhores Deputados da
Assembleia da República, Distintos
Titulares e Representantes de Órgãos
de Autoridades Administrativas,
Civis, Académicas e Religiosas,
Prezados Membros do Corpo
Diplomático, Estimados Jornalistas,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Excelências,
Inicia hoje, a II Sessão da VIII
Legislatura do mais alto órgão
legislativo de Moçambique, a
Assembleia da República, onde
constitucionalmente 250 Deputados
representam todo o povo
moçambicano, nos seus anseios e
na fiscalização da gestão da coisa
pública.
Para esta sessão parlamentar,
a Bancada da RENAMO propôs a
Revisão pontual da Constituição da
República, bem como a proposta
de criação de uma Comissão de
Inquérito Parlamentar para investigar
a empresa EMATUM. Nós, Deputados
da RENAMO, estamos disponíveis
para debater estas e outras matérias
arroladas para a presente sessão de
modo que se salvaguarde o interesse
nacional que é a razão de ser da nossa
presença nesta Magna Casa do Povo.
Todavia, antes de prosseguirmos com
esta nossa comunicação queremos
saudar a todo povo moçambicano,
pela sua paciência e resistência à tão
má governação dos últimos 40 anos,
caracterizada por desrespeito dos
mais básicos Direitos Humanos como
sejam saúde, educação, alimentação
e habitação. Este povo sofrido resistiu
e continua resistindo num ambiente
de desemprego, discriminação
com base na cor partidária e falta
de equilibradas oportunidades
socioeconómicas.
Saudamos o nosso Líder, grande
lutador pela Democracia, que muitas
vezes sacrificando-se encarna os mais
altos anseios do povo moçambicano.
Falamos de Sua Excelência Afonso
Macacho Marceta Dhlakama,
Presidente do Partido RENAMO,
signatário dos acordos Geral de Paz, de
4 de Outubro de 1992, e de Cessação
de Hostilidades Militares, de 5 de
Setembro de 2014. Sem o bom senso
e visão estratégica deste querido filho
do povo, altamente ponderado, neste
momento em que vos falamos, o país
teria resvalado para uma violência
com consequências incalculáveis.
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Nos termos do nº 1, do Artigo
2 da Constituição da República, a
soberania reside no povo. E o Artigo
3 da nossa Lei fundamental
estabelece que a República de
Moçambique é um Estado de Direito,
baseado no pluralismo de expressão,
na organização política democrática,
no respeito e garantia dos direitos e
liberdades fundamentais do Homem.
Contra esses princípios consagrados
na nossa Carta Magna, as instituições
do Estado não têm servido ao povo
moçambicano, senão a um punhado
de cidadãos ligados a nomenclatura
governamental. As Forças de Defesa e
Segurança têm aceitado protagonizar
ataques contra membros da oposição
incluindo seus líderes como ficou
provado nos recentes atentados
bárbaros ocorridos nos dias 12 e
25 de Setembro de 2015 contra a
comitiva do Presidente Dhlakama.
O Partido Frelimo, manipulando o
Estado moçambicano, usa as Forças
de Defesa e Segurança, à margem
da sua missão constitucionalmente
estabelecida, para hostilizar os
seus opositores socorrendo-se
para o efeito de tanques de assalto,
blindados, metralhadoras, bazoocas,
AK47 e granadas de gás lacrimogénio.
O vergonhoso cerco à residência
do Presidente da RENAMO na cidade
da Beira no dia 09 de Outubro de
2015 testemunha o que acabamos de
afirmar.
É momento de convidar os
regressados de Nachingweia a
deixarem de confundir a Luta
de Libertação Nacional com a
Democracia. O processo das
Independências Africanas foi
conjuntural, não podendo por isso este
punhado de compatriotas arrogar-se
a si a propriedade da Independência
Nacional. Aliás, a Independência da
República de Moçambique é fruto do
sacrifício de todos os moçambicanos
que cansados da humilhação colonial
decidiram libertar-se das amarras
do colonialismo, razão pela qual
o 25 de Junho de 1975 foi, é e será
sempre comemorado por todos
os moçambicanos do Rovuma ao
Maputo, do Zumbo ao ĺndico.
A Democracia moçambicana é
fruto dos 16 anos da Luta heroica
do povo moçambicano, liderado
primeiramente por André Matade
Matsangaissa, 1º Comandanteem-chefe
das forças gloriosas
da RENAMO, cuja heroicidade
recordamos no passado dia 17 de
Outubro de 2015, portanto 36 anos
após a sua morte em combate na
Vila Paiva de Andrade, hoje Vila da
Gorongosa. Essa luta foi continuada
pelo Presidente Afonso Dhlakama
que teve como corolário a assinatura
do Acordo Geral de Paz, que entrou
no ordenamento jurídico nacional
através da Lei nº 13/92 de 14 de
Outubro. Este instrumento legal não
foi revogado e infelizmente também
não foi cumprido integralmente razão
de ser de várias discórdias entre os
moçambicanos.
Os pronunciamentos públicos de
certos dirigentes da Frelimo, segundo
os quais, o Acordo Geral de Paz
acabou surpreendem negativamente
aos moçambicanos que perguntam:
• Quererá a Frelimo dizer que
a Democracia aceite na mesa de
negociações, em Roma, acabou?
É exactamente o incumprimento
do Acordo de Paz que motiva a
divergência entre nós e a Frelimo.
É também recorrente ouvilos
insinuando o desarmamento
incondicional da RENAMO.
Se a Frelimo tivesse respeitado o
Acordo Geral de Paz nos termos do
nº 8 do Protocolo V, que diz (passo
a citar) a RENAMO será responsável
pela segurança pessoal imediata dos
seus mais altos dirigentes. O Governo
da República de Moçambique
concederá estatuto policial aos
elementos da RENAMO encarregados
de garantir aquela segurança, (fim de
citação) hoje não estaríamos a falar
deste assunto. Até aqui o Governo
da Frelimo não cumpriu esta cláusula
importantíssima.
Se, mais recentemente, o Governo
da Frelimo tivesse implementado o
Acordo de Cessação de Hostilidades
Militares que prevê a reintegração
e integração da força residual da
RENAMO na Polícia e nas Forças de
Defesa e Segurança de Moçambique
com o fito de ter, no país, um exército
republicano, hoje a questão do
desarmamento estaria ultrapassada.
E não estaríamos a regredir para um
Estado totalitário.
É por isso que se questiona com
que legitimidade o partido Frelimo,
representado pelos membros da
sua Comissão Política, exige o
desarmamento incondicional sabido
que ela própria está armada até aos
dentes.
• Como é que um partido armado
exige o desarmamento do seu
opositor?
Afinal a intenção é clara, o cerco e a
invasão militares de uma propriedade
privada sem mandado judicial,
configurando clara violação de um
dos princípios mais elementares de
um Estado de Direito, com o objectivo
de assassinar o Presidente Afonso
Dhlakama para aniquilar a sua acção
política deixaram muito claro aos
olhos de todos quem se apresenta
hipocritamente com a boca cheia de
palavras de paz, escondendo as mãos
sujas de sangue por
actos de guerra. É urgente inverter
este estado de coisas.
Depois de simular vontade de
conversar, garantir uma saída
segura das matas de Gorongosa
para a cidade da Beira, para sete
horas depois verificar-se um cerco
a residência do nosso Presidente
os níveis de desconfiança atingiram
o auge. Hoje, quem duvida que as
forças armadas conjuntas mobilizadas
para irem recuperar as três armas por
elas perdidas aquando do segundo
atentado ocorrido em Zimpinga
protagonizado por uns homens
armados caracterizados e outros sem
farda, ostentando coletes militares
estivessem a mando do Partido
Frelimo? Ninguém!
O cenário gratuito pré-bélico
montado na residência do Presidente
Dhlakama foi a ponta do iceberg
da cobardia e má-fé que a Frelimo
poderia demonstrar. Não se tratou de
um incidente casual.
Como deu a conhecer o
Comandante Geral da Polícia, acções
similares de ataque aos locais onde
esteja estacionada a nossa segurança
irão continuar enquanto os políticos
não emitirem novas ordens a serem
acatadas pelos militares. A pergunta
que se coloca é: o que leva a Frelimo
(que à luz do dia propala a paz) a
simular boas intenções e atacar o seu
adversário directo pelas costas?
Os dois atentados frustrados e muito
cobardes contra a vida do Presidente
Afonso Dhlakama, configurando clara
violação do direito à vida consagrado
no Artigo 40 da Constituição da
República de Moçambique e protegido
igualmente na Declaração Universal
dos Direitos do Homem fizeram cair a
máscara de cobardia.
Excelências,
«Quase todos os homens podem
enfrentar adversidades. Mas se
quisermos testar o carácter de
alguém, é dar-lhe poder.»
Estas palavras do grande democrata
e presidente norte-americano
Abraham Lincoln vieram-nos à
memória quando nos propusemos
alinhar estas ideias sobre a grave crise
que Moçambique atravessa e que
tanto aflige o nosso Povo.
Temos, neste mandato, um novo
quadro parlamentar saído de eleições
que todos sabemos não reflectiram a
vontade dos cidadãos. Mais uma vez a
Frelimo arrancou o poder e assumiu-o
trazendo novas caras, mas os mesmos
comportamentos de sempre.
É urgente fazer vingar os princípios
de um verdadeiro Estado de Direito
no lugar deste Estado de partido único
para que haja entendimento.
Porque é que a alternância dos
partidos no Governo, que é regra em
todas as democracias do mundo, é
uma impossibilidade em Moçambique
apesar da Frelimo nunca ter ganho
eleições?
A postura de confrontação que
tem caracterizado a Frelimo depois
de sucessivas fraudes eleitorais não
ajuda a fazer o caminho da paz.
Excelências,
Para qualquer desarmamento só
há um caminho: diálogo, negociação,
entendimento. A violência gera
violência.
Devemos interrogar-nos sobre as
motivações que estão por detrás da
postura agressiva de alguns dirigentes
da Frelimo.
Porque quererão eles a guerra a
qualquer custo?
Poderá haver muitas interpretações
políticas para esta atitude, que passam
pela rigidez ideológica, dificuldade de
assimilação das regras da democracia
e gananciosa defesa dos interesses
materiais do punhado de famílias que
beneficiam dos negócios do Estado e
dos seus privilégios.
Está à vista de todos a desigualdade
gritante de condições de vida
entre a classe dirigente daquele
partido e a esmagadora maioria dos
moçambicanos.
Este é um facto histórico, que vem dos
primeiros tempos de independência e
da ditadura comunista que se seguiu,
acentuado ainda mais quando o
simulacro de Democracia abriu portas
para a economia de mercado por eles
sempre rejeitado depois de décadas
de estagnação e retrocesso social.
Nestes 40 anos a Frelimo não usou o
Poder para servir Moçambique.
Alguns dos seus dirigentes usaram
Moçambique e as suas riquezas para
reforçar o Poder do partido, limitar
os direitos da oposição, defraudar
expectativas de desenvolvimento
colectivo e viciar os resultados
de sucessivos actos eleitorais.
Isto é demonstração de postura
democrática?
Perante uma oposição firme e
determinada que nunca baixou os
braços, a Frelimo assume agora
uma postura belicista para ocultar a
incompetência dos seus dirigentes
que não conseguem atingir as metas
governativas exigidas.
Atacam a RENAMO para distrair o
país de modo a não serem analisadas
as denúncias de rombos financeiros,
a corrupção galopante, o elevado
custo de vida, os baixos salários, o
recrudescimento da criminalidade
com destaque para crimes hediondos
como assassinato da pessoa albina
para fins obscuros, venda de órgãos
humanos, raptos, sequestros seguidos
de pedidos de resgate milionários,
lançamento de recém-nascidos em
lixeiras, a queda vertiginosa do metical
o que revela que a economia está mal.
Enfim, uma confrontação com a
RENAMO serviria de justificativa
do governo da Frelimo para a sua
incompetência governativa.
Felizmente, os cidadãos já
perceberam quem está interessado
em empurrar o país para um conflito
político-militar.
É fácil, nas zonas rurais, verificar
que lá vale a lei da selva, com
comunidades espoliadas das suas
terras para a prossecução de projectos
empresariais que beneficiam alguns
governantes e os seus familiares.
A credibilidade do Estado está no seu
patamar mais baixo de sempre. E até
os países doadores, tradicionalmente
benévolos para com os dirigentes
da Frelimo, já começam à procura
de fórmulas para controlar melhor
os dinheiros da cooperação, que até
agora entregavam directamente ao
orçamento do Estado.
Neste mar de desgraças e corrupção
que a Frelimo conduziu Moçambique,
asviolações recorrentes dos Direitos
Humanos são também um tema a não
negligenciar. A cultura de prestação de
contas na nossa opinião é fundamental
e não está e n r a i z a d a .
Por isso, no âmbito da nossa
actividade parlamentar, julgamos que
deverão ser realizadas sindicâncias
e auditorias a todos os Ministérios e
outras instituições públicas. Não há
dúvidas de que teríamos revelações
preocupantes e chocantes.
Excelências,
Importa realçar que entendimentos
que põem termo a guerras e que
devolvem a Paz não podem ter
um ciclo de vida limitado. Para
Moçambique, o Acordo Geral de Paz
significou uma entrada irreversível do
multipartidarismo que devia permitir
a realização de eleições livres, justas
e transparentes o que culminaria com
a alternância governativa. Dizer que
esse acordo acabou é deitar abaixo
todas as conquistas havidas.
Acordos de Paz criam a esperança de
melhoria da condição de vida do povo.
Moçambique, estava expectante
sobre o estabelecimento do Estado
de Direito, das garantias e liberdades
fundamentais e do funcionamento
democrático das instituições numa
clara demonstração de separação dos
poderes. Até aqui carregamos apenas
esse sonho.
Ouvindo os discursos
governamentais fica-se com a
sensação de que tudo vai bem no
nosso país. Se esses discursos oficiais
reflectissem a realidade, Moçambique
seria uma super potência na região,
no continente e no mundo e a nossa
moeda, o Metical, seria das moedas
mais fortes. Mas porque a mentira
tem perna curta, estamos na cauda do
índice de desenvolvimento humano,
o metical em franca derrapagem, o
salário do povo não chega para nada,
a Assembleia nem tem fundos para
os deputados fiscalizarem a acção
do executivo, os índices de pobreza
incidem mais sobre as provinciais
mais populosas, por sinal do centro e
norte onde o povo escolhe Dhlakama
e a RENAMO para governar.
Se Moçambique fosse o paraíso
que os dígitos lançados pela Frelimo
apontam, não andaríamos de mão
estendida durante 23 anos de paz a
pedir financiamento para quase todos
os programas de governação, e ao
mesmo tempo a acusar de ingerência
e tentar intimidar os parceiros
de cooperação quando exigem
democracia efectiva, transparência,
respeito pelo povo e suas escolhas.
Se Moçambique já fosse o paraíso,
não veríamos pessoas nos my love,
tantos desempregados, famílias sem
tecto, sem dinheiro, sem saúde, sem
direito de serem governadas por
aqueles em quem votaram.
Seja como for, a esperança não
pode morrer e é por isso que estamos
aqui. Somos pela Paz, temos energia
para fazer as mudanças de que o país
precisa. Somos a RENAMO.
Somos representantes de muitos
milhões de moçambicanos amantes
da paz espalhados dentro e fora
do país. Somos o maior partido
de Moçambique, presente em
todo e qualquer ponto do país.
Somos um partido onde se entra
voluntariamente e se trabalha para
o bem do povo e não para alimentar
interesses pessoais.
O partido RENAMO como todos
sabem tem uma única liderança
reconhecida e respeitada por todos.
Não há alas militares ou políticas.
Temos um líder carismático, que
sabe que onde há vida de civis em
perigo, não há espaço para heroísmos
baratos e sem sentido. Mostrou-o
recentemente na Cidade da Beira.
Nós somos uma família chamada
Resistência Nacional Moçambicana,
dirigida por Sua Excelência Afonso
Macacho Marceta Dhlakama.
Aqui estamos prontos para o que
der e vier em defesa do nosso povo.
Muito obrigada.
Maputo, 21 de Outubro de 2015.
Dra. Maria Ivone Soares
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