Quinta, 29 Outubro 2015
ANTES de me debruçar sobre o tema, recordar que amigo é o nome que se dá a um indivíduo que mantém um relacionamento de afecto connosco, aquele que nos quer bem e que podemos contar com a sua ajuda a qualquer hora. Sempre disponível.
A verdadeira amizade é algo agradável e extremamente importante para as nossas vidas. Oferece-nos uma suave leveza e conforto. Já o inimigo, claro que é a outra face da moeda, é hostil, transporta consigo todas cargas negativas, emoções e sentimentos prejudiciais à nossa saúde. O inimigo, por mais que tenha uma boa aparência carregada de muita beleza, fita-nos com uma cara disparando cobras e lagartos, desejando-nos sempre o pior. De que adianta ser bonito e ter a cabeça cheia de “balas” a disparar a torto e a direito?
Estamos inegavelmente a viver a “era da raiva”, em que se cria a impressão que a pessoa raivosa é mais competente. O raivoso vive quase sempre ansioso e este “casamento” é prejudicial à saúde. A raiva mata, ou então pode causar graves úlceras digestiva e/ou ataque cardíaco.
Hoje em dia parar com vícios, ter alimentação regular e saudável é muito difícil, mais difícil ainda é conseguir dominar a raiva. O ódio e a raiva “vivem e convivem” connosco diariamente e sem o mínimo esforço convidámo-los a se deitar nas nossas camas. A diferença entre “ambos” é que o ódio é mais profundo que a raiva, e é um sentimento, enquanto a raiva é uma emoção. O ódio é tão antigo como o amor, e nasce de desejos conscientes e/ou inconscientes que se parecem com o narcisismo (padrão invasivo de grandiosidade, sentir-se mais importante) que nos faz pensar sermos muitos especiais em relação aos outros. Só odiamos aquilo nos é muito importante, ou seja, para odiar é preciso valorizar a pessoa odiada. A força do ódio é muito grande e tem como objectivo único a destruição, consigo leva um excesso sofrimento físico e psíquico. O ódio e o sofrimento são muito próximos que um acaba sendo a causa do outro. Ao tomarmos uma posição de aversão ao ódio e à raiva podemos prevenir o sofrimento, ou então, ao sermos resilientes a situações adversas estaremos a manter um equilíbrio todo no nosso sistema como pessoa.
Ao darmos importância ao nosso inimigo estaremos a colocar em alta a nossa auto-estima, estaremos a dar o devido valor àquilo que realmente somos. Se o principal objectivo do inimigo é a nossa destruição e usa o ódio e a raiva como armas fundamentais, devemos nos sentir seguros de que estamos no caminho certo e agir de forma contrária, sem necessariamente precisarmos de ser amigos dos nossos inimigos. O silêncio do inimigo deve ser motivo de preocupação.
Encarar o inimigo de forma positiva é garantir a nossa melhor qualidade de vida. É quase impossível imaginar um filme sem o vilão, não faria sentido e não teria a mínima graça. Usar as mesmas armas contra o inimigo é, sem dúvida, declarar derrota. Um professor de Transculturalidade ensinou-me que devia encarar as negativas de forma positiva para melhorar nas avaliações seguintes.
Manter distância e classe pode ser o veículo para inteligentemente vencer o inimigo. O inimigo usa todas “artimanhas” para nos ver em baixo, para nos destruir, e se alegra se isso acontecer. Ficar longe dele é o melhor a fazer, e se não tivermos como evitar exibimos a nossa classe que aguça a raiva e o ódio do inimigo que fica a roer-se todo de sofrimento excessivo. Neste mundo em que vivemos somos todos vulneráveis a ter inimigos não podemos fugir disso, o importante é saber encará-los e exibir a nossa inteligência que destrói “por completo” a grande pequenez da exibição invejosa do inimigo.
Talvez sem nos apercebermos, o inimigo muitas vezes pode desempenhar um papel mais importante que um “amigo”, pois se agirmos de forma inteligente em determinadas provocações inimigas podemos ser catapultados ao sucesso graças à força do inimigo.
Chiba Mendes
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