Monday, April 20, 2015

O correspondente do jornal alemão Der Spiegel em África seguiu as rotas do tráfico de chifres de rinoceronte em Moçambique, um negócio ilegal que vale milh}es e ameaça a esppcie de extinção

Há pouco tempo fui feito refém numa pequena aldeia de Moçambique. Agora estou a percorrer velozmente o mato numa carrinha de caixa aberta conduzida pelo chefe de um gangue criminoso, com os seus subordinados a vibrar e a gritar nas traseiras. Eles vão “acabar” comigo, já me disseram antes, e estou convencido de que vão parar na próxima clareira e espancar-me até à morte como a um cão. Pela primeira vez nos meus quase 30 anos como correspondente em África temo pela vida. Eu tinha chegado a Moçambique com o fotógrafo sueco Toby Selander uns dias antes para fazer uma reportagem sobre a caça furtiva ao rinoceronte e o comércio ilegal de chifres de rinoceronte. Esperávamos seguir a cadeia de fornecimento desde o abate dos rinocerontes na África do Sul, passando pelos intermediários em Moçambique até aos compradores finais de chifres no Vietname. A savana sul-africana é o habitat de 21 mil dos 28 500 rinocerontes que restam no mundo. No ano passado, pelo menos 1215 desses animais foram mortos a tiro por caçadores furtivos só na África do Sul e os seus chifres serrados para serem vendidos. Isso significa que a cada período de sete horas há menos um rinoceronte no mundo. Os animais habitam a Terra há milhões de anos, mas se a caça furtiva continuar ao seu ritmo actual, os ambientalistas temem que eles possam rapidamente ficar extintos. “Estamos a lutar pela conservação de uma espécie”, diz um guarda da vida selvagem do Parque Nacional Kruger, a reserva de caça mundialmente famosa no Nordeste da África do Sul onde vive a maior população de rinocerontes do mundo. “Estamos em guerra.” De África para o Vietname Nos últimos anos, os guardas florestais sul-africanos têm vindo a travar uma batalha defensiva contra os caçadores de rinocerontes. Têm sido formadas unidades anti-caçadores furtivos e, ocasionalmente, estas são ampliadas com a participação da polícia e de militares. Elas usam drones para pesquisar o vasto e complexo terreno do parque, à procura das quinze equipas de caçadores furtivos que, de acordo com as estimativas da direção do parque, lá andam à caça num dia normal. Oitenta por cento dos caçadores são provenientes de Moçambique, a maioria da região de fronteira subdesenvolvida ao longo do rio dos Elefantes. As caçadas ilegais representam a fonte de receitas mais importante da região e garantem enorme margem de lucro: no mercado negro, um quilo de chifre de rinoceronte vale até $80 000 (75 mil euros). O material é mais valioso do que o ouro ou a heroína e os dois chifres de um rinoceronte de tamanho médio pesam quase seis quilos. A crescente procura de chifre de rinoceronte no Extremo Oriente, particularmente no Vietname, tem aumentado os preços. Nos últimos anos, o rápido crescimento económico do Vietname produziu uma ampla classe média que, de repente, pode pagar produtos de animais exóticos, como marfim, vesícula biliar de urso e pó de osso de tigre. Ao adquirir estes produtos, as pessoas demonstram a sua mobilidade social ascendente. A procura do pó de chifre de rinoceronte está em alta. É visto como uma droga milagrosa que pode reduzir a febre, aliviar a dor, parar hemorragias nasais e curar doenças graves, incluindo o cancro. Estas crenças não são mais do que superstições absurdas - os chifres de rinoceronte, como as unhas ou o cabelo humanos, são constituídos principalmente por queratina e não têm qualquer tipo de qualidades medicinais. Mas muitos vietnamitas continuam a acreditar nos mitos sobre os chifres com mais de 2000 anos - o que ajuda a explicar porque já não há rinocerontes- -de-java no país. A carcaça do último animal remanescente foi encontrada em 2010 no Parque Nacional de Cat Tien. Desde então, os animais africanos foram obrigados a suprir a procura crescente. A principal rota de comércio passa directamente por Moçambique e mais chifres mudam de mãos na área circundante a Massingir do que em qualquer outro lugar. A poeirenta cidade na fronteira com a África do Sul é a “capital” dos chamados chefões, os patrões da caça furtiva. Calcula-se que vinte deles vivam aqui, e as suas casas são inconfundíveis: mansões ostentosas erguidas no meio da mata, entre cabanas e casas de adobe, com paredes exteriores de azulejo e janelas com vidros fumados protegidas com barras de metal. Uma estátua em gesso de Jesus em tamanho natural ergue-se na varanda de uma das mansões. “Fica-se rico, mas morre-se novo” Os habitantes de Massingir e das aldeias circundantes são agricultores pobres: eles criam gado, cultivam pequenos campos e pescam nos rios. As suas aldeias não têm electricidade, escolas ou centros de saúde e a maioria dos jovens está desempregada. Desde há muito tempo que a maneira mais fácil de fazer rapidamente um pouco de dinheiro tem sido a caça furtiva. “Fica-se rico, mas morre-se novo”, diz um dos homens. Ele não quer revelar o nome com medo da máfia dos rinocerontes. Quando precisa de um novo emprego, conta o homem, ele vai ao Carogé, um bar na estrada principal que atravessa Massingir. Políticos locais, agentes da polícia, guardas-florestais e informadores encontram-se ali debaixo da sombra das marulas. Dizem-nos que é aqui que os líderes dos gangues de caça furtiva recrutam os novos “membros”. Fazemos perguntas sobre Navara, o mais famoso de todos, mas toda a gente age como se nunca tivesse ouvido o nome. A administração do Parque Nacional do Limpopo de Moçambique, do outro lado da fronteira do Kruger, conhece muito bem Navara, cujo verdadeiro nome é Simon Ernesto Valoi. Ele vive na segunda aldeia dentro da reserva, informa um funcionário do parque - Mavodze, a apenas 15 km de distância. O funcionário do parque diz que esteve com Navara algumas vezes e que não é difícil encontrá-lo. “Vão até lá.” Assim, fomos até lá. O Parque Nacional do Limpopo é um paraíso para a vida selvagem: uma região bravia atravessada por pequenos riachos, colinas verdes aveludadas, mato cerrado e acácias. Em breve, a reserva será unida com outros parques em Mo- çambique, Zimbabwe e África do Sul para formar o Parque Transfronteiri- ço do Grande Limpopo. Será a maior reserva natural do mundo e um lugar onde a caça grossa se poderá movimentar livremente através de cerca de 100 000 km2, uma área maior do que Portugal. Um erro perigoso A casa de Navara é fácil de encontrar: está pintada de cores brilhantes e é a estrutura mais impressionante em Mavodze. Estacionamos na estrada de terra em frente à propriedade cercada e perguntamos a uma mulher do outro lado da cerca sobre o paradeiro dele. O marido, diz, não está em casa no momento e ela liga-lhe do seu telemóvel. Navara fica furioso. Mais tarde percebemos o que tínhamos feito de errado. Ignorámos uma regra crucial ao não irmos primeiro ter com o ancião da aldeia. Tal procedimento é normal em muitas partes da África, e aqueles que ignoram as autoridades locais ofendem a dignidade de toda a comunidade. Minutos depois estamos rodeados por cinquenta ou sessenta pessoas, aparentemente mobilizadas por Navara. Os jovens ameaçam-nos com os seus punhos e gritam: “Espiões! Polícia secreta da África do Sul!” “O que querem daqui?”, pergunta um Raptados em Moçambique: nas garras dos caçadores furtivos de rinocerontes* velho aos gritos. “Navara é um de nós. Ele dá-nos trabalho.” As pessoas em Mavodze não vêem a caça furtiva como reprovável e a maioria só está familiarizada com os rinocerontes porque estes aparecem na nota de vinte meticais. Navara, por outro lado, oferece trabalho lucrativo aos jovens desempregados. Os aldeões receiam o chefão da caça furtiva, mas também o veneram. Pensa-se que ele emprega entre dez a quinze equipas de caça, cada uma composta por três homens. Nas noites claras de luar eles atravessam a fronteira para a África do Sul, uma pessoa leva uma espingarda ou a arma tranquilizante e a segunda um machado para cortar o chifre do rinoceronte. A terceira pessoa está encarregada de transportar provisões. É um trabalho perigoso. Entre 2008 e 2014, 363 ca- çadores foram mortos pelas forças de segurança sul-africanas. Guardas da Força de Defesa Nacional Sul-Africana patrulham as zonas fronteiriças do Parque Nacional Kruger com Moçambique. Os Hawks (Falcões), uma unidade especial da polícia sul-africana, acreditam que as equipas predatórias são apenas uma pequena parte de uma rede muito mais ampla que inclui guardas florestais corruptos, funcionários do parque, agentes da polícia, caçadores profissionais e pilotos. Os guardas de caça são subornados para monitorizar os movimentos das manadas de rinocerontes enquanto os veterinários fornecem M99, um anestésico. Políticos locais, organizadores de safaris, comerciantes de gado e agricultores brancos actuam como intermediários. Os líderes dos gangues estão um degrau mais acima na hierarquia. Eles vendem os chifres aos círculos de contrabando que subornam depois companhias de navegação, inspectores de alfândega, funcionários do porto e pessoal do aeroporto. Diplomatas e funcionários do ministé- rio fazem parte, muitas vezes, da rede criminosa. Com efeito, trabalhadores da embaixada vietnamita certificam-se de que o produto chega aos armazenistas da sua terra natal. A África do Sul tem lançado repetidas investigações a diplomatas suspeitos. E há, aparentemente, uma outra rota para fazer chegar os chifres de rinoceronte ao Vietname: nos últimos anos, a sociedade vietnamita- moçambicana Movitel tem estado a instalar antenas de telemóvel e cabos de fibra ótica no interior de Moçambique. Alguns dos seus técnicos são suspeitos de serem correios no comércio de chifres de rinoceronte. “Odeio-vos, brancos” Em Mavodze, um dos líderes dos gangues chegou: Justice Ngovene, também conhecido como “Nyimpini”, um homem musculoso que veste um casaco de couro preto e usa chapéu. Ele acusa-nos de entrar na aldeia sem permissão. Os homens que nos rodeiam estão a preparar-se para atacar quando um Toyota Land Cruiser branco acelera. A multidão aplaude. A matrícula do carro diz “Katana 2”; catana é a palavra japonesa para uma grande faca ou uma espada longa. O veículo pertence a Navara, que sai do carro. É um homem de tamanho mé- dio, comum, dos seus trinta e tal, com a cabeça rapada e uma corrente de ouro pendurada ao pescoço. Está acompanhado de uma meia dúzia de guarda-costas. Navara tem a reputação de ser extremamente violento e diz-nos que vamos ao posto da polícia onde ele quer apresentar queixa por invasão de propriedade. Somos interrogados numa sala pequena e sem janelas. De onde vêm? Quem vos mandou? Os dois líderes de gangues - Navara e Ngovene - fazem as perguntas, enquanto o polícia da aldeia intervém apenas ocasionalmente. Os guarda-costas ameaçam violar-nos, matar-nos e queimar os nossos corpos. O polícia da aldeia toma notas, com as mãos a tremer. Navara está sentado mesmo ao meu lado. Ele fica a olhar para mim e sibila: “Odeio-vos, brancos!” A expressão no rosto dele é temível, um olhar que nunca esquecerei. Marilise Meyer, 37 anos, presumivelmente também nunca o irá esquecer. No dia 3 de Fevereiro de 2009, não muito longe da aldeia sul-africana de Gravelotte, ela foi forçada a assistir à forma como Navara roubou o seu carro de família e assassinou o seu marido a sangue-frio quando este tentou resistir. Meyer identificou Navara mais tarde a partir de fotografias. Na época, ele especializou-se em roubo de veículos todo-o-terreno - os seus favoritos eram os Nissan Navara, e é daí que vem o seu nome de guerra. Na África do Sul, ele é procurado pelas autoridades há anos por um duplo homicídio. “Por que razão este perigoso criminoso pode ainda andar por aí livremente?”, questiona Marilise Meyer. “Quem manda aqui sou eu!” Um consultor de segurança, cuja empresa recolheu informações sobre Navara na área de Massingir a pedido de um dos seus clientes, afirma que é “porque Navara é protegido ao mais alto nível do governo e pelos chefes da polícia. Eles impedem a extradição que é pedida pela África do Sul”. O interrogatório em Mavodze demora duas horas e meia antes de ser tomada a decisão de nos levar para o quartel da polícia em Massingir. Aí seríamos presos. Eles querem separar-nos aos dois e, quando nós protestamos com o polícia da aldeia, Navara rosna: “Quem manda aqui sou eu!” Pensa-se que Navara, além de agentes da polícia, também “emprega” funcionários da justiça local, bem como funcionários políticos do partido do governo, a Frelimo. Antigos combatentes da Renamo, um antigo movimento rebelde, alegadamente também trabalham com ele. O grupo ainda tem grandes provisões de armas que sobraram da guerra civil com a Frelimo e financia-se com a caça ilegal, entre outras fontes de receitas. O homem é aparentemente capaz de comprar tudo e todos. Uma testemunha viu uma vez Navara a entrar na agência local do Banco Comercial carregando sacos de compras cheios a abarrotar de notas dos Estados Unidos. Dólares dos rinocerontes. Lá fora, em frente ao posto da polícia, a multidão está a tornar-se cada vez mais agressiva. A raiva tem outra origem também. O governo está a planear o reassentamento de todos os que vivem dentro Parque Nacional do Limpopo, um total de cerca de 9000 pessoas. A aldeia vizinha de Macavene já foi desocupada e agora é a vez de Mavodze. Mas os habitantes estão a resistir à mudança, não querendo desistir das suas casas, dos campos, cercas de gado e poços. Querem permanecer perto das sepulturas dos seus antepassados. Mavodze tem sido a casa deles desde onde a sua memória colectiva alcança e agora estão a ser forçados a abrir caminho para um projecto natural gigantesco que, na perspectiva deles, apenas beneficia os turistas de safaris ricos. Estrangeiros brancos como nós. Os jovens irados em frente ao posto da polícia decidiram linchar-nos. Após o interrogatório, o líder de gangue, Ngovene, sai para a varanda do posto para os acalmar - e, de repente, passa de nosso algoz a nosso protector. O seu breve discurso salva as nossas vidas - por enquanto. Tolhido pelo medo Sou obrigado a ir no 4x4 de Ngovene enquanto o fotógrafo, Toby Selander, é levado num carro diferente. Estão a separar-nos, o que não é um bom sinal. Quando entro no carro, um rapaz faz o gesto de que me vai cortar o pescoço. Ele parece ter a idade do meu filho, que tem 15 anos. Avançamos velozmente em direcção a Massingir numa coluna liderada pelo 4x4 de Navara. Quando Ngovene vira subitamente para um caminho acidentado no mato fico tolhido pelo medo. Acontece que ele está apenas a ir por um atalho - e está ligeiramente embriagado. Tento começar uma conversa e ele diz que o comércio de rinocerontes é um negócio arriscado e que está a pensar abandoná- -lo. “A nossa região está em ascensão, por isso temos aí novas oportunidades”, diz. O potencial económico do distrito de Massingir é, na verdade, enorme. O solo é fértil e, graças a barragem de Massingir, há muita água. O governo, juntamente com um consórcio internacional, está a planear uma plantação de 37 mil hectares que vai produzir açúcar e biocombustíveis e criar 7000 empregos. O novo Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo está projectado para atrair milhões de visitantes de todo o mundo e a sua criação está a ser apoiada por organizações de desenvolvimento estrangeiras com o Instituto de Crédito para a Reconstrução (Kreditanstalt für Wiederaufbau) como um dos seus principais financiadores. “Se as pessoas tivessem uma alternativa, talvez a caça furtiva diminuísse também”, diz Ngovene. Ele próprio está a planear construir uma estalagem para turistas - dois andares, com 26 quartos e uma piscina no telhado. A estrutura já foi construída. “Você conhece alguns investidores alemães que estivessem dispostos a juntar-se ao projecto?”, pergunta. É uma situação grotesca: aqui estou eu completamente sob o seu controlo e ele vê-me como um potencial parceiro de negócios. Chegamos finalmente à sede da polícia de Massingir e o segundo interrogató- rio começa. Os líderes dos gangues e os seus capangas estão mais uma vez na sala. Eles apontam para a inscrição sobre a porta fechada: “Celas”. Um deles ameaça que vamos ser atirados para ali, ao lado de assassinos presos. “E durante a noite as coisas resolvem-se.” Para Navara, não seria um problema. Em Massingir, toda a gente sabe que ele trabalha com a polícia. Supostamente até arma as suas equipas de caçadores com espingardas de assalto confiscadas “alugadas” à esquadra da polícia local. O chefe da esquadra, um homem chamado Cambaco, repreende-nos como foras-da-lei e está abertamente do lado de Navara. O comportamento dele só muda quando o seu telemóvel toca. Do outro lado está o seu superior de estatuto mais elevado, o Comandante Geral da Polícia, que foi alertado para a nossa situação pela Embaixada da Alemanha em Maputo. Noite sem dormir Depois de oito horas, somos finalmente libertos. A noite caiu e Navara, Ngovene e os seus guarda-costas estão a conferenciar. Temos medo de que eles possam preparar-nos uma emboscada a caminho das nossas longínquas acomodações. Cambaco, o chefe de polícia, nomeia dois agentes com Kalashnikovs para nos proteger, por uma taxa especial de USD250 dólares. Durante a noite sem dormir no nosso alojamento sentimo-nos presos, como se estivéssemos num espaço sem lei, sujeitos aos caprichos dos gangues criminosos. Oficialmente, Moçambique é uma democracia parlamentar desde 1994. Mas em áreas como Massingir, o Estado de direito ainda está para chegar. Aqui, agentes da polícia e magistrados do ministério público são para ser tão temidos como os líderes dos gangues. É um segredo de polichinelo que políticos poderosos ganham dinheiro com negó- cios e, em troca, protegem os gangues da acusação criminal. Os críticos do regime que revelam a corrupção oficial são eliminados se necessário. No início da semana, Gilles Cistac, um respeitado perito constitucional que apoia ideias da oposição, foi assassinado no meio de Maputo à luz do dia. Na manhã seguinte somos avisados: a única estrada de acesso a Massingir é controlada por Navara e pelos seus homens. Entretanto, o nosso advogado de Xai-Xai, a capital da província, chegou e diz-nos que não temos outra alternativa senão comparecer perante o tribunal em Massingir. Aí, um procurador diz-nos que estamos sob investigação e que não podemos deixar Moçambique por mais de cinco dias. Pode até vir a haver um julgamento. Em Massingir. O chefe distrital da polícia, no entanto, aconselha-nos a deixar a cidade tão rapidamente quanto possível. Uma escolta é montada rapidamente para nos acompanhar durante os primeiros 200 km. Depois de duas horas e meia de condu- ção, estamos de regresso a território seguro. Em Macia, um lugar onde já não podemos ser directamente ameaçados pelos caçadores furtivos, somos recebidos por um representante da embaixada sueca. Vai levar ainda vários dias até que sejamos autorizados a deixar o país. Somente depois de um procurador em Maputo nos assegurar que a queixa de invasão de propriedade não teve seguimento é que nos será permitido apanhar um voo de regresso à Cidade do Cabo. *Exclusivo Der Spiegel/DN

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