Luanda - Os líderes da “Comissão 2888”, constituída por igual número de cidadãos que aguardam pela entrega de residências da cidade do Kilamba, estimam que mais 12 mil pessoas sofrem em vertude da morosidade que se regista. Desesperados, endereçaram uma carta ao Presidente da República pedindo auxílio e ameaçam sair à rua. A Imogestin denúncia que muito deles falsificação recibos bancário
Fonte: O País‘Existem aproximadamente mais de três mil famílias a aguardar desesperadamente por uma habitação no Kilamba”. Está é a forma como os integrantes de um grupo de 2888 cidadãos que se candidataram a um dos imóveis nesta centralidade e, até à data, não receberam pedem a intervenção do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, neste processo.
Numa carta endereçada ao Chefe de Estado e os seus colaboradores directos, datada de 17 de Abril do corrente ano, os signatários pedem que se reponha a legalidade com a entrega dos apartamentos que pagaram há mais de dois anos.
Baseando-se no facto de a “Comissão 2888”, como são vulgarmente conhecidos os reclamantes, ser maioritariamente constituída por jovens com o rácio de dois filhos cada, os signatários estimam que o incumprimento do prazo inicialmente estabelecido para a entrega dos apartamentos está a prejudicar a vida de 12 mil pessoas.
Justificam que as famílias atingiram o ponto mais alto do desespero por terem contraído empréstimos, vendido ou hipotecado os seus bens materiais para amealhar os valores que estava a ser cobrado aos interessados.
“Excelência, como responder aos pais que arrendaram casas próximo ao Kilamba, mudaram os seus filhos para as escolas próximas à centralidade, transferiram-se dos seus postos de trabalho na certeza que teriam acesso a sua residência e, até hoje, não sabem quando receberão?” Questionam. De seguida perguntam o que responder às famílias que reencaminharam as suas poupanças para o pagamento da primeira prestação e foram viver à casa de pais, irmãos, cunhados, avós e outros, na esperança de que fosse por um período curto e ainda se encontram por lá até hoje. Invocam ainda a falta de respostas aos filhos que, nos últimos dois anos, ouvem os pais a falar que irão mudar-se para o Kilamba.
De modos a esclarecer por que razão a comissão vê no Presidente da República a solução para o problema, afirmam que isso ocorre por só ter ocorrido algumas mudanças no processo, nas ocasiões em que se pronunciou sobre o assunto.
Para melhor ilustrar o seu martírio, recordaram que oito meses e 22 dias após o encerramento das candidaturas, a Sonip, na qualidade de então gestora dos imóveis das centralidades, reconheceu oficialmente a existência do grupo de 2888 pessoas que se encontra nessa situação e comprometeu- se em atendê-los em pleno, usando exclusivamente os quatro mil e 654 apartamentos disponíveis, sendo dois mil e 190 no Kilamba e dois e 464 no Zango.
“Neste comunicado a Sonip pedia que aguardássemos para além do período acima mencionado, sensivelmente mais um ano, para que pudéssemos receber as nossas casas por direito. Apontando na altura o 3º trimestre de 2014 como a data de recepção”, lê-se no documento a que O PAÍS teve acesso.
Eles demonstram acreditar que só não receberam as moradias na data supracitada por força do Despacho Presidencial nº 131/14 de 11 de Junho de 2014, em que o Chefe do Executivo suspende o processo de comercialização dos imóveis sob gestão da imobiliária afecta a Sonangol. Neste diploma, é criada uma comissão composta pelos Secretários de Estado da Administração do território, da justiça, os Presidentes da Comissão de Gestão da Sonip, do Conselho de Administração da Imogestin e um representante da Casa Civil da Presidência da República.
Em Outubro último, os representantes da referida comissão foram informados pelo PCA da Imogestin, Rui Cruz, que deviam organizar toda a informação relacionada com os seus mandatados para que fossem comparada com as que a estava a receber da sua antecessora. Depois de terem reunido 2023 processos, por intermédio de um posto de recolha montado na centralidade do Kilamba, fizeram chegar a imobiliária mas até agora não tiveram qualquer resposta.
No dia 14 de Janeiro, foram surpreendidos com o comunicado nº 2/15 da referida empresa que estipulava 60 dias, após o dia 27 de Fevereiro do corrente ano, como o prazo máximo para o envio da decisão sobre cada caso.
“Excelência, a comissão 2888 ao receber os documentos das pessoas que representa, deu conta de que o problema não se cinge apenas àqueles cujos nomes foram publicados na referida lista, inscritas no Kilamba, mas também a todos os nossos irmãos que acorreram as outras centralidades”, diz a carta aberta. Acrescenta de seguida que “a única diferença entre nós é o facto de na altura a Sonip ter apenas feito o comunicado direccionado as pessoas que se habilitaram a um imóvel nesta nova cidade por ser o maior grupo”.
Angustiados, dizem que foram informados pelo representante comercial da Imogestin que a sua empresa não recebeu chaves por parte da Sonip e que os dois mil e 008 apartamentos erguidos durante a primeira fase do Kilamba já estão ocupados. Contrariam tal informação, alegando que verificaram a existência de alguns edifícios vazios. Reforçam ainda que no projecto KK 5000, existem cerca de dois mil e 500 apartamentos prontos a serem entregues, segundo as informações que receberam da nova gestora imobiliárias destes bens públicos.
“Excelência, tanto a Sonip como a Imogestin estão sob sua tutela. Temos a certeza absoluta que com os diversos entraves que ambas instituições vão tendo entre si, na realidade quem sofre com isso somos nós, o povo que mesmo depois de dois anos continua na mesma condição”, alertam.
A carta é assinada pelos 11 indivíduos que compõem a referida Comissão, designadamente, Jean Paul Ngombe, Olívio Kavinda, Nyurca Gama, Domingos Vunge, Arlindo dos Anjos, Arlindo Raul, Eulália Monteiro, Felisbela Silva, Alcídia Paim, Asivaywe Gama e Domingos João Anibal.
Desespero pode provocar manifestações
Jean Paul Ngombe, um dos líderes da Comissão, convocou os seus membros a participarem de uma manifestação pacífica marcada para esta sexta-feira, 24 de Abril, defronte à sede da Imogestin, no Nova Vida, para exigirem explicações sobre a morosidade que se regista no processo.
Num comunicado feito nas redes sociais, justificou que a manifestação seria a forma ideal para dissiparem algumas dúvidas que surgiram em função das diferentes informações que circulam por todo o sítio, sem ter a certeza sobre elas.
Para convencer as pessoas, disse que até à presente data nenhuma entidade veio publicamente esclarecer quando receberão as casas, onde, qual será o preço e as opções de escolha, caso não sejam as residências pelas quais se candidataram e quanto tempo ficarão sem pagar, tendo em atenção que efectuaram o pagamento a mais de 2 anos.
“A Comissão informa que aguarda pelo pronunciamento derradeiro do Presidente do Conselho da Imogestin, ao longo dos próximos sete dias. Caso não houver uma resposta pública, pedimos a todos os lesados que compareçam na próxima sexta-feira, 24 de Abril, pelas 8 horas, na rua 4 do Projecto Nova Vida, com vista a recebermos uma resposta definitiva em relação as nossas casas”, apelou.
No sentido de manter a actividade sob controlo, alertou que os participantes deverão estar trajados de camisolas brancas, como símbolo de que não farão arruaças ou outro tipo de distúrbio e agirão de forma ordeira.
Fonte: O País‘Existem aproximadamente mais de três mil famílias a aguardar desesperadamente por uma habitação no Kilamba”. Está é a forma como os integrantes de um grupo de 2888 cidadãos que se candidataram a um dos imóveis nesta centralidade e, até à data, não receberam pedem a intervenção do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, neste processo.
Numa carta endereçada ao Chefe de Estado e os seus colaboradores directos, datada de 17 de Abril do corrente ano, os signatários pedem que se reponha a legalidade com a entrega dos apartamentos que pagaram há mais de dois anos.
Baseando-se no facto de a “Comissão 2888”, como são vulgarmente conhecidos os reclamantes, ser maioritariamente constituída por jovens com o rácio de dois filhos cada, os signatários estimam que o incumprimento do prazo inicialmente estabelecido para a entrega dos apartamentos está a prejudicar a vida de 12 mil pessoas.
Justificam que as famílias atingiram o ponto mais alto do desespero por terem contraído empréstimos, vendido ou hipotecado os seus bens materiais para amealhar os valores que estava a ser cobrado aos interessados.
“Excelência, como responder aos pais que arrendaram casas próximo ao Kilamba, mudaram os seus filhos para as escolas próximas à centralidade, transferiram-se dos seus postos de trabalho na certeza que teriam acesso a sua residência e, até hoje, não sabem quando receberão?” Questionam. De seguida perguntam o que responder às famílias que reencaminharam as suas poupanças para o pagamento da primeira prestação e foram viver à casa de pais, irmãos, cunhados, avós e outros, na esperança de que fosse por um período curto e ainda se encontram por lá até hoje. Invocam ainda a falta de respostas aos filhos que, nos últimos dois anos, ouvem os pais a falar que irão mudar-se para o Kilamba.
De modos a esclarecer por que razão a comissão vê no Presidente da República a solução para o problema, afirmam que isso ocorre por só ter ocorrido algumas mudanças no processo, nas ocasiões em que se pronunciou sobre o assunto.
Para melhor ilustrar o seu martírio, recordaram que oito meses e 22 dias após o encerramento das candidaturas, a Sonip, na qualidade de então gestora dos imóveis das centralidades, reconheceu oficialmente a existência do grupo de 2888 pessoas que se encontra nessa situação e comprometeu- se em atendê-los em pleno, usando exclusivamente os quatro mil e 654 apartamentos disponíveis, sendo dois mil e 190 no Kilamba e dois e 464 no Zango.
“Neste comunicado a Sonip pedia que aguardássemos para além do período acima mencionado, sensivelmente mais um ano, para que pudéssemos receber as nossas casas por direito. Apontando na altura o 3º trimestre de 2014 como a data de recepção”, lê-se no documento a que O PAÍS teve acesso.
Eles demonstram acreditar que só não receberam as moradias na data supracitada por força do Despacho Presidencial nº 131/14 de 11 de Junho de 2014, em que o Chefe do Executivo suspende o processo de comercialização dos imóveis sob gestão da imobiliária afecta a Sonangol. Neste diploma, é criada uma comissão composta pelos Secretários de Estado da Administração do território, da justiça, os Presidentes da Comissão de Gestão da Sonip, do Conselho de Administração da Imogestin e um representante da Casa Civil da Presidência da República.
Em Outubro último, os representantes da referida comissão foram informados pelo PCA da Imogestin, Rui Cruz, que deviam organizar toda a informação relacionada com os seus mandatados para que fossem comparada com as que a estava a receber da sua antecessora. Depois de terem reunido 2023 processos, por intermédio de um posto de recolha montado na centralidade do Kilamba, fizeram chegar a imobiliária mas até agora não tiveram qualquer resposta.
No dia 14 de Janeiro, foram surpreendidos com o comunicado nº 2/15 da referida empresa que estipulava 60 dias, após o dia 27 de Fevereiro do corrente ano, como o prazo máximo para o envio da decisão sobre cada caso.
“Excelência, a comissão 2888 ao receber os documentos das pessoas que representa, deu conta de que o problema não se cinge apenas àqueles cujos nomes foram publicados na referida lista, inscritas no Kilamba, mas também a todos os nossos irmãos que acorreram as outras centralidades”, diz a carta aberta. Acrescenta de seguida que “a única diferença entre nós é o facto de na altura a Sonip ter apenas feito o comunicado direccionado as pessoas que se habilitaram a um imóvel nesta nova cidade por ser o maior grupo”.
Angustiados, dizem que foram informados pelo representante comercial da Imogestin que a sua empresa não recebeu chaves por parte da Sonip e que os dois mil e 008 apartamentos erguidos durante a primeira fase do Kilamba já estão ocupados. Contrariam tal informação, alegando que verificaram a existência de alguns edifícios vazios. Reforçam ainda que no projecto KK 5000, existem cerca de dois mil e 500 apartamentos prontos a serem entregues, segundo as informações que receberam da nova gestora imobiliárias destes bens públicos.
“Excelência, tanto a Sonip como a Imogestin estão sob sua tutela. Temos a certeza absoluta que com os diversos entraves que ambas instituições vão tendo entre si, na realidade quem sofre com isso somos nós, o povo que mesmo depois de dois anos continua na mesma condição”, alertam.
A carta é assinada pelos 11 indivíduos que compõem a referida Comissão, designadamente, Jean Paul Ngombe, Olívio Kavinda, Nyurca Gama, Domingos Vunge, Arlindo dos Anjos, Arlindo Raul, Eulália Monteiro, Felisbela Silva, Alcídia Paim, Asivaywe Gama e Domingos João Anibal.
Desespero pode provocar manifestações
Jean Paul Ngombe, um dos líderes da Comissão, convocou os seus membros a participarem de uma manifestação pacífica marcada para esta sexta-feira, 24 de Abril, defronte à sede da Imogestin, no Nova Vida, para exigirem explicações sobre a morosidade que se regista no processo.
Num comunicado feito nas redes sociais, justificou que a manifestação seria a forma ideal para dissiparem algumas dúvidas que surgiram em função das diferentes informações que circulam por todo o sítio, sem ter a certeza sobre elas.
Para convencer as pessoas, disse que até à presente data nenhuma entidade veio publicamente esclarecer quando receberão as casas, onde, qual será o preço e as opções de escolha, caso não sejam as residências pelas quais se candidataram e quanto tempo ficarão sem pagar, tendo em atenção que efectuaram o pagamento a mais de 2 anos.
“A Comissão informa que aguarda pelo pronunciamento derradeiro do Presidente do Conselho da Imogestin, ao longo dos próximos sete dias. Caso não houver uma resposta pública, pedimos a todos os lesados que compareçam na próxima sexta-feira, 24 de Abril, pelas 8 horas, na rua 4 do Projecto Nova Vida, com vista a recebermos uma resposta definitiva em relação as nossas casas”, apelou.
No sentido de manter a actividade sob controlo, alertou que os participantes deverão estar trajados de camisolas brancas, como símbolo de que não farão arruaças ou outro tipo de distúrbio e agirão de forma ordeira.
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