CARTA ABERTA AO MEU EX-CAMARADA E SUCESSOR DO 4º SECTOR NA REGIÃO SUL DE TETE DURANTE A LUTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL
FOI-SE O (ORSO DO CAMELO), DIZ O MEU EX-SUCESSOR COMANDANTE DO 4º SECTOR SUL DE TETE ANTÓNIO HAMA THAI NO DIA DO FUNERAL DE UM ASSASSINO:
António Hama Thai inventa histórias de um homem que não conheceu bem como eu comandante Zeca Caliate que conheceu perfeitamente esse José Moiane desde 1965 no Campo Militar de Kongwa no Tanganica; Pois quando o Hama Thai foi reabilitado e favorecido por Samora Machel e posteriormente por José Phailane Moiane por ser natural do sul em 1970, ano que Hama Thai foi integrado nas fileiras da Frente de Libertação de Moçambique, eu já era quadro e líder das Forças populares de libertação na frente de Tete e tinha participado em combates anteriores na frente da Zambézia ao princípio do início das hostilidades entre a Frelimo e exército colonial. Ora vamos esclarecer bem isto, não vamos andar por aí a enganar e arrastar multidões para um abismo de mentiras. Quando me cruzei em Nachingwea com Hama Thai em 1970, era mancebo e pouco conhecia o José Moiane, pelo contrário foi o Dinis Moiane comissário político Nacional da Frelimo que o meteu no grupo que seguia a URSS para um curso forçado que durou cerca de seis meses e como não tiveram nenhum aproveitamento a Frelimo em colaboração com o Governo de Tanganica, foram novamente reenviados para Tanga no mesmo território a fim de concluírem o curso de manejarem rampa lança foguetes os 120 mm lá foram treinados três grupos: O 1º foi enviado para Cabo Delgado, 2º grupo foi enviado para Niassa e finalmente o 3º e último grupo foi enviado para a Província de Tete este o comandante chamava se Dimáca natural de Cabo Delgado, que tinha sido instrutor em Nachngwea no nomeu tempo, Américo Mfumo adjunto comandante, mas quando o grupo chegou em Tete por ser natural do sul do rio Save, foi nomeado chefe Provincial de artilharia o seu comandante Dímaca passou para adjunto de Américo Mfumo por este ser Chingòndo e mais tarde enviaram-no para o 4º sector comandado por Hama Thai para seu adjunto, infelizmente não durou por muito tempo e viria a morrer num acidente de viação que conduzia alcoolizado e sem licença de condução. Morreu também no mesmo acidente outro individuo de nome Manuel Mendes, este chingòndo natural da Província da Zambézia e segundo consta os dois vinham bêbados.
Voltando um pouco para traz, o ano que conheci o mancebo António Hama Tai em Nachingwea, O Samora Moisés Machel destacava-me para eu supervisionar o batalhão composto de combatentes naturais de Zambezianos e Tetenses com alguns e poucos camaradas de Manica e Sofala, não havia naquela força combatente natural de sul do rio Save que eu me recorde, completamente zero. Havia um único que se chamava Armando Tivane que exercia funções de comissário político a tarefa que exercia muito mal por não reunia condições para esse cargo. O outro sulista inserido no batalhão foi o combatente Cara Alegre Tembe Ex desertor do exército colonial, posteriormente reabilitado por comandante também chingòndo Elias Sigauque para seu secretário pessoal.
Foi esse batalhão dirigido por Elias Sigauque e adjuvado por mim Zeca Caliate e mais tarde, comandei todas forças de libertação instaladas no sul do rio Zambeze e fui eu mais um indivíduo de nome Xavier Bento que até hoje mereceu a minha admiração pela coragem e determinação, também ele chingóndo e responsável por serviços de reconhecimento (SERECO), com quem eu e ele trabalhávamos dias e noites para encontrarmos soluções para o avanço da luta armada para Manica e Sofala, Para a Rodésia na era do Ian Smith e lado a lado com os camaradas de ZANU/FP Frente patriótica comandados por Josef Chimurenga-TONGOGARA etc. Trabalhávamos para impedir a construção da barragem de Cabora-Bassa, essa era nossa tarefa principal que eu trazia de Nachngwea ordens de Samora Machel. Não estava lá nenhum António Hama Thai, (INHACATHUMBA) alcunha dele de guerra que usa a capa de um herói que não é tudo que diz é falso e vergonhoso, uma pessoa que se denomina general é escusado andar a se intitular dono de um trabalho que não realizou:
-José Phailane Moiane, nunca foi obreiro da luta armada na frente de Tete, mas sim foi Francisco Manhaga e Alfredo Wassira comissário político os dois foram retirados naquela Província por razões meramente tribalista porque era chingòndo como eu, quando o Samora Machel e Joaquim Alberto Chissano, nomearam para 1º secretário um comandante corrupto natural de Gaza Pascoal Nhampule que deixou rasto de maldade em Tete como na Zâmbia e chegará um dia em que deixarei isto bem claro para aqueles que não estiveram presentes saberem como foi toda a verdade da luta na Província de Tete. Eu estive lá desde o começo até quando queriam a todo custo assassinar-me e um deles é António Hama Thai.
- José Phailane Moiane, nunca abriu nenhuma frente de Guerra, Fernando Matavela (Dique Tongande), sim com papel primordial de Joaquim Muta Manga (FRANCISCO NDEU), foram os dois homens importantes na abertura de luta na frente de Manica e Sofala.
- Não foi José Phailane Moiane, mas sim foi Bonifácio Gruveta Massamba, embora ele também se aliou a mesma camarilha de assassinos o que deixou envergonhado o heroico povo Zambeziano. Todavia foi o Bonifácio que liderou a luta armada na Frente da Zambézia e foi favorecido por alguém e se me perguntar quem foi eu direi.
- José Phailane Moiane, deixou um rasto de sangue de pessoas inocentes e combatentes, alguns eram combatentes da mesma luta de libertação e foram massacradas no Niassa propriamente no Catur. A razão pela qual o Samora o retirou de lá.
- O José Phailane Moiane, nunca saiu da base central de Kassuende, que foi criada por Francisco Manhanga e seu comandante chamava-se Zeca Caliate (HENRIQUE JOÂO ATAIDE) sou eu mesmo e todos me conheciam por esse nome quando fui alvejado no primeiro combate no posto administração de Gago-Coutinho (MALEWELA), posteriormente evacuado para a Zâmbia a mesma ficou entregue ao comandante António Ferrão o qual infelizmente não durou muito tempo pois foi alvejado mortalmente por tropas do exército colonial. Quando eu recuperei dos ferimentos que tinha sofrido no primeiro ataque e mais tarde, isto é, no mesmo ano de 1968 para 69, fui nomeado novamente comandante da mesma base Central e se não sabes pergunta ao Tomé Eduardo (Omar JUma),Armando Cânda ou João Aleixo etc. até quando fui promovido para ajunto chefe das operações da Província de Tete. António Kanhemba Luís Njaji comandava as operações.
-José Phailane Moiane, quando eu Zeca Caliate e Luís Njanji Kanhemba, deixamos as pastas entregues a ele bem como a base central, cavou e ampliou o número de abrigos para se intrincheirar, quando ouvia só de um avião que passasse por ali perto era capaz dia após dias dentro de um búnquer ou baluarte a teoria que ele tinha aprendido na República Popular da China ou da Coreia do Norte e um dos cursos que tirou de sapador por um triz ficava com todo corpo queimado, quando tentou fazer uma simulação no primeiro campo militar de Kongwa no Tanganica. Esta história, está desenvolvida no ODISSEIA DE UM GUERRILHEIRO, cujo autor sou eu.
-Nunca saiu naquela base onde lhe deixei quando fui estagiar no Nachingwea tendo permanecido por lá durante 15 meses e quando regressei de passagem para o sul, o Moiane permanecia à volta daqueles abrigos todos. Quando naquela área havia ofensiva do exército Português ele e outros chefes como João Fascitela Phelembe, Tomé Eduardo, João Aleixo, Luís Pequenino Goto-goto e outros chefezinhos colaboradores era palavra de dia dizendo vamos fazer uma retirada estratégica, Para onde recuo para a fronteira de Moçambique com a Zâmbia. Os coitadinhos é que ficavam e andavam aos tiros com a tropa.
-GOSTARIA DE ENTENDER O QUE QUERERÁ DIZER COM A PALAVRA “COMBATE DE GRANDE ENVERGADURA”?
Foi no dia 5 de setembro de 1973 que escapei à perseguição selvagem movida contra mim por António Hama Thai e forçado a minha rendição ao exército Português. Mas durante os anos que eu combati por Frelimo naquela frente de Guerra, nunca ouvi tal coisa que também nunca existiu um “COMBATE DE GRANDE ENVERGADURA”, pelo qual o José Phailane Moiane tomasse parte, pois sim recordo-me que tenha participado em dois combates:
1- No Posto administrativo de Gago-Coutinho (MALEWERA),onde pela primeira vez a Frelimo utilizou armas de longo alcance chamados rampas lança foguetes 122mm, realmente essa arma é poderosa quando se têm especialista para seu uso. Infelizmente seus técnicos especialistas não souberam acertar no alvo e todos os tiros que foram lançados para aquele aquartelamento, nenhum acertou! O pior foi quando a força aérea Portuguesa, reagindo contra-ataque com voos rasantes de bombardeiros fiates, os comandantes Dimáca, Américo Mafumo e ele Hama Thai faziam parte bem como Sebastião Marcos Mabote e José Moiane entraram em panico e debandada alguns quadros responsais pelo ataque ao recuarem foram parar na fronteira entre Moçambique e República da Zâmbia. Foi o próprio António Hama Thai quando chegou ao 4º sector. Hama Thai, considera isso de combate de grande envergadura?
2- Na Base aérea de Chingozi em Tete, também o plano de ataque foi o mesmo usado no Gago-Coutinho, tive informações bem credíveis que o ataque naquela base não causou danos, poi todos roquetes lançados explodiram no terminal da pista e sem provocar quaisquer danos. E foram perseguidos por Helicópteros de combate da força aérea Portuguesa. Mas como era de noite, os guerrilheiros sumiram-sena escuridão, mas no dia seguinte foram logo de manhã atacados e debandaram-se pelas florestas de Chiuta, Bem e Furancungo. Hama Thai considera isso combate de grande envergadura?
3- Por fim, eu pessoalmente na minha qualidade de comandante do 4º sector, participei no ataque a base de Estima com a mesma arma de 122mm ao lado de António Hama Thai e Américo Mfumo, de igual modo todos os roquetes laçados para a base militar de Estima, nenhum acertou no alvo e foram todos explodirem na Serra de Songo próximo de Hidroelétrico de Cabora-Bassa. Tive discussão com Hama Thai, quando intervim que devia fazer correção do tiro, ele mandou-me calar porque era a especialidade dele e esqueceu-se que eu também era artilheiro. Fiquei triste com Américo e Thai, pois no dia seguinte os dois puseram-se a escreverem comunicado de guerra que tinham atacado a base de Estima e mortos muita tropa e provocado destruições vários armazéns com armamento bélico do inimigo. Tudo falso e não podia colaborar com bando dessa natureza de mentirosos.
Zeca Caliate, General Chingòndo um dos sobreviventes da teia do mal Frelimo!
Europa,28 de Abril de 2015
(Recebido por email)
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